segunda-feira, fevereiro 28, 2011

O que a mídia esconde sobre a Líbia.

Transcorridas duas semanas das primeiras manifestações em Benghazi e Trípoli, a campanha de desinformação sobre a Líbia semeia a confusão no mundo.

Por Miguel Urbano Rodrigues, em odiario.info

Antes de mais uma certeza: as analogias com os acontecimentos da Tunísia e do Egito são descabidas. Essas rebeliões contribuíram, obviamente, para desencadear os protestos nas ruas do país vizinho de ambos, mas o processo líbio apresenta características peculiares, inseparáveis da estratégia conspirativa do imperialismo e daquilo que se pode definir como a metamorfose do líder.

Muamar Kadhafi, ao contrário de Ben Ali e de Hosni Mubarak, assumiu uma posição anti-imperialista quando tomou o poder em 1969. Aboliu uma monarquia fantoche e praticou durante décadas uma política de independência iniciada com a nacionalização do petróleo.

As suas excentricidades e o fanatismo religioso não impediram uma estratégia que promoveu o desenvolvimento econômico e reduziu desigualdades sociais chocantes. A Líbia aliou-se a países e movimentos que combatiam o imperialismo e o sionismo. Kadhafi fundou universidades e indústrias, uma agricultura florescente surgiu das areias do deserto, centenas de milhares de cidadãos tiveram pela primeira vez direito a alojamentos dignos.

O bombardeamento de Trípoli e Benghazi em l986 pela USAF demonstrou que Reagan, na Casa Branc,a identificava no líder líbio um inimigo a abater. Ao país foram aplicadas sanções pesadas.
A partir da II Guerra do Golfo, Kadhafi deu uma guinada de 180 graus. Submeteu-se a exigências do FMI, privatizou dezenas de empresas e abriu o país às grandes petrolíferas internacionais. A corrupção e o nepotismo criaram raízes na Líbia.

Washington passou a ver em Kadhafi um dirigente dialogante. Foi recebido na Europa com honras especiais; assinou contratos fabulosos com os governos de Sarkozy, Berlusconi e Brown. Mas quando o aumento de preços nas grandes cidades líbias provocou uma vaga de descontentamento, o imperialismo aproveitou a oportunidade. Concluiu que chegara o momento de se livrar de Kadhafi, um líder sempre incômodo.

As rebeliões da Tunísia e do Egito, os protestos no Bahrein e no Iêmen criaram condições muito favoráveis às primeiras manifestações na Líbia. Não foi por acaso que Benghasi surgiu como o polo da rebelião. É na Cirenaica que operam as principais transnacionais petrolíferas; ali se localizam os terminais dos oleodutos e dos gasodutos.

A brutal repressão desencadeada por Kadhafi após os primeiros protestos populares contribuiu para que estes se ampliassem, sobretudo em Benghazi. Sabe-se hoje que nessas manifestações desempenhou um papel importante a chamada Frente Nacional para a Salvação da Líbia, organização financiada pela CIA. É esclarecedor que naquela cidade tenham surgido rapidamente nas ruas a antiga bandeira da monarquia e retratos do falecido rei Idris, o chefe tribal Senussi coroado pela Inglaterra após a expulsão dos italianos. Apareceu até um “príncipe” Senussi a dar entrevistas.

A solidariedade da grande mídia dos EUA e da União Europeia com a rebelião do povo da Líbia é, porem, obviamente hipócrita. O Wall Street Journal, porta-voz da grande Finança mundial, não hesitou em sugerir em editorial (23 de fevereiro) que os EUA e a Europa deveriam ajudar os líbios a derrubar o regime de Kadhafi.

Obama, na expectativa, manteve silêncio sobre a Líbia durante seis dias; no sétimo condenou a violência, pediu sanções. Seguiu-se a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e o esperado pacote de sanções.

Alguns dirigentes progressistas latino-americanos admitiram como iminente uma intervenção militar da Otan. Tal iniciativa, perigosa e estúpida , produziria efeito negativo no mundo árabe, reforçando o sentimento anti-imperialista latente nas massas. E seria militarmente desnecessária porque o regime líbio aparentemente agoniza.

Kadhafi, ao promover uma repressão violenta, recorrendo inclusive a mercenários tchadianos (estrangeiros que nem sequer falam árabe), contribuiu para ampliar a campanha dos grandes media internacionais que projeta como heróis os organizadores da rebelião enquanto ele é apresentado como um assassino e um paranoico.

Os últimos discursos do líder líbio, irresponsáveis e agressivos, foram aliás habilmente utilizados pela mídia para o desacreditar e estimular a renúncia de ministros e diplomatas, distanciando Kadhafi cada vez mais do povo que durante décadas o respeitou e admirou.

Nestes dias é imprevisível o amanhã da Líbia, o terceiro produtor de petróleo da África, um país cujas riquezas são já amplamente controladas pelo imperialismo.

Dig Dig da viola

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola

Meu pai é um sem terra
eu sou um sem terrinha
minha mãe é um sem terra
eu sou uma sem terrinha

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola
ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola


Meu pai tem um trator
eu tenho um tratorzinho
minha tem um trator
eu tenho um tratorzinho

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola
ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola


Meu pai é um lutador
eu sou um lutadorzinho
Minha mãe é uma lutadora
eu sou uma lutadorzinha

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola
ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola

Meu pai e minha mãe é do MST
e essa luta é pra valer





Samba Social

Samba Social (to sem criatividade pro nome dela kkk)

O Karl Marx passou lá em casa com a Rosa e o Lenin pra gente chalar
E vieram com um papo bonito, que o capitalismo só faz me arrombar
Me falaram de um mundo melhor que a luta de classes vai proporcionar
Não há fome nem desigualdade e de quebra acabaram com o tal feuerbach

"Na teoria esse negócio todo é muito bonito né, mas e na prática será que dá certo???"

E vem aí o fidel Castro
Com seu amigo Che-Guevara
Que vai mudar Cuba na marra
E o mundo vai se inspirar, não há nada de errado aqui.
Não tem Ferrari, só tem fusca
Mucha Vithamina de Banana
E se você quiser ir embora 
Pode tirar o cavalinho da chuva 
porque daqui ninguém sai não - não sai não

Chinlinling Chinlinling
Olha a China Comunista
Chinlinling Chinlinling
Menos um capitalista
Chinlinling Chinlinling
Com o made in china ninguém pode
É tudo Um e Noventa e Nove
Por Xandó

Ilusão Universitária

Ilusão Universitária

Na universidade acontece muita coisa legal
Falta livro, falta professor, e a verba é estadual (ou federal)
Se num dia tem protesto no outro dia está tudo igual
E o pior é a burocracia e a impunidade legal

É o reitor que fala mal do governador
Que nega aumento pro professor
E nos desconta tudo sem pudor
É o estudante que descrente com a situação
Se torna conivente e dá seqüência a esculhambação

