sábado, outubro 30, 2010

O Direito ao Desemprego Criador/ Bacia das Almas

O direito ao desemprego criador

A partir daí tento mostrar à maioria que a diferença é que nossas casas são centros de consumo, enquanto as de nossas avós e bisavós eram centros de produção. Comida, roupas, energia, insumos, decoração, presentes e objetos de uso eram produzidos nas casas. Quase tudo que a família precisava estava ao alcance das mãos – de habilidosas mãos – que não só produziam, mas também consertavam, mantinham e adaptavam a novos usos quando algo se tornava definitivamente irrecuperável.

[...]

Veja bem: tudo que entra em casa gera embalagem e sai na forma de poluição. Nada fica, nada é aproveitado, tudo é jogado fora, como se “fora” existisse. Para tantos que falam de jogar algo fora, deve existir uma mágica no universo, uma vez que “fora” significaria uma espécie de buraco negro onde tudo sumiria, Emprego polui.quando de fato o que ocorre é que nosso “fora” significa que algo que não queremos deva ser lançado na cabeça de outra pessoa, de outro sistema ou de outra vizinhança. Transformamos o ciclo da vida em cadeia de geração de lixo. E nos prendemos nessas correntes intermináveis que acabam por nos envenenar corpos e mentes.

Para termos acesso a essa cadeia, buscamos dinheiro, e para obtê-lo nos submetemos a mais emprego. Nos coisificamos – reificamos segundo Marx – viramos peça de engrenagem e para manejar a situação buscamos ter mais e melhores empregos e com isso criamos muita poluição. Além de transformar a cadeia em algemas para a vida toda.

Para empregarmo-nos temos dois carros por família, ou usamos muito transporte de massa. Comemos comida pronta para ganhar tempo, inflamos as praças de alimentação de cada Shopping Center, onde produz-se em média dois contêineres por dia de restos de alimento que irão apodrecer em um aterro sanitário. A cada refeição geramos saquinhos plásticos, colheres plásticas, copos plásticos, facas plásticas e muito papel, energia e barulho que acompanham cada empregado, ou executivo, enquanto usufrui de sua ração diária. Nossos filhos vão a escolas e geram mais engarrafamento e stress, mais transportes, mais lanchinhos, embalagens e mais embalagens. Como a comida deve ser fácil e rápida, snacks entram no lugar de frutas ou pães, e com isso mais embalagens. Máquinas e mais máquinas, roupas compradas em lojas, e tudo que nos auxilia a consumir mais, ter melhor aparência e adequarmos nossa vida ao emprego, polui e acelera o sistema. E como pagamento por nosso esforço, ganhamos dinheiro, para comprar mais, gastar mais e poluir mais.

Emprego polui. E só nos empregamos por que não sabemos fazer outra coisa a não ser gerar dinheiro, para comprar mais e fazer menos. E no meio disso, para obtermos a impressão de descanso, nos entretemos diante de alguma bobagem, para que o consumo nos tenha entre tempos. Nos divertimos, para que nossa mente divirja daquilo que é importante. Saímos em grupos, para não sermos importunados pela família. Ligamos a TV para desligarmos a mente daquilo que nos oprime.

Uma boa medida para combater a extrema poluição que assola nosso planeta seria a busca do direito ao desemprego criador.


O impenitente Claudio Oliver,
que não se cansa de me atormentar
e pode ser encontrado na rua com Deus


sexta-feira, outubro 29, 2010

Assine você também

Meus Amigos / Minhas Amigas, 

Acabei de ler e assinar o abaixo-assinado online: «Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.» 

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2009N5 

Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que você também pode concordar. 

Assine o abaixo-assinado e divulgue para seus contatos. Vamos juntos fazer democracia!

Obrigado, 
Shellen Batista Galdino 

Campanha de "conscientização" dos militantes do PSDB

Sei que é difícil achar um "militante" do PSDB, mas se você encontrar um, desenhe isso pra ele, par que ele possa entender como funciona o esquema! Já que eles defendem a democracia né kkk!

quarta-feira, outubro 27, 2010

POSICIONAMENTO DA ENESSO REGIÃO VII SOBRE O ENADE E REFORMA UNIVERSITÁRIA



A ofensiva neoliberal atinge todos os setores da sociedade, com a educação não é diferente, a lógica de Estado mínimo faz com que o ensino ganhe estatus de mercadoria e para se ter acesso precisa pagar, geralmente são as camadas mais pobres da sociedade que banca esse ônus do capital. No Brasil a Reforma Universitária teve inicio no governo Collor, ganhou força no governo FHC e prosseguiu durante todo governo Lula com a implantação do REUNI ou Universidade Nova e o PROUNI (Programa Universidade Para Todos), os cortes violentos no orçamento voltado para a educação e a aplicação de dinheiro público nas universidades privadas expressa todo processo de contra reforma que ocorre no ensino superior há mais de 20 anos. O que questionamos não é o acesso que os estudantes da classe trabalhadora tiveram ao ensino superior e sim como foi e está sendo esse acesso e a qualidade de ensino oferecido a esses estudantes. Por isso que a nossa luta é por uma universidade popular, pública, gratuita, de qualidade e laica para todos, onde sua produção de conhecimento seja de fato voltada para a classe trabalhadora, para a nossa CLASSE!
O Exame Nacional de Desempenho do Estudante - ENADE é mais uma das medidas dessa contra reforma universitária que tende a mascarar a realidade das universidades, seja pública ou privada. Esse exame corresponde apenas 20% da avaliação institucional e é tido por muitas universidades como principal forma de avaliação, sendo assim transfere aos estudantes toda responsabilidade de uma avaliação positiva da instituição onde estuda.
          Vale destacar que o ENADE está dentro de uma estrutura maior que se chama Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES que prevê três etapas de avaliação, a estrutura física (acessibilidade, salas de aula, biblioteca etc), suporte institucional (pesquisa, extensão, corpo docente). Esse exame mostra apenas um recorte pontual de cada Instituição de Ensino Superior - IES e isso não ajuda na luta contra a precarização do ensino, além de desrespeitar a regionalidade dos estudantes.
Não somos contra uma avaliação critica das IES, somos contra a esse modelo de avaliação que se apresenta, devemos fazer uma reflexão sobre um exame que só serve para omitir todo processo de precarização do ensino, bem como ranquear as universidades que vendem suas notas do ENADE como sinônimo de qualidade de ensino, o que não é verdade!
Entendemos todas as dificuldades que os estudantes da Região VII (estado de São Paulo) têm em boicotar o ENADE, mas somente através desse posicionamento político iremos obrigar o Ministério da Educação – MEC a avaliar de fato as instituições, claro que nós enqunato estudantes precisamos continuar exigindo um posicionamento firme do MEC com relação as IES, caso o mesmo não o tenha!

Michelle Dias
Coordenação Regional - ENESSO
Região VII


 
NÃO SE DEIXE ENGANAR!

Saiba o que diz a Lei nº 10.861/04 sobre o ENADE. 

