quinta-feira, abril 29, 2010

Estudantes da UFPB realizam ato político, são agredidos e têm equipamentos roubados








Na noite desta quarta-feira (28), um ato político realizado por estudantes da Universidade Federal da Paraíba culminou em agressões e roubo de equipamento eletrônico. Durante a manifestação, os estudantes exigiram a realização de novas eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE), além da prestação de contas da entidade.
De acordo com o estudante Felipe Baunilha, “o início da manifestação ocorreu de forma pacífica, através da ocupação da sede do DCE e posterior diálogo com instâncias e entidades da Universidade, exigindo a realização de novas eleições e a prestação de contas do diretório”. Ainda segundo Baunilha, “no decorrer da manifestação, estudantes que fazem parte da atual diretoria do DCE iniciaram uma série de provocações e ameaças aos participantes da atividade”.
Ao término do ato, após a desocupação da sede do diretório, membros da gestão denominada “Chega de Conversa” cercaram o espaço físico da entidade e atacaram os participantes da manifestação, roubando a câmera filmadora utilizada para o registro da atividade e agredindo os estudantes presentes. Para o estudante Pedro Daniel, “são atitudes como estas que colaboram com o distanciamento e a apatia da comunidade acadêmica em relação à política e ao movimento estudantil. Espancaram um companheiro enquanto ele estava caído no chão, e não obstantes roubaram uma câmera com a fita que continha alguns momentos da manifestação”, explicou.
Os estudantes que realizaram a ocupação do DCE ainda encontram-se na universidade e garantem ficar em vigília até a manhã de hoje (29), quando será realizada uma Plenária Estudantil a partir das 11h, no Centro de Vivências, com o objetivo discutir as problemáticas enfrentadas pelos estudantes e demandas relacionadas ao Diretório Central dos Estudantes.

Histórico – Eleita em fevereiro de 2009, a gestão “Chega de Conversa” vem atuando a dois meses no Diretório Central dos Estudantes sem a legitimidade do processo eleitoral. Findada em fevereiro deste ano, o grupo nega-se a desocupar a sede da entidade, além de não prestar contas da movimentação financeira dos últimos quinze meses. De acordo com o levantamento realizado pelos próprios estudantes, cerca de R$ 300.000,00 circularam pelo DCE sem que os discentes tivessem acesso ao destino e investimento do dinheiro.
Um fato curioso destacado pelos manifestantes é a possível candidatura do atual presidente da entidade, Lucas Pereira, que pretende lançar-se candidato à Assembléia Legislativa pelo Partido Democratas e que, ainda de acordo com depoimentos, vem construindo sua campanha a partir da utilização do diretório estudantil.

sábado, abril 10, 2010

Participação Política

"Não gosto de Política" "Política e religião não se descute"... É muito comum ouvirmos em nosso dia-a-dia frases como essas ditas por pessoas de origens diferentes. De modo geral, elas refletem a imagem que muitos brasileiros têm da política: que se trata de algo desinteressante, inútil, fora do nosso alcance e sempre aberto à corrupção.


Será que política pode se resumir ou reduzir a isso? E nós devemos manter distância dela? Temos realmente de deixar essa atividade nas mãos de políticos profissionais?

Como fica nossa participação no processo de tomada de decisões, processo que está na essência mesma da política?

A sociedade em que vivemos é bastate diversificada e está longe de ser homogênea. Nem sempre os anseios de um grupo social coincidem com os de outros. Muitas vezes eles sao divergentes, contraditórios ou mesmo antagônicos. Como definir qual deve prevalever? Foi pensando em questões como essas que o ser humano inventou a política. Por meio delas, as pessoas ou seus representantes discutem ideias, expõe argumentos e decidem que propostas dever ser postas em práticas, prevalecendo a maioria. Nesse processo, os grupos mais articulados e coesos, ou aqueles que dispõe de mais recursos, contamvcom maiores possibilidades de fazer aprovar suas proostas.



Um exemplo atual de articulação de grupos e movimentos sociais é pela concretização do Plano Nacional de Direitos Humanos 3 - PNDH 3 - sofrendo alta pressão da Igreja, dos grandes latifundiários, militares e toda a elite conservadora, os movimentos sociais se uniram, entre eles o Movimento Feminista, que luta pela legalização do aborto; O MST, que luta pela Reforma Agrária tão almejada; os torturados na Ditatura Militar e os que tem parentes desaparecidos pela a espera abertura dos documentos que depois de 46 anos são guardados a sete chaves; e o mivmento dos direitos humanos pelo respeito da mídia a todos, lutando contra o preconceito. Cada um lutando por seu direito seria mais demorado a concretização, e se chegasse a acontecer, mas todos lutado por um objetivo, ganham mais força.