Laia Laia La Laia Laia
Quando vai ser respeitado o direito popular?
Laia Laia La Laia Laia
Falta ética, falta vergonha, mas sobra verba pra desviar
Por Xandó

Maraô


Maraô: Caboclo Valente do Interior
Maraô: Um homem de garra um homem de valor
Maraô: Que busca justiça sem nenhum pudor
Maraô: Chegou do agreste espalhando o terror

É assim que começa a saga de Maraô, e com o corpo fechado por um Babalaô, decidiu que a história iria mudar
 
E veio latente pegando no batente, com sua garrafa de aguardente, sem deixar a poeira baixar
E foi assim que ele surgiu
Tornou-se um mito por esse Brasil afora
Vieram coronéis de todos os lugares, para quiçá conseguir em uma só abordagem capturar o tal do Maraô
Mas, sabendo do fracasso da missão, se esconderam, se embrenharam no Planalto, os poderosos da nossa nação

Maraô: Estava cansado daquele horror
 
Maraô: Decidiu se vingar de quem sempre o explorou
Maraô: na base da faca ele legislou
Maraô: Ergueu a cabeça e o futuro enxergou

Fugindo da Burocracia, impondo respeito, correndo atrás do Direito que nunca lhe alcançou: Ele agora ganhou forças
 
Pegou político safado, latifundiário, entregou ao operário, que seu destino traçou, e agora nós temos um novo Brasil

Marâo é o povo que se libertou, que foi pro meio da rua para protestar e ao sol conseguir um lugar
 
É a massa que clama por uma vida descente, que busca o progresso tão iminente e um punhado de terra pra trabalhar

Maraô: Com caras pintadas o 7 pintou
 
Maraô: Através de greves se mobilizou
Maraô: Todo o processo ele fiscalizou
Maraô: Uma guerra de paz, uma guerra de amor... à nossa nação.
 Por Xandó

Confissões do Latinfúndio

Confissões do Latinfúndio

11 de setembro de 2009
Por onde passei,
plantei
a cerca farpada,
plantei a queimada.
Por onde passei,
plantei
a morte matada.
Por onde passei,
matei
a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...
Por onde passei,
tendo tudo em lei,
eu plantei o nada.
Pedro Casaldáliga
(Bispo retirado de Sao Felix do araguaia, MT)

domingo, fevereiro 27, 2011

Cortina de Fumaça




O longa Cortina de Fumaça é um projeto independente movido pela vontade de colaborar na construção de uma sociedade mais equilibrada e alinhada com os princípios de liberdade, diversidade e tolerância. Trata-se de um documentário ousado, sobre um tema polêmico que interessa a todos e que precisa ser debatido de forma honesta. A política de drogas no Brasil e no mundo, baseada na proibição, precisa ser repensada porque muitas de suas consequências diretas, como a violência e a corrupção, atingiram níveis inaceitáveis.

O filme fala sobre a relação entre o homem e as drogas psicoativas; revela a discordância entre a atual classificação das drogas e o conhecimento científico sobre essas substâncias; discute a situação particular da Cannabis (maconha), seu uso industrial e medicinal; levanta fatos relacionados ao surgimento dos projetos proibicionista e aponta para o colapso social que algumas cidades, como o Rio de Janeiro, vivem por causa da violência e da corrupção.

Com 94 minutos, o documentário traz informação fundamentada para o grande público através de depoimentos nacionais e internacionais. Além do Brasil, o diretor Rodrigo Mac Niven gravou na Inglaterra, Espanha, Holanda, Suíça, Argentina e Estados Unidos; visitou feiras e congressos internacionais, hospitais, prisões e instituições para conversar com médicos, neurocientistas, psiquiatras, policiais, advogados, juízes de direito, pesquisadores e representantes de movimentos civis. Dentre os 34 entrevistados, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso; o Ministro da Suprema Corte da Argentina, Raúl Zaffaroni; o ensaista e filósofo espanhol autor do tratado "Historia General de Las Drogas", Antonio Escohotado, o ex-Chefe do Estado Geral Maior do Rio de Janeiro, Jorge da Silva e o criminalista Nilo Batista.

Pelo direito de escolha.

Pelo direito de escolha

Pesquisa divulgada pelo IBOPE a pedido da ONG Católicas pelo Direito de Decidir mostra que a população brasileira acredita que nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe e que não deve ser criminalizada por abortar

Uma das eleições mais disputadas da nossa história foi marcada por uma ofensiva conservadora, que levou aos debates entre os candidatos à presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) temas como união civil entre pessoas do mesmo sexo, consumo de drogas e aborto. Alguns meses depois, pelo menos uma parte da discussão não está encerrada. Uma pesquisa encomendada pela ONG Católicas pelo Direito de Decidir (CDD) ao IBOPE, realizada com 2.002 pessoas de 140 municípios brasileiros, retoma uma delas, e talvez a mais polêmica: o direito ao aborto, levando em consideração as circunstâncias em que ocorreu a gravidez.

Tema que se tornou um artifício condenável entre políticos e religiosos para sair na frente com o eleitorado, ganhou status não merecido. E se fez passar por uma decisão a ser tomada pelas instituições sociais como Igreja, Poder Judiciário, Congresso Nacional, ou Presidência da República. Mas o estudo aponta outra realidade: 61% da população acredita que a decisão sobre a interrupção da gravidez não planejada é da mulher; enquanto 5% acha que as instituições sociais é que devem dar a palavra final. Ou seja, a população pensa que a questão não deve ser tratada no âmbito público, mas sim privado e que, ironicamente, é “a instituição social que mais cria obstáculos no avanço da legislação para garantias dos direitos reprodutivos da população”, afirma Rosângela. (Clique para ver o gráfico)

Outro dado relevante da Pesquisa de Opinião Pública sobre o Aborto, divulgado pelo IBOPE/CDD, mostra que 66% da população brasileira acredita que nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe quando está em risco de morte; e para 65%, ela pode interromper uma gravidez quando o feto não tem nenhuma chance de sobreviver após o nascimento. (Veja o gráfico)

Pela legislação brasileira, o aborto já é permitido nos casos de estupro ou quando a gravidez representa risco de morte da mãe. Ainda é possível conseguir autorização judicial quando o feto é anencéfalo (sem cérebro). Mas esse caso, especificamente, ainda é uma barreira para algumas mulheres.

Em Santa Adélia, interior de São Paulo, uma mulher grávida de 12 semanas de um bebê anencéfalo, foi proibida, temporariamente, de fazer o aborto por um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Há 15 dias a mãe havia conseguido autorização para o procedimento que seria realizado na última segunda-feira 21. Num caso como esse, em que o feto não tem nenhuma chance de sobreviver após o nascimento, de acordo com o levantamento do IBOPE, 65% da população é favorável ao aborto.