A minha nota aparecerá no histórico escolar?
Não. Segundo o Artigo 5º, Parágrafo 5º da Lei nº 10.861/04, constará no histórico escolar somente se o estudante foi selecionado e se compareceu à prova. Por isso é muito importante que todos compareçam à prova para zerá-la.

A minha nota será divulgada?
Não. Segundo o Artigo 5º, Parágrafo 9º da Lei nº 10.861/04, a nota será entregue individualmente a cada estudante que realizou a prova, através de correspondência enviada à residência do estudante pelo INEP (órgão vinculado ao Ministério da Educação), sendo vedada qualquer identificação nominal do resultado obtido por cada um. Nem a universidade tem acesso às notas individuais.

A faculdade poderá não entregar meu diploma se eu boicotar o ENADE?
Não. Como foi dito, o Artigo 5º, Parágrafo 5º da Lei nº 10.861/04 deixa claro que a única obrigação do estudante é comparecer à prova. É obrigação da faculdade entregar o diploma ao estudante que concluiu o curso devidamente, independentemente de sua nota no ENADE. Qualquer restrição a esse direito é ilegal.

O curso ou a faculdade serão punidos se eu boicotar o ENADE?
Não. Além do ENADE, existem outros três instrumentos de avaliação, focados no curso e na instituição. Conforme o Artigo 10 da Lei nº 10.861/04, os resultados de todas as avaliações considerados insatisfatórios ensejará a celebração de protocolo de compromisso entre a instituição de ensino e o Ministério da Educação (MEC), através do qual a instituição deve apontar as medidas a serem adotadas para a superação dos problemas. Contudo, é preciso dizer que o SINAES não obriga o MEC a garantir recursos às universidades públicas mal avaliadas, a fim de que estas superem suas deficiências, nem o obriga a cobrar das mantenedoras que cortem na carne (ou seja, no lucro) a fim de que seja garantida a permanência e a qualidade de ensino nas universidades particulares. Além de boicotar o ENADE, cabe a nós, estudantes, fazer tais exigências.

Eu poderei perder o FIES ou o ProUni se eu boicotar o ENADE?
Não. Já houve, por parte de algumas mantenedoras, a tentativa de coagir os estudantes e impedir o boicote sob o argumento de que os cursos mal-avaliados no ENADE não poderiam obter nem financiamento do FIES nem bolsa ProUni. Algumas chegaram até a suspendê-los, mas logo a máscara caiu e elas tiveram de recuar. O fato é que não existe nenhuma regra, tanto no FIES como no ProUni, vinculando-os ao ENADE.

Eu poderei ser premiado com uma bolsa se eu tiver um bom desempenho no ENADE?
De fato, o SINAES prevê a concessão de bolsas, por parte do MEC, para os estudantes melhor avaliados no ENADE. No entanto, saiba que em 2005 o MEC concedeu Ínfimas 50 bolsas em todo o Brasil, e que e em 2006 este montante foi ainda menor, a saber, 20 bolsas. Portanto, a chance de um estudante obter uma bolsa através do “bom desempenho” no ENADE é de um em vinte e três mil.

Shellen Baptista Galdino
Centro Acadêmico de Serviço Social - UFPB

“Os poderosos podem matar uma,
duas ou até três rosas,
mas jamais poderão deter a primavera.”
 Che Guevara
Ela é tão livre que um dia será presa. 
Presa por que?
Por excesso de liberdade.
Mas essa liberdade é inocente?
É, até mesmo ingênua.
Então por que a prisão?
Porque a liberdade ofende...