Em 2 de março de 2005. Deficientes físicos em cadeiras de rodas comemoram a aprovação de projeto legalizando as pesquisas com célula-tronco, num claro exemplo de participação de grupos sociais no processo político para fazer valer seus direitos.



Os textos a seguir discutemb a questão da participação política. O primeiro é da professora de filosofia Marilena Chauí. O outro é um poema de Bertolt Brecht (1898 - 1956), um dos mais importantes escritores alemães do século XX.



APATIA SOCIAL E POLÍTICA



As pessoas que (...) não querem ouvir falar em política, recusam-se a participar de atividades sociais que possam ter finalidade ou cunho político e afastam-se de tudo quanto atividades políticas, mesmo tais pessoas, com seu isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois estão deixando que as coisas fiquem como estão e, portanto que a política existente continue como é. O paradoxo, portanto, está em que, ao recusar a política, a apatia social também é uma forma de fazer política, ainda que de forma passiva.

(Marilena Chauí. Convite à Filosofia, 13 ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 348.)







O ANALFABETO POLÍTICO



O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe. da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões de políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgula e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menos abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e locaio das empresas nacionais e multinacionais.



(Bertolt Brecht)

quinta-feira, abril 08, 2010

A capacidade administrativa feminina



Uma mulher andava na beira de um rio, quando viu um sapo preso em uns galhos pedindo socorro. Quando ela chegou perto, ele disse: Me salva que eu realizo 03 desejos, mas tudo que eu der a você, seu marido ganhará 10 vezes mais. Ela pensou um pouco, mas topou! 

1º Desejo

Mulher : Quero ser mUUUito, mas mUUUito rica.
Sapo : Ok, mas lembre-se que seu marido será 10 vezes mais rico.
Mulher: Não tem importância, tudo que é meu é dele, e tudo que é dele é meu... E ela se tornou muito rica. 

2º Desejo
:
Mulher : Quero ser muUUUUito, mas muuuuito bonita.
Sapo : Ok, mas a mulherada vai cair em cima do seu marido porque ele vai ser 10 vezes mais bonito que você.
Mulher : Não tem problema. E ela se tornou rica e maravilhooooosa. Ele também. 
  

Enfim, o 3º desejo
 :
Mulher : Quero ter um enfartezinho bem pequenininho... Só um susto!...
Sapo : (mudo)

'Nunca subestime a capacidade administrativa de uma mulher !!

O golpe cívico-militar foi esquecido




O golpe cívico-militar foi esquecido   


No Brasil, nem sempre foi assim. Lembro que na segunda metade dos anos ’80, ainda no Rio de Janeiro, a Associação Municipal de Estudantes Secundaristas (AMES) convocava a Semana Edson Luís, recordando o estudante assassinado pela ditadura em 28 de março de 1968 em um conflito no restaurante Calabouço. O ápice se realizava no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO), da Faculdade de Direito da UFRJ, quando em 31 de março era organizado o Enterro do Golpe. Estes momentos, fazendo política através do simbólico, marcavam a têmpera das minorias mobilizadas e também refletiam um grau de antagonismo ainda latente. E porque não se manteve a luta pela memória revivida?

Ao não encontrar suficientes fatores explicativos na política interna de um país, cabe ao analista buscar algum marco comparativo continental. O que leva nossos vizinhos a carregar de sentido estas lutas? Há um padrão nos protestos anti-golpe, quando argentinos saem às ruas em 24 de março, uruguaios em 27 de junho e chilenos em 11 de setembro. Em todas estas datas existe a presença de continuidade política e bandeiras contemporâneas. Uma destas bandeiras é a permanente luta reivindicativa por Verdade, Memória, Justiça e Punição a todos os responsáveis pelos crimes de lesa-humanidade, não importando sua patente, cargo ou função à época. Já a continuidade na política se faz notar por agrupações, correntes, movimentos ou partidos a reivindicar seus mortos pela repressão. A ação coletiva depende de elementos de unidade e reconhecimento mútuo. Do contrário, ninguém se move. Um ritual fúnebre da liturgia de esquerda do Cone Sul é o de levar cartazes e faixas com rostos de mártires e desaparecidos políticos. É como afirmar que ninguém tem o direito ao esquecimento.