O impasse e o desconforto gerados à mãe poderiam ter sido aliviados por uma decisão ainda não tomada pelo Superior Tribunal Federal (STF) onde desde 2004 tramita uma pauta sobre o aborto anencéfalo. O ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo dessa liminar, irá julga o tema em março. “Esse resultado é muito importante porque a inclusão desse permissivo legal na legislação facultaria as mulheres o direito de decidir sobre a interrupção da gravidez, independente de autorização judicial, que pode ser concedida e ter sua autorização suspensa por liminar”, acredita a coordenadora da pesquisa.

O assunto ainda caminha a passos lentos para se tornar uma questão de saúde pública apesar de estar presente entre os itens do 3º Programa Nacional deDireitos Humanos, estabelecido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2010 – alvo de críticas da CNBB e arma do PSDB contra Dilma durante a corrida presidencial.

Para Maria José Rosado, presidente da ONG Católicas, o Congresso “seria o lugar certo, mais livre da coação de grupos religiosos ou fundamentalistas, do que aconteceria na hipótese de um plebiscito. O Congresso é o fórum possível para este debate, que é uma questão de saúde pública “.

Enquanto isso, os números são alarmantes. No Sistema Único de Saúde (SUS) são realizadas 180 mil curetagens por ano, decorrente de abortos provocados, pois espontâneos não exigem internação, segundo o Ministério da Saúde. Outra estatística que demonstra a gravidade dos abortos ilegais é que chegam a causar 15% de mortes, a quarta maior causa de óbitos de grávidas no país.

A pesquisa IBOPE/CDD ainda revela que para 96% da população não é papel do governo prender as mulheres que realizam um aborto nessas condições, mas sim o de oferecer atendimento nos hospitais públicos, sendo que 48% pensa que deveria convencer a mulher a levar a gravidez adiante, oferecendo pensão alimentícia, com dinheiro arrecadado pelos impostos; 40% oferecer atendimento em hospitais para que a mulher interrompa a gravidez, caso ela queira. Outros 8% não sabm e 4% deveria prendê-la.

Compromisso com a nação. Pouco antes de tomar posse como ministra da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, Iryni Lopes criticou a criminalização do aborto. Na época afirmou que não via “como obrigar alguém a ter filho que ela não se sente em condições de ter. Ninguém defende o aborto, é respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar”. Em entrevista recente ao portal Congresso em Foco, ela revelou mais cuidado ao tratar do assunto. “Eu cumprirei a orientação do governo, cumprimento da lei. Foi esse o compromisso que a Dilma fez com a nação. Nenhuma legislação nova sobre o aborto será enviada ao Congresso”.

Religião. Quando levada em consideração a religião dos participantes da pesquisa, verificou-se que os que se declaram da religião evangélica são menos permissivos ao aborto, quando comparados com as pessoas das outras religiões ou sem religião. Os católicos mostraram ter posição mais favorável ao aborto do que as pessoas de outras denominações religiosas, com exceção dos sem religião ou que se recusaram a declarar a religião, o que mostra divergência de pensamento em relação ao da instituição religiosa a que pertencem que, reiteradamente, tem se posicionado de forma contrária ao direito de decidir das mulheres, tão apregoado durante a campanha eleitoral à presidência por uma parcela da igreja.

A pesquisa fez três perguntas de múltipla escolha. Veja todos os resultados nos gráficos abaixo.

fonte: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/pelo-direito-de-escolha




Gonzaguinha e a luta dessa juventude que segue em frente.


Há vinte anos um acidente de carro tirou Gonzaguinha (1945-1991) do convívio dos brasileiros mas sua música continua inspirando mentes e corações

Por José Carlos Ruy

Um acidente de carro ocorrido em Renascença, interior do Paraná, em 29 de abril de 1991, tirou do convívio dos brasileiros um dos compositores que havia se destacado, desde o inicio da carreira, na resistência à ditadura militar. Tinha 45 anos de idade e trazia, no nome, uma lenda – Luiz Gonzaga – e, no coração, a forte ligação com o povo. Era Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, filho do rei do baião e da cantora do Dancing Brasil, Odaléia Guedes dos Santos.

"Venho de Odaléia, uma profissional daquelas que furam cartão e de vez em quando sobem no palco; ela cruzou com meu pai e de repente eu vim", disse um dia.

Mal conheceu os pais na infância: perdeu a mãe quanto tinha dois anos de idade, e foi criado pelos padrinhos Dina e Xavier, que viviam no Rio de Janeiro, entre as calçadas de Copacabana e o morro de São Carlos. Só passou a conviver com o pai aos 16 anos de idade quando foi morar com ele para poder estudar.

Foi autor de uma série de canções que ecoam a resistência democrática, a luta pela anistia, a conquista de um Brasil dos brasileiros e para os brasileiros. O duro aprendizado das ruas e da luta pela vida (desde pequeno ganhava alguns trocados carregando sacolas nas feiras, por exemplo) inspirou canções que ficaram no coração do povo e também nos arquivos da censura.

Desde o inicio, com o sucesso de Comportamento Geral (1973), era um dos principais alvos dos homens da tesoura. Em uma ocasião, no inicio dos anos 70, submeteu ao DOPS (Departamento de Ordem Pública e Social) 72 canções das quais 54 foram proibidas, entre elas Comportamento Geral.

Pioneiro em turnês independentes pelo Brasil, descobriu a importância da obra do pai, e o reconhecimento popular que ela tinha – descoberta comemorada com um show memorável de 1981, "Vida de Viajante", que representou o reencontro destes dois gigantes da música brasileira.




O que é? o que é?

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

sábado, fevereiro 26, 2011

O MANIFESTO COMUNISTA EM CORDEL

Os economistas, filósofos e socialistas alemães Karl Marx e Frederich Engels tem, pela primeira vez, suas idéias lançadas em poemas de cordel pelo poeta popular cearense Antônio Queiroz de França.

Em 1844, Marx conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados.

Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto "O Manifesto Comunista", primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Agora sua versão em cordel contitui-se em um marco na Literatura Brasileira.

O lançamento é da Editora Tupynanquim, do Ceará, em parceria com a Associação dos Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará - Aestrofe. "O Manifesto Comunista em Cordel" está sendo lançado, neste momento, na Bienal do Livro de Natal, Rio Grande do Norte, que termina nesta sexta-feira.

Antônio Queiroz de França nasceu no dia 22 de junho de 1948 em Jaguaretama (Ceará), é autodidata e mora em Maracanaú (Ceará) desde 1972.

Em 2003, teve um cordel de sua autoria classificado no II Concurso Paulista de Literatura de Cordel.

É um dos diretores da Sopoema - Sociedade dos Poetas e Escritores e Folheteiros do Estado do Ceará.

Além deste folheto, já publicou os seguintes títulos: "Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos" (em parceria com o poeta Rouxinol do Rinaré), "A História da Heroína Olga Benário", "Luiz Carlos Prestes - O Cavaleiro da Esperança", "As aventuras do guerrilheiro Che Guevara", dentre outros.