Clarice Lispector

sexta-feira, outubro 22, 2010

Cinco Ondas da campanha contra Dilma Rousseff



por Rodrigo Vianna
O jornalista Tony Chastinet é um especialista em desvendar ações criminosas. Sejam elas cometidas por traficantes, assaltantes de banco, bandidos de farda ou gangues do colarinho branco. Foi o Tony que ajudou a mostrar os caminhos da calúnia contra Dilma, como você pode ler aqui.
O Tony é também um estudioso de inteligência e contra-inteligência militar. E ele detectou, na atual campanha eleitoral, o uso de técnicas típicas de estrategistas militares: desde setembro, temos visto ações massivas com o objetivo de disseminar “falsa informação”, “desinformação” e criar “decepção” e “dúvida” em relação a Dilma. São conceitos típicos dessa área militar, mas usados também em batalhas políticas ou corporativas – como podemos ler, por exemplo, nesse site.
Na atual campanha, nada disso é feito às claras, até porque tiraria parte do impacto. Mas é feito às sombras, com a utilização de uma rede sofisticada, bem-treinada, instruída. Detectamos nessa campanha, desde a reta final do primeiro turno, 4 ondas de contra informação muito claras.
1) Primeira Onda – emails e ações eletrônicas: mensagens disseminadas por email ou pelas redes sociais, com informações sobre a “Dilma abortista”, “Dilma terrorista”, “Dilma contra Jesus”; foi essa técnica, associada aos sermões de padres e pastores, que garantiu o segundo turno.
2) Segunda Onda – panfletos: foi a fase iniciada na reta final do primeiro turno e retomada com toda força no segundo turno; aqueles “boatos”  disformes que chegavam pela internet, agora ganham forma; o povão acredita mais naquilo que está impresso, no papel; é informação concreta, é “verdade” a reforçar os “boatos”  de antes;
3) Terceira Onda – telemarketing: um passo a mais para dar crédito aos boatos; reparem, agora a informação chega por uma voz de verdade, é alguém de carne e osso contando pro cidadão aquilo tudo que ele já tinha “ouvido falar”.
4) Quarta Onda – pichações e faixas nas  ruas: a boataria deixa de frequentar espaços privados e cai na rua; “Cristãos não querem Dilma e PT”; “Dilma é contra Igreja”; mais um reforço na estratégia. Faixas desse tipo apareceram ontem em São Paulo, como eu conteiaqui.
O PT fica, o tempo todo, correndo atrás do prejuízo. Reparem que agora o partido tenta desarmar a onda do telemarketing. Quando conseguir, a onda provavelmente já terá mudado para as pichações.
 Há também a hipótese de todas as ondas voltarem, ao mesmo tempo, com toda força, na última semana de campanha. Tudo isso não é por acaso. Há uma estratégia, como nas ações militares.
O que preocupa é que, assim como nas guerras, os que tentam derrotar Dilma parecem não enxergar meio termo: é a vitória completa, ou nada. É tudo ou nada – pouco importando os “danos colaterais” dessas ações para nossa Democracia.
Reparem que essas ondas todas não foram capazes de destruir a candidatura de Dilma. Ao contrário, a petista parece ter recuperado força na última semana. Mas as dúvidas sobre Dilma ainda estão no ar.
Minha mulher fez uma “quali” curiosa nos últimos dias. Saiu perguntando pro taxista, pro funcionário da oficina mecânica, pro vigia da rua de baixo, pra moça da farmácia: em quem vocês vão votar? Nessa eleição, pessoas humildes- quando são indagadas por alguém de classe média sobre o assunto  -  parecem se intimidar. Uns disseram, bem baixinho: “voto na Dilma”, outros disseram “não sei ainda”. Quando minha mulher disse que ia votar na Dilma, aí as pesoas se abriram, declararam voto. Mas ainda com algum medo de serem ouvidos por outros que chamam Dilma de “terrorista”, “vagabunda”, “matadora de criancinhas”.
O que concluo: as técnicas de contra-inteligência de Serra conseguiram deixar parte do eleitorado de Dilma na defensiva. As pessoas – em São Paulo, sobretudo -têm certo medo de dizer que vão votar em Dilma.
Esse eleitorado pode ser sensível a escândalos de última hora. Não falo de Erenice, Receita Federal, Amaury – nada disso.
Tony teme que as  o desdobramento final da campanha (ou seja a “Quinta Onda”) inclua técnicas conhecidas nessa área estratégico-militar: criar fatos concretos que façam as pessoas acreditarem nos boatos espalhados antes. 
Do que estamos falando? Imaginem uma Igreja queimando no Nordeste, e panfletos de petistas espalhados pela Igreja. Imaginem um carro de uma emissora de TV ou editora quebrado por “raivosos petistas”.
Paranóia?
Não. Lembrem como agiam as forças obscuras que tentaram conter a redemocratização no Brasil no fim dos anos 70.Promoveram atentados, para jogar a culpa na esquerda, e mostrar que democracia não era possível porque os “terroristas” da esquerda estavam em ação. Às vezes, sai errado, como no RioCentro.
Por isso, vejo com extrema preocupação o que ocoreu hoje no Rio:militantes do PT e PSDB se enfrentaram numa passeta de Serra. É tudo que o que os tucanos querem na reta final: a estratégia, a lógica, leva a isso. Eles precisam de imagens espataculares de “violência”, da “Dilma perigosa”, do “PT agitador” – para coroar a campanha iniciada em agosto/setembro.
Espero que o Tony esteja errado, e que a Quinta Onda não venha. Se vier, vai estourar semana que vem: quando não haverá tempo para investigar, nem para saber de onde vieram os ataques.
Tudo isso faz ainda mais sentido depois de ler o que foi publicado aqui , pelo ”Correio do Brasil”: uma Fundação dos EUA mostra que agentes da CIA e brasileiros cooptados pela CIA estariam atuando no Brasil – exatamente como no pré-64.
Como já disse um leitor: FHC queria fazer do Brasil um México do sul (dependente dos EUA), Serra talvez queira nos transformar em Honduras (com instituições em frangalhos).
Os indícios estão todo aí. Essa não é uma campanha só “política”. Muito mais está em jogo. Técnicas de inteligência militares estão sendo usadas. Bobagem imaginar que não sejam aprofundadas nos dez dias que sobram de campanha.
Por isso, o desespero do PSDB com as pesquisas. Ele precisa chegar à ultima semana com diferença pequena. Se abrir muito, até a elite vai desconfiar das atitudes das sombras, vai parecer apelação demais.
Por último, uma pergunta: por que o “JN” adiou o Ibope – que deveria ter sido divulgado ontem? Porque Serra estava na bancada do jornal.
A Globo não quis constranger Serra com uma pesquisa ruim? Imaginem as pressões sobre Montenegro, de ontem pra hoje? O PSDB precisa segurar a diferença em 8 pontos no máximo.Para que a estratégina de ataque final, na última semana, tenha chance de surtir efeitos.
Estejamos preparados pra tudo. E evitemos entregar à turma das sombras o que ela quer: agressões contra Serra, contra Igrejas, contra carros de reportagem.
O Brasil precisa respirar fundo e passar por esse túnel de sombras em que acampanha de Serra nos lançou.
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Jogue você também!!!!


O Conversa Afiada recomenda o joguinho “Acerte uma bola de papel na cabeça do #Serrojas”, que se esconde na bancada do jn.

Será que o Ali Kamel vai sepultar o que sobra da credibilidade do jn no #Serrojas ?

Clique aqui para jogar!

Ou aqui!


Paulo Henrique Amorim

http://www.conversaafiada.com.br/cultura/2010/10/21/jogue-a-bolinha-de-papel-no-serra-ele-se-esconde-no-jn/

Capa da próxima Veja....

A bolinha de papel do Serra.

São Paulo – Um video postado no portal Youtube compara as reportagens produzidas pela TV Globo e pelo SBT sobre a "agressão" sofrida por José Serra (PSDB), durante caminhada pelas ruas de Campo Grande, no Rio, nesta quarta-feira (20). A versão, endossada pela campanha tucana, também é apresentada em jornais impressos desta quinta-feira (21).

Segundo a reportagem apresentada na Globo, o candidato teria sido agredido por militantes petistas durante o ato de campanha por um rolo de fita adesiva, passado mal, se dirigido a um hospital onde teria passado por exames a e cancelado o restante da agenda do dia, por ordem médica (clique aqui para assistir).

Mas o SBT mostra que o que atingiu Serra foi uma bola de papel, que o tucano continou caminhando normalmente, até receber um telefonema para, então, levar a mão à cabeça e se queixar das consequências do "golpe" (clique aquipara assistir).

A versão de agressão havia sido apresentada pela assessoria de imprensa de candidato. Em nota para informar sobre o cancelamento de agenda, o texto afirma que Serra teria sido impedido de prosseguir na caminhada. "(Depois), em determinado momento, acertaram a cabeça do candidato Serra com um pesado objeto", diz a nota. No site da revista Veja, na tarde de quarta, a informação era de que uma pedra havia sido atirada contra o candidato.

Reação no Twitter

O episódio gerou uma nova onda no Twitter. A hashtag (termo precedido pelo símbolo # que ajuda a demarcar o assunto da mensagem na rede social de microblogs) "#serrarojas" chegou a figurar entre as que mais receberam postagens de internautas. O nome lembra o goleiro chileno que simulou um corte no supercílio durante um jogo contra o Brasil pelas eliminatórias da copa de 1980, no Maracanã. Outro termo usado por críticos de Serra foi "#BolinhadePapelFacts".

Confira o video que compara as edições dos telejornais.

Os vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=nrvEHJB9c-8

http://www.youtube.com/watch?v=-qvFWvoEb34

Fonte:

http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/video-veiculado-na-internet-desmente-reportagem-da-tv-globo-sobre-agressao-a-serra

quinta-feira, outubro 21, 2010

Sobre o Segundo turno


Camaradas, faço aqui o esforço de responder algumas dessas criticas de maneira didatica, apesar de saber que se for por "retorica" não adianta, não vai "entrar" na cabeça de ninguem.
 