Já as esquerdas brasileiras, em geral, têm uma concepção de curto prazo que as impede identificar causas de tipo unitário e com potencial agregador. Tal se verifica na presença de arenistas no governo do ex-sindicalista e, pela conseqüente falta de uma conseqüente política de Direitos Humanos. No Brasil, os que padeceram nos porões ou morreram em situações de confronto também são esquecidos por aqueles que deveriam reivindicá-los. Nas duras regras do jogo político, o pragmatismo inescrupuloso é coveiro da história.
Estratégia & Análise: a política, a economia e a ideologia na ponta da adaga.

quinta-feira, abril 29, 2010

Estudantes da UFPB realizam ato político, são agredidos e têm equipamentos roubados








Na noite desta quarta-feira (28), um ato político realizado por estudantes da Universidade Federal da Paraíba culminou em agressões e roubo de equipamento eletrônico. Durante a manifestação, os estudantes exigiram a realização de novas eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE), além da prestação de contas da entidade.
De acordo com o estudante Felipe Baunilha, “o início da manifestação ocorreu de forma pacífica, através da ocupação da sede do DCE e posterior diálogo com instâncias e entidades da Universidade, exigindo a realização de novas eleições e a prestação de contas do diretório”. Ainda segundo Baunilha, “no decorrer da manifestação, estudantes que fazem parte da atual diretoria do DCE iniciaram uma série de provocações e ameaças aos participantes da atividade”.
Ao término do ato, após a desocupação da sede do diretório, membros da gestão denominada “Chega de Conversa” cercaram o espaço físico da entidade e atacaram os participantes da manifestação, roubando a câmera filmadora utilizada para o registro da atividade e agredindo os estudantes presentes. Para o estudante Pedro Daniel, “são atitudes como estas que colaboram com o distanciamento e a apatia da comunidade acadêmica em relação à política e ao movimento estudantil. Espancaram um companheiro enquanto ele estava caído no chão, e não obstantes roubaram uma câmera com a fita que continha alguns momentos da manifestação”, explicou.
Os estudantes que realizaram a ocupação do DCE ainda encontram-se na universidade e garantem ficar em vigília até a manhã de hoje (29), quando será realizada uma Plenária Estudantil a partir das 11h, no Centro de Vivências, com o objetivo discutir as problemáticas enfrentadas pelos estudantes e demandas relacionadas ao Diretório Central dos Estudantes.

Histórico – Eleita em fevereiro de 2009, a gestão “Chega de Conversa” vem atuando a dois meses no Diretório Central dos Estudantes sem a legitimidade do processo eleitoral. Findada em fevereiro deste ano, o grupo nega-se a desocupar a sede da entidade, além de não prestar contas da movimentação financeira dos últimos quinze meses. De acordo com o levantamento realizado pelos próprios estudantes, cerca de R$ 300.000,00 circularam pelo DCE sem que os discentes tivessem acesso ao destino e investimento do dinheiro.
Um fato curioso destacado pelos manifestantes é a possível candidatura do atual presidente da entidade, Lucas Pereira, que pretende lançar-se candidato à Assembléia Legislativa pelo Partido Democratas e que, ainda de acordo com depoimentos, vem construindo sua campanha a partir da utilização do diretório estudantil.

sábado, abril 10, 2010

Participação Política

"Não gosto de Política" "Política e religião não se descute"... É muito comum ouvirmos em nosso dia-a-dia frases como essas ditas por pessoas de origens diferentes. De modo geral, elas refletem a imagem que muitos brasileiros têm da política: que se trata de algo desinteressante, inútil, fora do nosso alcance e sempre aberto à corrupção.


Será que política pode se resumir ou reduzir a isso? E nós devemos manter distância dela? Temos realmente de deixar essa atividade nas mãos de políticos profissionais?

Como fica nossa participação no processo de tomada de decisões, processo que está na essência mesma da política?

A sociedade em que vivemos é bastate diversificada e está longe de ser homogênea. Nem sempre os anseios de um grupo social coincidem com os de outros. Muitas vezes eles sao divergentes, contraditórios ou mesmo antagônicos. Como definir qual deve prevalever? Foi pensando em questões como essas que o ser humano inventou a política. Por meio delas, as pessoas ou seus representantes discutem ideias, expõe argumentos e decidem que propostas dever ser postas em práticas, prevalecendo a maioria. Nesse processo, os grupos mais articulados e coesos, ou aqueles que dispõe de mais recursos, contamvcom maiores possibilidades de fazer aprovar suas proostas.



Um exemplo atual de articulação de grupos e movimentos sociais é pela concretização do Plano Nacional de Direitos Humanos 3 - PNDH 3 - sofrendo alta pressão da Igreja, dos grandes latifundiários, militares e toda a elite conservadora, os movimentos sociais se uniram, entre eles o Movimento Feminista, que luta pela legalização do aborto; O MST, que luta pela Reforma Agrária tão almejada; os torturados na Ditatura Militar e os que tem parentes desaparecidos pela a espera abertura dos documentos que depois de 46 anos são guardados a sete chaves; e o mivmento dos direitos humanos pelo respeito da mídia a todos, lutando contra o preconceito. Cada um lutando por seu direito seria mais demorado a concretização, e se chegasse a acontecer, mas todos lutado por um objetivo, ganham mais força.