Trechos de "O Manifesto Comunista em Cordel":

Pensadores, sociólogos,
Cientistas sociaisi
Preocupem-se com o Homem
Este "rei dos animais"
Que cultiva o egoísmo,
Da ética não lembra mais.

Devido à desigualdade
Estudam a economia
E chegaram à conclusão
Que a poucos privilegia
Sem o mínimo pra ter vida
Sofre a grande maioria.

Fizeram a divisão
Após "estudos profundos":
"Primeiro mundo" dos ricos,
"Terceiro" dos moribundos.
Os pobres escravizados
Por burgueses dos dois mundos.

Um grande gênio alemão
E um outro camarada
Prepararam uma tese
Da humanidade estudada
E descobriram a causa
Da fome verificada.

Foi de Karl Marx e Engels
A grande ação humanista
Quando lançaram ao mundo
O Manifesto Comunista,
Dizendo que nosso grito
Necessita ser conquista.

Em mil e oitocentos e
Quarenta e sete emitiram
Na liga dos comunistas
Em congresso decidiram,
O Manifesto dos pobres
Marx e Engels redigiram.

Feito de forma eclética
Une anticapitalistas
Da grande Liga Operária
Os quais eram comunistas
Que faziam um consenso
Com os irmãos anarquistas.

Quando a vida virou luxo
Neste tal Planeta Terra
Onde poucos vivem bem.
Pra se manter fazem guerra
Sobre muitos que produzem
Nova escravidão se encerra.

Gera insensibilidade
Em todos desde a infância:
Nos ricos por vaidade,
É causada por ganância;
Nos pobres pela miséria,
A causa é ignorância.

Sobre os nossos ombros pesa
A responsabilidade
Entre o nosso segmento
Com solidariedade.

O Partido Comunista
Já começa a progredir
E os vários movimentos
Resolveram se unir,
Para vil exploração,
Neste planeta, abolir.

Várias correntes de idéias,
Movimentos Sociais,
Havia, entre operários
E entre intelectuais.
Depois deste Manifesto
Tornaram-se consensuais.

O movimento operário
Chamava-se comunista,
Dos intelectuais
Era o socialista.
Afora outro que havia
Chamado de anarquista.

Dizem no Manifesto
Que existia um fantasma
Rondando toda a Europa
(De medo o Estado pasma),
Que prometia dá fim,
Entre nós, num cataplasma.

Karl Marx conclama a todos
Para entrarem em ação
Unindo os trabalhadores
Sem destinção de nação
Para o fantasma passar
Á materialização.

[...]

Queremos, nós comunistas
É promover o respeito
Pondo fim na hipocrisia,
Irmandade é o nosso pleito,
Nas relações sociais,
Terá um novo conceito.

Inventaram que os comunistas
A pátria destruirão.
Operários não tem pátria
Vivendo em submissão,
Escravos da burguesia
Que domina com opressão.

Tomar o poder político
E ter a dominação,
Esse é o objetivo
Da nossa revolução.
Como somos maioria,
Somos a própria nação.

Todos os antagonismos
Não sobreviverão mais.
E o Estado socialista
Não tem marcos nacionais,
Nem as discriminações
De sexo e raciais.

[...]

O Manifesto Comunista
Em cordel
Antônio Queiroz de França

Estudantes ocupam Câmara Municipal em João Pessoa-PB em protesto contra o aumento da passagem

da redação do site www.contraoaumentojp.org
Cerca de 350 estudantes da rede estadual de ensino, universitários e trabalhadores encerraram com a Seção Ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa-PB, na última quinta-feira (24), após ocupação dos manifestantes em protesto contra o aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,90 para R$ 2,10. Desde o dia 29 de dezembro, estudantes e trabalhadores realizam manifestações contra o aumento da passagem, sendo esta a 8ª manifestação popular.
Ocupação na Câmara Municpal em João Pessoa-PB em protesto contra o aumento da tarifa de R$ 1,90 para R$ 2,10.
Os manifestantes, em sua maioria estudantes, ocuparam a Câmara portando megafones, instrumentos de batuque, cartazes e apitos, exigindo que os vereadores se posicione em relação ao aumento da tarifa de ônibus concedido pelo Prefeito Luciano Agra (PSB) em 27 de dezembro. Na ocasião, foi proposta pelo “movimento contra o aumento das passagens” a realização de uma Seção Especial no dia 18 de março para discutir não apenas o aumento da tarifa de ônibus, mas também a qualidade do serviço de transporte coletivo. Os vereadores acataram a decisão e muitos deles se posicionaram a favor do movimento.
O representante do DCE-UFPB, Enver José, afirmou que “Não iremos cruzar os braços diante do aumento das passagens. Essa não é uma reivindicação somente nossa, a classe trabalhadora também está indignada com o aumento. Um trabalhador para ir e voltar do trabalho está pagando o valor de R$ 4,20 quando muitos deles ganham apenas um salário mínimo de pouco mais que R$ 500″, exclamou, instigado os manifestantes que estava no auditório da Câmara. Uma das reclamações dos estudantes é de que o DCE/UFPB foi deliberadamente excluído da reunião ocorrida em dezembro do ano passado, que definiu o valor da tarifa de ônibus, por esta entidade se posicionar publicamente contra o aumento da tarifa de ônibus.
Após a concessão de 5 falas aos manifestantes, o movimento entregou aos vereadores o documento intitulado de “Por que somos contra o aumento da tarifa de ônibus? Os 7 motivos para sermos contra o aumento da passagem para R$ 2,10”.
A passeata depois da Câmara Municipal, seguiu pelas ruas do centro da cidade rumo ao terminal do integração onde todos os manifestantes entraram de graça pela entrada principal, fazendo a denuncia não só do aumento da passagem, mas também sobre o posto de recarga implementado no terminal ao qual afirmam ser conquista do movimento. “Os Empresários e prefeitura tentam levar para si até mesmo a implementação de um simples posto de recarga no integração. Este e mais 4 pontos de recarga que serão implementados na cidade foram conquistados após ocupação da sede da Prefeitura Municipal no dia 26 de janeiro, onde fomos recebidos pelo prefeito após muita luta. Temos que atentar a população sobre estas mentiras, mesmo que as conquistas sejam pequenas para aquilo que almejamos. Vamos continuar na luta, até a tarifa baixar, pois é só com a organização popular que é possível transformar a realidade.  Desde 2006 estão aumentando a tarifa de ônibus nas férias estudantis para tentar desmobilizar qualquer movimento contrário ao aumento das passagens, mas a Prefeitura Municipal e os empresários se surpreenderam, pois a cada dia que passa o movimento só faz crescer. Dia 18 de março estaremos novamente na Câmara Municipal e esperamos mobilizar mais estudantes.” frisou Letícia Bailão, estudante universitária.
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segunda-feira, fevereiro 28, 2011

O que a mídia esconde sobre a Líbia.