Não concordar com a democracia burguesa, achar que ela deseduca e tudo mais é extremamente importante na critica ao mundo em que vivemos. Mas (se é preciso utilizar argumentos de teóricos pra atingir o debate) a Historia é feita pelos homens não da forma que querem, mas da forma como é possivel a eles. É logico que falando da Universidade Publica, sem trabalhar, com a vida garantida é muito comodo optar em simplesmente fingir que nada está em jogo nas eleições. Achar que a eleição deseduca não significa dizer que não há poder, ou decisões de cunho classistas nela. Não apoiar nenhum candidato no primeiro turno traduz a dificuldade daqueles que se organizam e mobilizam força social (os que representam setores da sociedade, não só uma idéia da sua cabeça e que não é responsavel por nenhuma organização) de propor um projeto comum que consiga avançar além do projeto PT que foi construido durante 30 anos por toda a esquerda. O problema é que o que está colocado nesse segundo turno não é um governo rebaixado e uma alternativa revolucionaria. O que está colocado é um governo rebaixado e uma direita que beira o facismo. Apoiar Dilma não significa rebaixar a critica e paralisar a ação. Não somos adesistas ao governo por tomar posição de classe no 2º turno. Dilma pode não ser "a classe trabalhadora" mas ela representa o projeto que a maioria da classe construiu durante os 30 anos, principalmente em relação à direita facista.
Em nenhum momento nos 8 anos de governo Lula nós, o MST, e diversas organizações (mesmo sendo minoria) populares e movimentos sociais deixaram de fazer luta. Continuaremos em luta, com os companheiros que votam nulo ou não. O problema não é só ter a melhor critica ou posições completamente puras nos processos políticos, o problema é a força social que voce consegue mobilizar pra implantar o projeto.Mais uma vez pra usar "teoricos": A prática é o criterio da verdade.
Por que as vezes parece que as criticas ao governo acham que é só eleger um governo pra realizar mudanças. Se temos clareza que não é o governo que muda as coisas, mas é o povo organizado, então é bom começarmos a organizar o povo, os trabalhadores e inclusive os estudantes (temos 88 cursos na UFPB e só 30 CAs, isso é reflexo da desorganização da classe). Por que é muito comodo pra galera que puxa voto nulo e tira ferias na eleição e finge que não está acontecendo nada na sociedade, como se não existisse uma luta de classes na sociedade que está interferindo diretamente na vida do povo. Talvez é por estar distante do povo, não saber da realidade em que vivem.
Não acho que tem problema votar nulo, o que tem problema é achar que as coisas mudam por que simplesmente, do nada, o povo vai entender nosso projeto através do que "falamos" (isso chega inclusive a soar pós modernidade).
Todos podem optar não fazer campanha para o projeto PT (traduzido neste segundo turno na campanha Dilma) que foi construido durante os ultimos 30 anos. Porem, se a direita facista ganhar, todos tem parcela nos anos "obscuros" que virão.
A defesa não é do melhor projeto, a defesa é do melhor adversario. Temos que ter claro que perdemos (a esquerda revolucionaria), a classe está sendo empurrada para um abismo e que agora é necessario reforçar o trabalho de base e construir alicerces sólidos para conseguir derrotar tanto a burguesia quanto os reformistas. Ter essa clareza de derrota deve ser claro para que possamos aprender com os erros e começar uma jornada para nos transformarmos em hegemonia na sociedade.
 
Quem está indo pra universidade (não apenas os 500 estudantes que estão ao nosso redor) e vendo o conjunto dos estudantes, classe média, que votaram em marina no 1º turno e nunca vivenciaram lutas populares por transformação, pode constatar que boa parte deles encherga em Serra uma alternativa. Vide todo o discurso conservador colocado pela grande mídia. Por não sermos irresponsaveis com o nosso projeto revolucionario é que temos a tarefa de eleger Dilma no segundo turno.
 
Sem purismos, sem alegria com a desarticulação e desorganização da classe, mas disposto a lutar e construir o novo a partir do hoje.
 
Espero que tenha conseguido expressar algumas opiniões sobre esse processo, longe de esgotar o debate, mas tentando contribuir para avançarmos do idealismo para o materialismo, que nada tem com "real politic", ou para os que não compreendem esta expressão, materialismo nada tem com a politica do real.
 
 
PS: que bom que pelo menos pra reagir a posições essa lista discute alguma coisa.

Felipe Baunilha
ENEBio - Entidade Nacional de Estudantes de Biologia
Movimento Levante
Militante da Consulta Popular

Jornal Brasil de Fato! (www.brasildefato.com.br). Leia, divulgue e assine !!!
Editora Expressão Popular -(www.expressaopopular.com.br).

"Todo coração é uma célula revolucionária!"


  
A POSTURA INFANTIL DO ESQUERDISMO

Március Alves Crispim

Não há dúvidas de que o horizonte do governo Dilma não é de rompimento com a ordem capitalista, nem tampouco há interesse e correlação de forças que propiciem reformas estruturais. Não há dúvidas, porém, de que há diferenças entre os dois projetos políticos em disputa nesse segundo turno das eleições. E frente a eles é que temos de nos posicionar.

Serra representa, por sua campanha, pelo seu governo no estado de São Paulo e pelos oito anos de governo FHC, o conservadorismo. O caráter conservador e anti-popular dos partidos que compõem sua aliança eleitoral fizeram com que todos os movimentos sociais (pelo menos, os mais importantes) se convencessem de que uma possível vitória sua significará um retrocesso para as conquistas democráticas e uma maior subordinação ao imperialismo.

Acontece que no Brasil ainda existe uma pequena parcela da esquerda que defende o voto nulo e que vem a público afirmar não existir diferença substancial entre Dilma e Serra, entre o "lulismo" e o conservadorismo. Alguns chegam ao cúmulo de afirmarem que um governo do PT é mais danoso aos trabalhadores do que um governo conservador, e chegam quase a pedir o voto na direita conservadora numa “sugestão” de que um governo tucano acelerar-se-ia o processo de unificação dos trabalhadores, que teriam um inimigo mais claro no próximo período.

Esse pensamento possui inúmeras imprecisões políticas, que só fazem colocar o movimento revolucionário mais afastado das massas e de uma linha correta de atuação. O trágico nesse raciocínio é que ele já foi empregado no passado, com resultados históricos e debates políticos, que alguns parecem haver esquecido. Aqui trago dois momentos deste debate.

Num dos textos clássicos de Lênin, “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”, escrito em abril de 1920, o revolucionário russo tentou resumir as lições que o Partido Bolchevique tirou do seu envolvimento em três revoluções no espaço de doze anos e apresentá-las de forma própria para os Comunistas Europeus, já que era a eles que se dirigia.

Deste texto podemos tirar lições valiosas sobre a atuação dos revolucionários, onde se realça que os principais perigos para o movimento operário provêm tanto do oportunismo reformista, de um lado, quanto do doutrinarismo de extrema-esquerda, de outro.

No debate que realizou com os revolucionários ingleses, Lênin relata que os esquerdistas daquele país eram resistentes a qualquer aliança eleitoral com o Partido Trabalhista, no qual estava presente a maior parte dos operários, e que representava o reformismo dentro do movimento operário inglês. Tal posição esquerdista Lênin sintetizava na seguinte fala de uma liderança:

O Partido Comunista não deve assumir compromissos... deve conservar pura a sua doutrina e imaculada a sua independência frente ao reformismo; sua missão é marchar na vanguarda, sem deter-se ou desviar-se de seu caminho, avançar em linha reta em direção à revolução comunista”.