Em 2 de março de 2005. Deficientes físicos em cadeiras de rodas comemoram a aprovação de projeto legalizando as pesquisas com célula-tronco, num claro exemplo de participação de grupos sociais no processo político para fazer valer seus direitos.



Os textos a seguir discutemb a questão da participação política. O primeiro é da professora de filosofia Marilena Chauí. O outro é um poema de Bertolt Brecht (1898 - 1956), um dos mais importantes escritores alemães do século XX.



APATIA SOCIAL E POLÍTICA



As pessoas que (...) não querem ouvir falar em política, recusam-se a participar de atividades sociais que possam ter finalidade ou cunho político e afastam-se de tudo quanto atividades políticas, mesmo tais pessoas, com seu isolamento e sua recusa, estão fazendo política, pois estão deixando que as coisas fiquem como estão e, portanto que a política existente continue como é. O paradoxo, portanto, está em que, ao recusar a política, a apatia social também é uma forma de fazer política, ainda que de forma passiva.

(Marilena Chauí. Convite à Filosofia, 13 ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 348.)







O ANALFABETO POLÍTICO



O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe. da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões de políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgula e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menos abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e locaio das empresas nacionais e multinacionais.



(Bertolt Brecht)

quinta-feira, abril 08, 2010

A capacidade administrativa feminina



Uma mulher andava na beira de um rio, quando viu um sapo preso em uns galhos pedindo socorro. Quando ela chegou perto, ele disse: Me salva que eu realizo 03 desejos, mas tudo que eu der a você, seu marido ganhará 10 vezes mais. Ela pensou um pouco, mas topou! 

1º Desejo

Mulher : Quero ser mUUUito, mas mUUUito rica.
Sapo : Ok, mas lembre-se que seu marido será 10 vezes mais rico.
Mulher: Não tem importância, tudo que é meu é dele, e tudo que é dele é meu... E ela se tornou muito rica. 

2º Desejo
:
Mulher : Quero ser muUUUUito, mas muuuuito bonita.
Sapo : Ok, mas a mulherada vai cair em cima do seu marido porque ele vai ser 10 vezes mais bonito que você.
Mulher : Não tem problema. E ela se tornou rica e maravilhooooosa. Ele também. 
  

Enfim, o 3º desejo
 :
Mulher : Quero ter um enfartezinho bem pequenininho... Só um susto!...
Sapo : (mudo)

'Nunca subestime a capacidade administrativa de uma mulher !!

O golpe cívico-militar foi esquecido




O golpe cívico-militar foi esquecido   


No Brasil, nem sempre foi assim. Lembro que na segunda metade dos anos ’80, ainda no Rio de Janeiro, a Associação Municipal de Estudantes Secundaristas (AMES) convocava a Semana Edson Luís, recordando o estudante assassinado pela ditadura em 28 de março de 1968 em um conflito no restaurante Calabouço. O ápice se realizava no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira (CACO), da Faculdade de Direito da UFRJ, quando em 31 de março era organizado o Enterro do Golpe. Estes momentos, fazendo política através do simbólico, marcavam a têmpera das minorias mobilizadas e também refletiam um grau de antagonismo ainda latente. E porque não se manteve a luta pela memória revivida?

Ao não encontrar suficientes fatores explicativos na política interna de um país, cabe ao analista buscar algum marco comparativo continental. O que leva nossos vizinhos a carregar de sentido estas lutas? Há um padrão nos protestos anti-golpe, quando argentinos saem às ruas em 24 de março, uruguaios em 27 de junho e chilenos em 11 de setembro. Em todas estas datas existe a presença de continuidade política e bandeiras contemporâneas. Uma destas bandeiras é a permanente luta reivindicativa por Verdade, Memória, Justiça e Punição a todos os responsáveis pelos crimes de lesa-humanidade, não importando sua patente, cargo ou função à época. Já a continuidade na política se faz notar por agrupações, correntes, movimentos ou partidos a reivindicar seus mortos pela repressão. A ação coletiva depende de elementos de unidade e reconhecimento mútuo. Do contrário, ninguém se move. Um ritual fúnebre da liturgia de esquerda do Cone Sul é o de levar cartazes e faixas com rostos de mártires e desaparecidos políticos. É como afirmar que ninguém tem o direito ao esquecimento.

Já as esquerdas brasileiras, em geral, têm uma concepção de curto prazo que as impede identificar causas de tipo unitário e com potencial agregador. Tal se verifica na presença de arenistas no governo do ex-sindicalista e, pela conseqüente falta de uma conseqüente política de Direitos Humanos. No Brasil, os que padeceram nos porões ou morreram em situações de confronto também são esquecidos por aqueles que deveriam reivindicá-los. Nas duras regras do jogo político, o pragmatismo inescrupuloso é coveiro da história.
Estratégia & Análise: a política, a economia e a ideologia na ponta da adaga.