Transcorridas duas semanas das primeiras manifestações em Benghazi e Trípoli, a campanha de desinformação sobre a Líbia semeia a confusão no mundo.

Por Miguel Urbano Rodrigues, em odiario.info

Antes de mais uma certeza: as analogias com os acontecimentos da Tunísia e do Egito são descabidas. Essas rebeliões contribuíram, obviamente, para desencadear os protestos nas ruas do país vizinho de ambos, mas o processo líbio apresenta características peculiares, inseparáveis da estratégia conspirativa do imperialismo e daquilo que se pode definir como a metamorfose do líder.

Muamar Kadhafi, ao contrário de Ben Ali e de Hosni Mubarak, assumiu uma posição anti-imperialista quando tomou o poder em 1969. Aboliu uma monarquia fantoche e praticou durante décadas uma política de independência iniciada com a nacionalização do petróleo.

As suas excentricidades e o fanatismo religioso não impediram uma estratégia que promoveu o desenvolvimento econômico e reduziu desigualdades sociais chocantes. A Líbia aliou-se a países e movimentos que combatiam o imperialismo e o sionismo. Kadhafi fundou universidades e indústrias, uma agricultura florescente surgiu das areias do deserto, centenas de milhares de cidadãos tiveram pela primeira vez direito a alojamentos dignos.

O bombardeamento de Trípoli e Benghazi em l986 pela USAF demonstrou que Reagan, na Casa Branc,a identificava no líder líbio um inimigo a abater. Ao país foram aplicadas sanções pesadas.
A partir da II Guerra do Golfo, Kadhafi deu uma guinada de 180 graus. Submeteu-se a exigências do FMI, privatizou dezenas de empresas e abriu o país às grandes petrolíferas internacionais. A corrupção e o nepotismo criaram raízes na Líbia.

Washington passou a ver em Kadhafi um dirigente dialogante. Foi recebido na Europa com honras especiais; assinou contratos fabulosos com os governos de Sarkozy, Berlusconi e Brown. Mas quando o aumento de preços nas grandes cidades líbias provocou uma vaga de descontentamento, o imperialismo aproveitou a oportunidade. Concluiu que chegara o momento de se livrar de Kadhafi, um líder sempre incômodo.

As rebeliões da Tunísia e do Egito, os protestos no Bahrein e no Iêmen criaram condições muito favoráveis às primeiras manifestações na Líbia. Não foi por acaso que Benghasi surgiu como o polo da rebelião. É na Cirenaica que operam as principais transnacionais petrolíferas; ali se localizam os terminais dos oleodutos e dos gasodutos.

A brutal repressão desencadeada por Kadhafi após os primeiros protestos populares contribuiu para que estes se ampliassem, sobretudo em Benghazi. Sabe-se hoje que nessas manifestações desempenhou um papel importante a chamada Frente Nacional para a Salvação da Líbia, organização financiada pela CIA. É esclarecedor que naquela cidade tenham surgido rapidamente nas ruas a antiga bandeira da monarquia e retratos do falecido rei Idris, o chefe tribal Senussi coroado pela Inglaterra após a expulsão dos italianos. Apareceu até um “príncipe” Senussi a dar entrevistas.

A solidariedade da grande mídia dos EUA e da União Europeia com a rebelião do povo da Líbia é, porem, obviamente hipócrita. O Wall Street Journal, porta-voz da grande Finança mundial, não hesitou em sugerir em editorial (23 de fevereiro) que os EUA e a Europa deveriam ajudar os líbios a derrubar o regime de Kadhafi.

Obama, na expectativa, manteve silêncio sobre a Líbia durante seis dias; no sétimo condenou a violência, pediu sanções. Seguiu-se a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e o esperado pacote de sanções.

Alguns dirigentes progressistas latino-americanos admitiram como iminente uma intervenção militar da Otan. Tal iniciativa, perigosa e estúpida , produziria efeito negativo no mundo árabe, reforçando o sentimento anti-imperialista latente nas massas. E seria militarmente desnecessária porque o regime líbio aparentemente agoniza.

Kadhafi, ao promover uma repressão violenta, recorrendo inclusive a mercenários tchadianos (estrangeiros que nem sequer falam árabe), contribuiu para ampliar a campanha dos grandes media internacionais que projeta como heróis os organizadores da rebelião enquanto ele é apresentado como um assassino e um paranoico.

Os últimos discursos do líder líbio, irresponsáveis e agressivos, foram aliás habilmente utilizados pela mídia para o desacreditar e estimular a renúncia de ministros e diplomatas, distanciando Kadhafi cada vez mais do povo que durante décadas o respeitou e admirou.

Nestes dias é imprevisível o amanhã da Líbia, o terceiro produtor de petróleo da África, um país cujas riquezas são já amplamente controladas pelo imperialismo.

Dig Dig da viola

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola

Meu pai é um sem terra
eu sou um sem terrinha
minha mãe é um sem terra
eu sou uma sem terrinha

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola
ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola


Meu pai tem um trator
eu tenho um tratorzinho
minha tem um trator
eu tenho um tratorzinho

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola
ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola


Meu pai é um lutador
eu sou um lutadorzinho
Minha mãe é uma lutadora
eu sou uma lutadorzinha

ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola
ô dig dig dig da viola
eu quero formar uma bola

Meu pai e minha mãe é do MST
e essa luta é pra valer





Samba Social

Samba Social (to sem criatividade pro nome dela kkk)

O Karl Marx passou lá em casa com a Rosa e o Lenin pra gente chalar
E vieram com um papo bonito, que o capitalismo só faz me arrombar
Me falaram de um mundo melhor que a luta de classes vai proporcionar
Não há fome nem desigualdade e de quebra acabaram com o tal feuerbach

"Na teoria esse negócio todo é muito bonito né, mas e na prática será que dá certo???"

E vem aí o fidel Castro
Com seu amigo Che-Guevara
Que vai mudar Cuba na marra
E o mundo vai se inspirar, não há nada de errado aqui.
Não tem Ferrari, só tem fusca
Mucha Vithamina de Banana
E se você quiser ir embora 
Pode tirar o cavalinho da chuva 
porque daqui ninguém sai não - não sai não

Chinlinling Chinlinling
Olha a China Comunista
Chinlinling Chinlinling
Menos um capitalista
Chinlinling Chinlinling
Com o made in china ninguém pode
É tudo Um e Noventa e Nove
Por Xandó

Ilusão Universitária

Ilusão Universitária

Na universidade acontece muita coisa legal
Falta livro, falta professor, e a verba é estadual (ou federal)
Se num dia tem protesto no outro dia está tudo igual
E o pior é a burocracia e a impunidade legal

É o reitor que fala mal do governador
Que nega aumento pro professor
E nos desconta tudo sem pudor
É o estudante que descrente com a situação
Se torna conivente e dá seqüência a esculhambação