Porém, o revolucionário russo estava ciente de que tal tática continha erros, de que era infantil, de que não se traduzia numa postura séria. E contra-argumentava a posição dos esquerdistas ingleses:

“se somos o partido da classe revolucionária, e não um grupo de revolucionários, se queremos atrair as massas (sem o que corremos o risco de não passar de simples charlatães) devemos: em primeiro lugar, ajudar Henderson e Snowden (reformistas) a vencer Lloyd George e Churchill (conservadores)... em segundo lugar, ajudar a maioria da classe operária a convencer-se por experiência própria de que temos razão, isto é, da incapacidade completa dos Henderson e Snowden, de sua natureza pequeno-burguesa e traidora, da inevitabilidade de sua falência...”

Nos anos 30, os comunistas alemães também não enxergavam diferenças entre os social-democratas e os nazistas. Ambos mereceriam a confiança do sistema capitalista, estariam propensos a servir a tal sistema. Havia naquela época, inclusive, correntes entre os revolucionários que consideravam positiva a derrota dos social-democratas e a vitória dos nazistas. Supunham que isso permitiria libertar os trabalhadores das ilusões reformistas e levá-los à luta contra o sistema capitalista. As conseqüências desse tipo de avaliação, e que permitiram a vitória de Hitler, todos sabemos. Foram terríveis para os trabalhadores e para a humanidade.

No primeiro turno das eleições brasileiras de 2010 houve várias candidaturas de esquerda, que se dispuseram a fazer divulgação das idéias socialistas. E isso foi extremamente saudável para os trabalhadores. Porém, imediatamente findo o primeiro turno, me surpreendeu a postura infantil de algumas organizações e personalidades, que passaram a defender o voto nulo. Ou a darem um apoio tão envergonhado, como tantos “senões”, “porquês” e “talvez” que em determinados momentos fiquei em dúvida se se posicionaram realmente pela candidatura Dilma.

O momento que nos resta dessa campanha é o de nos articularmos enquanto campo próprio dos socialistas. E isso significa centrar nosso ataque na candidatura Serra e, sem meias palavras ou ilusões, apoiar e militar pela candidatura de Dilma – pois esta é a forma concreta e objetiva de derrotar Serra. Ou alguém acha que derrotaremos Serra atrás de computadores escrevendo e redigindo notas que circulam apenas entre a militância?

Não devemos ter posições esquerdistas, como também não devemos ter posições que demonstram vacilação, que não acumulam politicamente para nada e não possuem eficácia eleitoral. Este é momento de derrotarmos Serra, e isso significa irmos às ruas e dizermos ao povo que não queremos a velha direita conservadora dirigindo o país.

E aos que nos contestarem afirmando que essa tática é muito “astuta” ou “complicada”, que não estamos dizendo "toda a verdade" às massas, que melhor é ficarmos quietos, ou atrás de nossos computadores, façamos como Lênin aos esquerdistas ingleses e respondemos:

 “E se replicarem dizendo que esta tática é muito ‘astuta’ ou complicada, que as massas não a compreenderão, que dispersará e desagregará nossas forças impedindo-nos de concentrá-las, na revolução soviética, etc., responderei aos meus contestadores ‘de esquerda’: não atribuam às massas o seu próprio doutrinarismo!”

NOTA PÚBLICA



Em razão de declarações distorcidas sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, algumas vezes envolvendo má-fé e utilização eleitoreira de suas propostas, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sente-se no dever de corrigir as afirmações do candidato José Serra que, no Jornal Nacional de ontem à noite (19), declarou que o PNDH-3 “tornava transgressor, criminoso aquele que fosse contra o aborto”.

Para que se restabeleça a verdade sobre o PNDH-3, cabe esclarecer:
 
•    o PNDH-3 não torna transgressor ou criminoso quem quer que seja. O Programa trata o aborto como tema de saúde pública. Na redação inicial (21/12/2009) constava “Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”. Na versão definitiva, publicada em 13/05/2010, consta “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde” (Diretriz 9, Objetivo Estratégico III, ação g);

•    o PNDH-3 não foi feito pelo PT ou por um partido. É um decreto presidencial resultado de amplo processo democrático, com propostas debatidas e aprovadas na 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos (2008) e em dezenas de outras conferências com a participação da sociedade civil e governos estaduais.  A Conferência Estadual de São Paulo, por exemplo, foi convocada pelo Decreto 53.005 de 16 de maio de 2008 pelo então governador José Serra. Esta etapa elegeu delegados para a Conferência Nacional, cujas resoluções aprovadas deram origem ao PNDH-3;

•    o PNDH-3 traz diretrizes para orientar o poder público na promoção e defesa dos Direitos Humanos, em total consonância com a Constituição Federal, com as recomendações da Conferência de Viena da ONU (1993) e com os diversos instrumentos internacionais (ONU e OEA) assinados pelo Brasil;

•    o PNDH-3 atualiza os programas de Direitos Humanos lançados em 1996 e 2002. No caso do aborto, por exemplo, o PNDH-2 – da administração Fernando Henrique Cardoso – defendia explicitamente o aborto como tema de saúde pública e propunha a ampliação dos casos em que seu uso seria permitido pela lei. Eis o texto: “Apoiar a alteração dos dispositivos do Código Penal referentes ao estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude, atentado ao pudor mediante fraude e o alargamento dos permissivos para a prática do aborto legal, em conformidade com os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro no marco da Plataforma de Ação de Pequim” (ação 179). Determinava ainda a necessidade de “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde para os casos previstos em lei” (ação 334), sendo esta última redação quase idêntica à usada no PNDH-3. 

A desinformação não colabora com o processo democrático, desrespeitando a cidadania e os Direitos Humanos.

                                                        Brasília, 20 de outubro de 2010
http://www.direitoshumanos.gov.br/2010/10/20-out-2010-nota-publica

sábado, outubro 30, 2010

O Direito ao Desemprego Criador/ Bacia das Almas

O direito ao desemprego criador

A partir daí tento mostrar à maioria que a diferença é que nossas casas são centros de consumo, enquanto as de nossas avós e bisavós eram centros de produção. Comida, roupas, energia, insumos, decoração, presentes e objetos de uso eram produzidos nas casas. Quase tudo que a família precisava estava ao alcance das mãos – de habilidosas mãos – que não só produziam, mas também consertavam, mantinham e adaptavam a novos usos quando algo se tornava definitivamente irrecuperável.

[...]

Veja bem: tudo que entra em casa gera embalagem e sai na forma de poluição. Nada fica, nada é aproveitado, tudo é jogado fora, como se “fora” existisse. Para tantos que falam de jogar algo fora, deve existir uma mágica no universo, uma vez que “fora” significaria uma espécie de buraco negro onde tudo sumiria, Emprego polui.quando de fato o que ocorre é que nosso “fora” significa que algo que não queremos deva ser lançado na cabeça de outra pessoa, de outro sistema ou de outra vizinhança. Transformamos o ciclo da vida em cadeia de geração de lixo. E nos prendemos nessas correntes intermináveis que acabam por nos envenenar corpos e mentes.

Para termos acesso a essa cadeia, buscamos dinheiro, e para obtê-lo nos submetemos a mais emprego. Nos coisificamos – reificamos segundo Marx – viramos peça de engrenagem e para manejar a situação buscamos ter mais e melhores empregos e com isso criamos muita poluição. Além de transformar a cadeia em algemas para a vida toda.

Para empregarmo-nos temos dois carros por família, ou usamos muito transporte de massa. Comemos comida pronta para ganhar tempo, inflamos as praças de alimentação de cada Shopping Center, onde produz-se em média dois contêineres por dia de restos de alimento que irão apodrecer em um aterro sanitário. A cada refeição geramos saquinhos plásticos, colheres plásticas, copos plásticos, facas plásticas e muito papel, energia e barulho que acompanham cada empregado, ou executivo, enquanto usufrui de sua ração diária. Nossos filhos vão a escolas e geram mais engarrafamento e stress, mais transportes, mais lanchinhos, embalagens e mais embalagens. Como a comida deve ser fácil e rápida, snacks entram no lugar de frutas ou pães, e com isso mais embalagens. Máquinas e mais máquinas, roupas compradas em lojas, e tudo que nos auxilia a consumir mais, ter melhor aparência e adequarmos nossa vida ao emprego, polui e acelera o sistema. E como pagamento por nosso esforço, ganhamos dinheiro, para comprar mais, gastar mais e poluir mais.

Emprego polui. E só nos empregamos por que não sabemos fazer outra coisa a não ser gerar dinheiro, para comprar mais e fazer menos. E no meio disso, para obtermos a impressão de descanso, nos entretemos diante de alguma bobagem, para que o consumo nos tenha entre tempos. Nos divertimos, para que nossa mente divirja daquilo que é importante. Saímos em grupos, para não sermos importunados pela família. Ligamos a TV para desligarmos a mente daquilo que nos oprime.

Uma boa medida para combater a extrema poluição que assola nosso planeta seria a busca do direito ao desemprego criador.


O impenitente Claudio Oliver,
que não se cansa de me atormentar
e pode ser encontrado na rua com Deus


sexta-feira, outubro 29, 2010

Assine você também

Meus Amigos / Minhas Amigas, 

Acabei de ler e assinar o abaixo-assinado online: «Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.» 

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2009N5 

Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que você também pode concordar. 

Assine o abaixo-assinado e divulgue para seus contatos. Vamos juntos fazer democracia!

Obrigado, 
Shellen Batista Galdino 

Campanha de "conscientização" dos militantes do PSDB

Sei que é difícil achar um "militante" do PSDB, mas se você encontrar um, desenhe isso pra ele, par que ele possa entender como funciona o esquema! Já que eles defendem a democracia né kkk!

quarta-feira, outubro 27, 2010

POSICIONAMENTO DA ENESSO REGIÃO VII SOBRE O ENADE E REFORMA UNIVERSITÁRIA



A ofensiva neoliberal atinge todos os setores da sociedade, com a educação não é diferente, a lógica de Estado mínimo faz com que o ensino ganhe estatus de mercadoria e para se ter acesso precisa pagar, geralmente são as camadas mais pobres da sociedade que banca esse ônus do capital. No Brasil a Reforma Universitária teve inicio no governo Collor, ganhou força no governo FHC e prosseguiu durante todo governo Lula com a implantação do REUNI ou Universidade Nova e o PROUNI (Programa Universidade Para Todos), os cortes violentos no orçamento voltado para a educação e a aplicação de dinheiro público nas universidades privadas expressa todo processo de contra reforma que ocorre no ensino superior há mais de 20 anos. O que questionamos não é o acesso que os estudantes da classe trabalhadora tiveram ao ensino superior e sim como foi e está sendo esse acesso e a qualidade de ensino oferecido a esses estudantes. Por isso que a nossa luta é por uma universidade popular, pública, gratuita, de qualidade e laica para todos, onde sua produção de conhecimento seja de fato voltada para a classe trabalhadora, para a nossa CLASSE!
O Exame Nacional de Desempenho do Estudante - ENADE é mais uma das medidas dessa contra reforma universitária que tende a mascarar a realidade das universidades, seja pública ou privada. Esse exame corresponde apenas 20% da avaliação institucional e é tido por muitas universidades como principal forma de avaliação, sendo assim transfere aos estudantes toda responsabilidade de uma avaliação positiva da instituição onde estuda.
          Vale destacar que o ENADE está dentro de uma estrutura maior que se chama Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES que prevê três etapas de avaliação, a estrutura física (acessibilidade, salas de aula, biblioteca etc), suporte institucional (pesquisa, extensão, corpo docente). Esse exame mostra apenas um recorte pontual de cada Instituição de Ensino Superior - IES e isso não ajuda na luta contra a precarização do ensino, além de desrespeitar a regionalidade dos estudantes.
Não somos contra uma avaliação critica das IES, somos contra a esse modelo de avaliação que se apresenta, devemos fazer uma reflexão sobre um exame que só serve para omitir todo processo de precarização do ensino, bem como ranquear as universidades que vendem suas notas do ENADE como sinônimo de qualidade de ensino, o que não é verdade!
Entendemos todas as dificuldades que os estudantes da Região VII (estado de São Paulo) têm em boicotar o ENADE, mas somente através desse posicionamento político iremos obrigar o Ministério da Educação – MEC a avaliar de fato as instituições, claro que nós enqunato estudantes precisamos continuar exigindo um posicionamento firme do MEC com relação as IES, caso o mesmo não o tenha!

Michelle Dias
Coordenação Regional - ENESSO
Região VII


 
NÃO SE DEIXE ENGANAR!

Saiba o que diz a Lei nº 10.861/04 sobre o ENADE. 

A minha nota aparecerá no histórico escolar?
Não. Segundo o Artigo 5º, Parágrafo 5º da Lei nº 10.861/04, constará no histórico escolar somente se o estudante foi selecionado e se compareceu à prova. Por isso é muito importante que todos compareçam à prova para zerá-la.

A minha nota será divulgada?
Não. Segundo o Artigo 5º, Parágrafo 9º da Lei nº 10.861/04, a nota será entregue individualmente a cada estudante que realizou a prova, através de correspondência enviada à residência do estudante pelo INEP (órgão vinculado ao Ministério da Educação), sendo vedada qualquer identificação nominal do resultado obtido por cada um. Nem a universidade tem acesso às notas individuais.

A faculdade poderá não entregar meu diploma se eu boicotar o ENADE?
Não. Como foi dito, o Artigo 5º, Parágrafo 5º da Lei nº 10.861/04 deixa claro que a única obrigação do estudante é comparecer à prova. É obrigação da faculdade entregar o diploma ao estudante que concluiu o curso devidamente, independentemente de sua nota no ENADE. Qualquer restrição a esse direito é ilegal.