Laia Laia La Laia Laia
Quando vai ser respeitado o direito popular?
Laia Laia La Laia Laia
Falta ética, falta vergonha, mas sobra verba pra desviar
Por Xandó

Maraô


Maraô: Caboclo Valente do Interior
Maraô: Um homem de garra um homem de valor
Maraô: Que busca justiça sem nenhum pudor
Maraô: Chegou do agreste espalhando o terror

É assim que começa a saga de Maraô, e com o corpo fechado por um Babalaô, decidiu que a história iria mudar
 
E veio latente pegando no batente, com sua garrafa de aguardente, sem deixar a poeira baixar
E foi assim que ele surgiu
Tornou-se um mito por esse Brasil afora
Vieram coronéis de todos os lugares, para quiçá conseguir em uma só abordagem capturar o tal do Maraô
Mas, sabendo do fracasso da missão, se esconderam, se embrenharam no Planalto, os poderosos da nossa nação

Maraô: Estava cansado daquele horror
 
Maraô: Decidiu se vingar de quem sempre o explorou
Maraô: na base da faca ele legislou
Maraô: Ergueu a cabeça e o futuro enxergou

Fugindo da Burocracia, impondo respeito, correndo atrás do Direito que nunca lhe alcançou: Ele agora ganhou forças
 
Pegou político safado, latifundiário, entregou ao operário, que seu destino traçou, e agora nós temos um novo Brasil

Marâo é o povo que se libertou, que foi pro meio da rua para protestar e ao sol conseguir um lugar
 
É a massa que clama por uma vida descente, que busca o progresso tão iminente e um punhado de terra pra trabalhar

Maraô: Com caras pintadas o 7 pintou
 
Maraô: Através de greves se mobilizou
Maraô: Todo o processo ele fiscalizou
Maraô: Uma guerra de paz, uma guerra de amor... à nossa nação.
 Por Xandó

Confissões do Latinfúndio

Confissões do Latinfúndio

11 de setembro de 2009
Por onde passei,
plantei
a cerca farpada,
plantei a queimada.
Por onde passei,
plantei
a morte matada.
Por onde passei,
matei
a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...
Por onde passei,
tendo tudo em lei,
eu plantei o nada.
Pedro Casaldáliga
(Bispo retirado de Sao Felix do araguaia, MT)

domingo, fevereiro 27, 2011

Cortina de Fumaça




O longa Cortina de Fumaça é um projeto independente movido pela vontade de colaborar na construção de uma sociedade mais equilibrada e alinhada com os princípios de liberdade, diversidade e tolerância. Trata-se de um documentário ousado, sobre um tema polêmico que interessa a todos e que precisa ser debatido de forma honesta. A política de drogas no Brasil e no mundo, baseada na proibição, precisa ser repensada porque muitas de suas consequências diretas, como a violência e a corrupção, atingiram níveis inaceitáveis.

O filme fala sobre a relação entre o homem e as drogas psicoativas; revela a discordância entre a atual classificação das drogas e o conhecimento científico sobre essas substâncias; discute a situação particular da Cannabis (maconha), seu uso industrial e medicinal; levanta fatos relacionados ao surgimento dos projetos proibicionista e aponta para o colapso social que algumas cidades, como o Rio de Janeiro, vivem por causa da violência e da corrupção.

Com 94 minutos, o documentário traz informação fundamentada para o grande público através de depoimentos nacionais e internacionais. Além do Brasil, o diretor Rodrigo Mac Niven gravou na Inglaterra, Espanha, Holanda, Suíça, Argentina e Estados Unidos; visitou feiras e congressos internacionais, hospitais, prisões e instituições para conversar com médicos, neurocientistas, psiquiatras, policiais, advogados, juízes de direito, pesquisadores e representantes de movimentos civis. Dentre os 34 entrevistados, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso; o Ministro da Suprema Corte da Argentina, Raúl Zaffaroni; o ensaista e filósofo espanhol autor do tratado "Historia General de Las Drogas", Antonio Escohotado, o ex-Chefe do Estado Geral Maior do Rio de Janeiro, Jorge da Silva e o criminalista Nilo Batista.

Pelo direito de escolha.

Pelo direito de escolha

Pesquisa divulgada pelo IBOPE a pedido da ONG Católicas pelo Direito de Decidir mostra que a população brasileira acredita que nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe e que não deve ser criminalizada por abortar

Uma das eleições mais disputadas da nossa história foi marcada por uma ofensiva conservadora, que levou aos debates entre os candidatos à presidência José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) temas como união civil entre pessoas do mesmo sexo, consumo de drogas e aborto. Alguns meses depois, pelo menos uma parte da discussão não está encerrada. Uma pesquisa encomendada pela ONG Católicas pelo Direito de Decidir (CDD) ao IBOPE, realizada com 2.002 pessoas de 140 municípios brasileiros, retoma uma delas, e talvez a mais polêmica: o direito ao aborto, levando em consideração as circunstâncias em que ocorreu a gravidez.

Tema que se tornou um artifício condenável entre políticos e religiosos para sair na frente com o eleitorado, ganhou status não merecido. E se fez passar por uma decisão a ser tomada pelas instituições sociais como Igreja, Poder Judiciário, Congresso Nacional, ou Presidência da República. Mas o estudo aponta outra realidade: 61% da população acredita que a decisão sobre a interrupção da gravidez não planejada é da mulher; enquanto 5% acha que as instituições sociais é que devem dar a palavra final. Ou seja, a população pensa que a questão não deve ser tratada no âmbito público, mas sim privado e que, ironicamente, é “a instituição social que mais cria obstáculos no avanço da legislação para garantias dos direitos reprodutivos da população”, afirma Rosângela. (Clique para ver o gráfico)

Outro dado relevante da Pesquisa de Opinião Pública sobre o Aborto, divulgado pelo IBOPE/CDD, mostra que 66% da população brasileira acredita que nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe quando está em risco de morte; e para 65%, ela pode interromper uma gravidez quando o feto não tem nenhuma chance de sobreviver após o nascimento. (Veja o gráfico)

Pela legislação brasileira, o aborto já é permitido nos casos de estupro ou quando a gravidez representa risco de morte da mãe. Ainda é possível conseguir autorização judicial quando o feto é anencéfalo (sem cérebro). Mas esse caso, especificamente, ainda é uma barreira para algumas mulheres.

Em Santa Adélia, interior de São Paulo, uma mulher grávida de 12 semanas de um bebê anencéfalo, foi proibida, temporariamente, de fazer o aborto por um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Há 15 dias a mãe havia conseguido autorização para o procedimento que seria realizado na última segunda-feira 21. Num caso como esse, em que o feto não tem nenhuma chance de sobreviver após o nascimento, de acordo com o levantamento do IBOPE, 65% da população é favorável ao aborto.