O curso ou a faculdade serão punidos se eu boicotar o ENADE?
Não. Além do ENADE, existem outros três instrumentos de avaliação, focados no curso e na instituição. Conforme o Artigo 10 da Lei nº 10.861/04, os resultados de todas as avaliações considerados insatisfatórios ensejará a celebração de protocolo de compromisso entre a instituição de ensino e o Ministério da Educação (MEC), através do qual a instituição deve apontar as medidas a serem adotadas para a superação dos problemas. Contudo, é preciso dizer que o SINAES não obriga o MEC a garantir recursos às universidades públicas mal avaliadas, a fim de que estas superem suas deficiências, nem o obriga a cobrar das mantenedoras que cortem na carne (ou seja, no lucro) a fim de que seja garantida a permanência e a qualidade de ensino nas universidades particulares. Além de boicotar o ENADE, cabe a nós, estudantes, fazer tais exigências.

Eu poderei perder o FIES ou o ProUni se eu boicotar o ENADE?
Não. Já houve, por parte de algumas mantenedoras, a tentativa de coagir os estudantes e impedir o boicote sob o argumento de que os cursos mal-avaliados no ENADE não poderiam obter nem financiamento do FIES nem bolsa ProUni. Algumas chegaram até a suspendê-los, mas logo a máscara caiu e elas tiveram de recuar. O fato é que não existe nenhuma regra, tanto no FIES como no ProUni, vinculando-os ao ENADE.

Eu poderei ser premiado com uma bolsa se eu tiver um bom desempenho no ENADE?
De fato, o SINAES prevê a concessão de bolsas, por parte do MEC, para os estudantes melhor avaliados no ENADE. No entanto, saiba que em 2005 o MEC concedeu Ínfimas 50 bolsas em todo o Brasil, e que e em 2006 este montante foi ainda menor, a saber, 20 bolsas. Portanto, a chance de um estudante obter uma bolsa através do “bom desempenho” no ENADE é de um em vinte e três mil.

Shellen Baptista Galdino
Centro Acadêmico de Serviço Social - UFPB

“Os poderosos podem matar uma,
duas ou até três rosas,
mas jamais poderão deter a primavera.”
 Che Guevara
Ela é tão livre que um dia será presa. 
Presa por que?
Por excesso de liberdade.
Mas essa liberdade é inocente?
É, até mesmo ingênua.
Então por que a prisão?
Porque a liberdade ofende...



Clarice Lispector

sexta-feira, outubro 22, 2010

Cinco Ondas da campanha contra Dilma Rousseff



por Rodrigo Vianna
O jornalista Tony Chastinet é um especialista em desvendar ações criminosas. Sejam elas cometidas por traficantes, assaltantes de banco, bandidos de farda ou gangues do colarinho branco. Foi o Tony que ajudou a mostrar os caminhos da calúnia contra Dilma, como você pode ler aqui.
O Tony é também um estudioso de inteligência e contra-inteligência militar. E ele detectou, na atual campanha eleitoral, o uso de técnicas típicas de estrategistas militares: desde setembro, temos visto ações massivas com o objetivo de disseminar “falsa informação”, “desinformação” e criar “decepção” e “dúvida” em relação a Dilma. São conceitos típicos dessa área militar, mas usados também em batalhas políticas ou corporativas – como podemos ler, por exemplo, nesse site.
Na atual campanha, nada disso é feito às claras, até porque tiraria parte do impacto. Mas é feito às sombras, com a utilização de uma rede sofisticada, bem-treinada, instruída. Detectamos nessa campanha, desde a reta final do primeiro turno, 4 ondas de contra informação muito claras.
1) Primeira Onda – emails e ações eletrônicas: mensagens disseminadas por email ou pelas redes sociais, com informações sobre a “Dilma abortista”, “Dilma terrorista”, “Dilma contra Jesus”; foi essa técnica, associada aos sermões de padres e pastores, que garantiu o segundo turno.
2) Segunda Onda – panfletos: foi a fase iniciada na reta final do primeiro turno e retomada com toda força no segundo turno; aqueles “boatos”  disformes que chegavam pela internet, agora ganham forma; o povão acredita mais naquilo que está impresso, no papel; é informação concreta, é “verdade” a reforçar os “boatos”  de antes;
3) Terceira Onda – telemarketing: um passo a mais para dar crédito aos boatos; reparem, agora a informação chega por uma voz de verdade, é alguém de carne e osso contando pro cidadão aquilo tudo que ele já tinha “ouvido falar”.
4) Quarta Onda – pichações e faixas nas  ruas: a boataria deixa de frequentar espaços privados e cai na rua; “Cristãos não querem Dilma e PT”; “Dilma é contra Igreja”; mais um reforço na estratégia. Faixas desse tipo apareceram ontem em São Paulo, como eu conteiaqui.
O PT fica, o tempo todo, correndo atrás do prejuízo. Reparem que agora o partido tenta desarmar a onda do telemarketing. Quando conseguir, a onda provavelmente já terá mudado para as pichações.
 Há também a hipótese de todas as ondas voltarem, ao mesmo tempo, com toda força, na última semana de campanha. Tudo isso não é por acaso. Há uma estratégia, como nas ações militares.
O que preocupa é que, assim como nas guerras, os que tentam derrotar Dilma parecem não enxergar meio termo: é a vitória completa, ou nada. É tudo ou nada – pouco importando os “danos colaterais” dessas ações para nossa Democracia.
Reparem que essas ondas todas não foram capazes de destruir a candidatura de Dilma. Ao contrário, a petista parece ter recuperado força na última semana. Mas as dúvidas sobre Dilma ainda estão no ar.
Minha mulher fez uma “quali” curiosa nos últimos dias. Saiu perguntando pro taxista, pro funcionário da oficina mecânica, pro vigia da rua de baixo, pra moça da farmácia: em quem vocês vão votar? Nessa eleição, pessoas humildes- quando são indagadas por alguém de classe média sobre o assunto  -  parecem se intimidar. Uns disseram, bem baixinho: “voto na Dilma”, outros disseram “não sei ainda”. Quando minha mulher disse que ia votar na Dilma, aí as pesoas se abriram, declararam voto. Mas ainda com algum medo de serem ouvidos por outros que chamam Dilma de “terrorista”, “vagabunda”, “matadora de criancinhas”.
O que concluo: as técnicas de contra-inteligência de Serra conseguiram deixar parte do eleitorado de Dilma na defensiva. As pessoas – em São Paulo, sobretudo -têm certo medo de dizer que vão votar em Dilma.
Esse eleitorado pode ser sensível a escândalos de última hora. Não falo de Erenice, Receita Federal, Amaury – nada disso.
Tony teme que as  o desdobramento final da campanha (ou seja a “Quinta Onda”) inclua técnicas conhecidas nessa área estratégico-militar: criar fatos concretos que façam as pessoas acreditarem nos boatos espalhados antes. 
Do que estamos falando? Imaginem uma Igreja queimando no Nordeste, e panfletos de petistas espalhados pela Igreja. Imaginem um carro de uma emissora de TV ou editora quebrado por “raivosos petistas”.
Paranóia?
Não. Lembrem como agiam as forças obscuras que tentaram conter a redemocratização no Brasil no fim dos anos 70.Promoveram atentados, para jogar a culpa na esquerda, e mostrar que democracia não era possível porque os “terroristas” da esquerda estavam em ação. Às vezes, sai errado, como no RioCentro.
Por isso, vejo com extrema preocupação o que ocoreu hoje no Rio:militantes do PT e PSDB se enfrentaram numa passeta de Serra. É tudo que o que os tucanos querem na reta final: a estratégia, a lógica, leva a isso. Eles precisam de imagens espataculares de “violência”, da “Dilma perigosa”, do “PT agitador” – para coroar a campanha iniciada em agosto/setembro.
Espero que o Tony esteja errado, e que a Quinta Onda não venha. Se vier, vai estourar semana que vem: quando não haverá tempo para investigar, nem para saber de onde vieram os ataques.
Tudo isso faz ainda mais sentido depois de ler o que foi publicado aqui , pelo ”Correio do Brasil”: uma Fundação dos EUA mostra que agentes da CIA e brasileiros cooptados pela CIA estariam atuando no Brasil – exatamente como no pré-64.
Como já disse um leitor: FHC queria fazer do Brasil um México do sul (dependente dos EUA), Serra talvez queira nos transformar em Honduras (com instituições em frangalhos).
Os indícios estão todo aí. Essa não é uma campanha só “política”. Muito mais está em jogo. Técnicas de inteligência militares estão sendo usadas. Bobagem imaginar que não sejam aprofundadas nos dez dias que sobram de campanha.
Por isso, o desespero do PSDB com as pesquisas. Ele precisa chegar à ultima semana com diferença pequena. Se abrir muito, até a elite vai desconfiar das atitudes das sombras, vai parecer apelação demais.
Por último, uma pergunta: por que o “JN” adiou o Ibope – que deveria ter sido divulgado ontem? Porque Serra estava na bancada do jornal.
A Globo não quis constranger Serra com uma pesquisa ruim? Imaginem as pressões sobre Montenegro, de ontem pra hoje? O PSDB precisa segurar a diferença em 8 pontos no máximo.Para que a estratégina de ataque final, na última semana, tenha chance de surtir efeitos.
Estejamos preparados pra tudo. E evitemos entregar à turma das sombras o que ela quer: agressões contra Serra, contra Igrejas, contra carros de reportagem.
O Brasil precisa respirar fundo e passar por esse túnel de sombras em que acampanha de Serra nos lançou.
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Jogue você também!!!!