O impasse e o desconforto gerados à mãe poderiam ter sido aliviados por uma decisão ainda não tomada pelo Superior Tribunal Federal (STF) onde desde 2004 tramita uma pauta sobre o aborto anencéfalo. O ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo dessa liminar, irá julga o tema em março. “Esse resultado é muito importante porque a inclusão desse permissivo legal na legislação facultaria as mulheres o direito de decidir sobre a interrupção da gravidez, independente de autorização judicial, que pode ser concedida e ter sua autorização suspensa por liminar”, acredita a coordenadora da pesquisa.

O assunto ainda caminha a passos lentos para se tornar uma questão de saúde pública apesar de estar presente entre os itens do 3º Programa Nacional deDireitos Humanos, estabelecido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2010 – alvo de críticas da CNBB e arma do PSDB contra Dilma durante a corrida presidencial.

Para Maria José Rosado, presidente da ONG Católicas, o Congresso “seria o lugar certo, mais livre da coação de grupos religiosos ou fundamentalistas, do que aconteceria na hipótese de um plebiscito. O Congresso é o fórum possível para este debate, que é uma questão de saúde pública “.

Enquanto isso, os números são alarmantes. No Sistema Único de Saúde (SUS) são realizadas 180 mil curetagens por ano, decorrente de abortos provocados, pois espontâneos não exigem internação, segundo o Ministério da Saúde. Outra estatística que demonstra a gravidade dos abortos ilegais é que chegam a causar 15% de mortes, a quarta maior causa de óbitos de grávidas no país.

A pesquisa IBOPE/CDD ainda revela que para 96% da população não é papel do governo prender as mulheres que realizam um aborto nessas condições, mas sim o de oferecer atendimento nos hospitais públicos, sendo que 48% pensa que deveria convencer a mulher a levar a gravidez adiante, oferecendo pensão alimentícia, com dinheiro arrecadado pelos impostos; 40% oferecer atendimento em hospitais para que a mulher interrompa a gravidez, caso ela queira. Outros 8% não sabm e 4% deveria prendê-la.

Compromisso com a nação. Pouco antes de tomar posse como ministra da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, Iryni Lopes criticou a criminalização do aborto. Na época afirmou que não via “como obrigar alguém a ter filho que ela não se sente em condições de ter. Ninguém defende o aborto, é respeitar uma decisão que, individualmente, a mulher venha a tomar”. Em entrevista recente ao portal Congresso em Foco, ela revelou mais cuidado ao tratar do assunto. “Eu cumprirei a orientação do governo, cumprimento da lei. Foi esse o compromisso que a Dilma fez com a nação. Nenhuma legislação nova sobre o aborto será enviada ao Congresso”.

Religião. Quando levada em consideração a religião dos participantes da pesquisa, verificou-se que os que se declaram da religião evangélica são menos permissivos ao aborto, quando comparados com as pessoas das outras religiões ou sem religião. Os católicos mostraram ter posição mais favorável ao aborto do que as pessoas de outras denominações religiosas, com exceção dos sem religião ou que se recusaram a declarar a religião, o que mostra divergência de pensamento em relação ao da instituição religiosa a que pertencem que, reiteradamente, tem se posicionado de forma contrária ao direito de decidir das mulheres, tão apregoado durante a campanha eleitoral à presidência por uma parcela da igreja.

A pesquisa fez três perguntas de múltipla escolha. Veja todos os resultados nos gráficos abaixo.

fonte: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/pelo-direito-de-escolha




Gonzaguinha e a luta dessa juventude que segue em frente.


Há vinte anos um acidente de carro tirou Gonzaguinha (1945-1991) do convívio dos brasileiros mas sua música continua inspirando mentes e corações

Por José Carlos Ruy

Um acidente de carro ocorrido em Renascença, interior do Paraná, em 29 de abril de 1991, tirou do convívio dos brasileiros um dos compositores que havia se destacado, desde o inicio da carreira, na resistência à ditadura militar. Tinha 45 anos de idade e trazia, no nome, uma lenda – Luiz Gonzaga – e, no coração, a forte ligação com o povo. Era Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, filho do rei do baião e da cantora do Dancing Brasil, Odaléia Guedes dos Santos.

"Venho de Odaléia, uma profissional daquelas que furam cartão e de vez em quando sobem no palco; ela cruzou com meu pai e de repente eu vim", disse um dia.

Mal conheceu os pais na infância: perdeu a mãe quanto tinha dois anos de idade, e foi criado pelos padrinhos Dina e Xavier, que viviam no Rio de Janeiro, entre as calçadas de Copacabana e o morro de São Carlos. Só passou a conviver com o pai aos 16 anos de idade quando foi morar com ele para poder estudar.

Foi autor de uma série de canções que ecoam a resistência democrática, a luta pela anistia, a conquista de um Brasil dos brasileiros e para os brasileiros. O duro aprendizado das ruas e da luta pela vida (desde pequeno ganhava alguns trocados carregando sacolas nas feiras, por exemplo) inspirou canções que ficaram no coração do povo e também nos arquivos da censura.

Desde o inicio, com o sucesso de Comportamento Geral (1973), era um dos principais alvos dos homens da tesoura. Em uma ocasião, no inicio dos anos 70, submeteu ao DOPS (Departamento de Ordem Pública e Social) 72 canções das quais 54 foram proibidas, entre elas Comportamento Geral.

Pioneiro em turnês independentes pelo Brasil, descobriu a importância da obra do pai, e o reconhecimento popular que ela tinha – descoberta comemorada com um show memorável de 1981, "Vida de Viajante", que representou o reencontro destes dois gigantes da música brasileira.




O que é? o que é?

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

sábado, fevereiro 26, 2011

O MANIFESTO COMUNISTA EM CORDEL

Os economistas, filósofos e socialistas alemães Karl Marx e Frederich Engels tem, pela primeira vez, suas idéias lançadas em poemas de cordel pelo poeta popular cearense Antônio Queiroz de França.

Em 1844, Marx conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados.

Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto "O Manifesto Comunista", primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Agora sua versão em cordel contitui-se em um marco na Literatura Brasileira.

O lançamento é da Editora Tupynanquim, do Ceará, em parceria com a Associação dos Escritores, Trovadores e Folheteiros do Estado do Ceará - Aestrofe. "O Manifesto Comunista em Cordel" está sendo lançado, neste momento, na Bienal do Livro de Natal, Rio Grande do Norte, que termina nesta sexta-feira.

Antônio Queiroz de França nasceu no dia 22 de junho de 1948 em Jaguaretama (Ceará), é autodidata e mora em Maracanaú (Ceará) desde 1972.

Em 2003, teve um cordel de sua autoria classificado no II Concurso Paulista de Literatura de Cordel.

É um dos diretores da Sopoema - Sociedade dos Poetas e Escritores e Folheteiros do Estado do Ceará.

Além deste folheto, já publicou os seguintes títulos: "Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos" (em parceria com o poeta Rouxinol do Rinaré), "A História da Heroína Olga Benário", "Luiz Carlos Prestes - O Cavaleiro da Esperança", "As aventuras do guerrilheiro Che Guevara", dentre outros.

Trechos de "O Manifesto Comunista em Cordel":

Pensadores, sociólogos,
Cientistas sociaisi
Preocupem-se com o Homem
Este "rei dos animais"
Que cultiva o egoísmo,
Da ética não lembra mais.

Devido à desigualdade
Estudam a economia
E chegaram à conclusão
Que a poucos privilegia
Sem o mínimo pra ter vida
Sofre a grande maioria.

Fizeram a divisão
Após "estudos profundos":
"Primeiro mundo" dos ricos,
"Terceiro" dos moribundos.
Os pobres escravizados
Por burgueses dos dois mundos.

Um grande gênio alemão
E um outro camarada
Prepararam uma tese
Da humanidade estudada
E descobriram a causa
Da fome verificada.

Foi de Karl Marx e Engels
A grande ação humanista
Quando lançaram ao mundo
O Manifesto Comunista,
Dizendo que nosso grito
Necessita ser conquista.

Em mil e oitocentos e
Quarenta e sete emitiram
Na liga dos comunistas
Em congresso decidiram,
O Manifesto dos pobres
Marx e Engels redigiram.

Feito de forma eclética
Une anticapitalistas
Da grande Liga Operária
Os quais eram comunistas
Que faziam um consenso
Com os irmãos anarquistas.

Quando a vida virou luxo
Neste tal Planeta Terra
Onde poucos vivem bem.
Pra se manter fazem guerra
Sobre muitos que produzem
Nova escravidão se encerra.

Gera insensibilidade
Em todos desde a infância:
Nos ricos por vaidade,
É causada por ganância;
Nos pobres pela miséria,
A causa é ignorância.

Sobre os nossos ombros pesa
A responsabilidade
Entre o nosso segmento
Com solidariedade.

O Partido Comunista
Já começa a progredir
E os vários movimentos
Resolveram se unir,
Para vil exploração,
Neste planeta, abolir.

Várias correntes de idéias,
Movimentos Sociais,
Havia, entre operários
E entre intelectuais.
Depois deste Manifesto
Tornaram-se consensuais.

O movimento operário
Chamava-se comunista,
Dos intelectuais
Era o socialista.
Afora outro que havia
Chamado de anarquista.

Dizem no Manifesto
Que existia um fantasma
Rondando toda a Europa
(De medo o Estado pasma),
Que prometia dá fim,
Entre nós, num cataplasma.

Karl Marx conclama a todos
Para entrarem em ação
Unindo os trabalhadores
Sem destinção de nação
Para o fantasma passar
Á materialização.

[...]

Queremos, nós comunistas
É promover o respeito
Pondo fim na hipocrisia,
Irmandade é o nosso pleito,
Nas relações sociais,
Terá um novo conceito.

Inventaram que os comunistas
A pátria destruirão.
Operários não tem pátria
Vivendo em submissão,
Escravos da burguesia
Que domina com opressão.

Tomar o poder político
E ter a dominação,
Esse é o objetivo
Da nossa revolução.
Como somos maioria,
Somos a própria nação.

Todos os antagonismos
Não sobreviverão mais.
E o Estado socialista
Não tem marcos nacionais,
Nem as discriminações
De sexo e raciais.

[...]

O Manifesto Comunista
Em cordel
Antônio Queiroz de França

Estudantes ocupam Câmara Municipal em João Pessoa-PB em protesto contra o aumento da passagem

da redação do site www.contraoaumentojp.org
Cerca de 350 estudantes da rede estadual de ensino, universitários e trabalhadores encerraram com a Seção Ordinária da Câmara Municipal de João Pessoa-PB, na última quinta-feira (24), após ocupação dos manifestantes em protesto contra o aumento da tarifa de ônibus de R$ 1,90 para R$ 2,10. Desde o dia 29 de dezembro, estudantes e trabalhadores realizam manifestações contra o aumento da passagem, sendo esta a 8ª manifestação popular.
Ocupação na Câmara Municpal em João Pessoa-PB em protesto contra o aumento da tarifa de R$ 1,90 para R$ 2,10.
Os manifestantes, em sua maioria estudantes, ocuparam a Câmara portando megafones, instrumentos de batuque, cartazes e apitos, exigindo que os vereadores se posicione em relação ao aumento da tarifa de ônibus concedido pelo Prefeito Luciano Agra (PSB) em 27 de dezembro. Na ocasião, foi proposta pelo “movimento contra o aumento das passagens” a realização de uma Seção Especial no dia 18 de março para discutir não apenas o aumento da tarifa de ônibus, mas também a qualidade do serviço de transporte coletivo. Os vereadores acataram a decisão e muitos deles se posicionaram a favor do movimento.
O representante do DCE-UFPB, Enver José, afirmou que “Não iremos cruzar os braços diante do aumento das passagens. Essa não é uma reivindicação somente nossa, a classe trabalhadora também está indignada com o aumento. Um trabalhador para ir e voltar do trabalho está pagando o valor de R$ 4,20 quando muitos deles ganham apenas um salário mínimo de pouco mais que R$ 500″, exclamou, instigado os manifestantes que estava no auditório da Câmara. Uma das reclamações dos estudantes é de que o DCE/UFPB foi deliberadamente excluído da reunião ocorrida em dezembro do ano passado, que definiu o valor da tarifa de ônibus, por esta entidade se posicionar publicamente contra o aumento da tarifa de ônibus.
Após a concessão de 5 falas aos manifestantes, o movimento entregou aos vereadores o documento intitulado de “Por que somos contra o aumento da tarifa de ônibus? Os 7 motivos para sermos contra o aumento da passagem para R$ 2,10”.
A passeata depois da Câmara Municipal, seguiu pelas ruas do centro da cidade rumo ao terminal do integração onde todos os manifestantes entraram de graça pela entrada principal, fazendo a denuncia não só do aumento da passagem, mas também sobre o posto de recarga implementado no terminal ao qual afirmam ser conquista do movimento. “Os Empresários e prefeitura tentam levar para si até mesmo a implementação de um simples posto de recarga no integração. Este e mais 4 pontos de recarga que serão implementados na cidade foram conquistados após ocupação da sede da Prefeitura Municipal no dia 26 de janeiro, onde fomos recebidos pelo prefeito após muita luta. Temos que atentar a população sobre estas mentiras, mesmo que as conquistas sejam pequenas para aquilo que almejamos. Vamos continuar na luta, até a tarifa baixar, pois é só com a organização popular que é possível transformar a realidade.  Desde 2006 estão aumentando a tarifa de ônibus nas férias estudantis para tentar desmobilizar qualquer movimento contrário ao aumento das passagens, mas a Prefeitura Municipal e os empresários se surpreenderam, pois a cada dia que passa o movimento só faz crescer. Dia 18 de março estaremos novamente na Câmara Municipal e esperamos mobilizar mais estudantes.” frisou Letícia Bailão, estudante universitária.
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