O Conversa Afiada recomenda o joguinho “Acerte uma bola de papel na cabeça do #Serrojas”, que se esconde na bancada do jn.

Será que o Ali Kamel vai sepultar o que sobra da credibilidade do jn no #Serrojas ?

Clique aqui para jogar!

Ou aqui!


Paulo Henrique Amorim

http://www.conversaafiada.com.br/cultura/2010/10/21/jogue-a-bolinha-de-papel-no-serra-ele-se-esconde-no-jn/

Capa da próxima Veja....

A bolinha de papel do Serra.

São Paulo – Um video postado no portal Youtube compara as reportagens produzidas pela TV Globo e pelo SBT sobre a "agressão" sofrida por José Serra (PSDB), durante caminhada pelas ruas de Campo Grande, no Rio, nesta quarta-feira (20). A versão, endossada pela campanha tucana, também é apresentada em jornais impressos desta quinta-feira (21).

Segundo a reportagem apresentada na Globo, o candidato teria sido agredido por militantes petistas durante o ato de campanha por um rolo de fita adesiva, passado mal, se dirigido a um hospital onde teria passado por exames a e cancelado o restante da agenda do dia, por ordem médica (clique aqui para assistir).

Mas o SBT mostra que o que atingiu Serra foi uma bola de papel, que o tucano continou caminhando normalmente, até receber um telefonema para, então, levar a mão à cabeça e se queixar das consequências do "golpe" (clique aquipara assistir).

A versão de agressão havia sido apresentada pela assessoria de imprensa de candidato. Em nota para informar sobre o cancelamento de agenda, o texto afirma que Serra teria sido impedido de prosseguir na caminhada. "(Depois), em determinado momento, acertaram a cabeça do candidato Serra com um pesado objeto", diz a nota. No site da revista Veja, na tarde de quarta, a informação era de que uma pedra havia sido atirada contra o candidato.

Reação no Twitter

O episódio gerou uma nova onda no Twitter. A hashtag (termo precedido pelo símbolo # que ajuda a demarcar o assunto da mensagem na rede social de microblogs) "#serrarojas" chegou a figurar entre as que mais receberam postagens de internautas. O nome lembra o goleiro chileno que simulou um corte no supercílio durante um jogo contra o Brasil pelas eliminatórias da copa de 1980, no Maracanã. Outro termo usado por críticos de Serra foi "#BolinhadePapelFacts".

Confira o video que compara as edições dos telejornais.

Os vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=nrvEHJB9c-8

http://www.youtube.com/watch?v=-qvFWvoEb34

Fonte:

http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/video-veiculado-na-internet-desmente-reportagem-da-tv-globo-sobre-agressao-a-serra

quinta-feira, outubro 21, 2010

Sobre o Segundo turno


Camaradas, faço aqui o esforço de responder algumas dessas criticas de maneira didatica, apesar de saber que se for por "retorica" não adianta, não vai "entrar" na cabeça de ninguem.
 
Não concordar com a democracia burguesa, achar que ela deseduca e tudo mais é extremamente importante na critica ao mundo em que vivemos. Mas (se é preciso utilizar argumentos de teóricos pra atingir o debate) a Historia é feita pelos homens não da forma que querem, mas da forma como é possivel a eles. É logico que falando da Universidade Publica, sem trabalhar, com a vida garantida é muito comodo optar em simplesmente fingir que nada está em jogo nas eleições. Achar que a eleição deseduca não significa dizer que não há poder, ou decisões de cunho classistas nela. Não apoiar nenhum candidato no primeiro turno traduz a dificuldade daqueles que se organizam e mobilizam força social (os que representam setores da sociedade, não só uma idéia da sua cabeça e que não é responsavel por nenhuma organização) de propor um projeto comum que consiga avançar além do projeto PT que foi construido durante 30 anos por toda a esquerda. O problema é que o que está colocado nesse segundo turno não é um governo rebaixado e uma alternativa revolucionaria. O que está colocado é um governo rebaixado e uma direita que beira o facismo. Apoiar Dilma não significa rebaixar a critica e paralisar a ação. Não somos adesistas ao governo por tomar posição de classe no 2º turno. Dilma pode não ser "a classe trabalhadora" mas ela representa o projeto que a maioria da classe construiu durante os 30 anos, principalmente em relação à direita facista.
Em nenhum momento nos 8 anos de governo Lula nós, o MST, e diversas organizações (mesmo sendo minoria) populares e movimentos sociais deixaram de fazer luta. Continuaremos em luta, com os companheiros que votam nulo ou não. O problema não é só ter a melhor critica ou posições completamente puras nos processos políticos, o problema é a força social que voce consegue mobilizar pra implantar o projeto.Mais uma vez pra usar "teoricos": A prática é o criterio da verdade.
Por que as vezes parece que as criticas ao governo acham que é só eleger um governo pra realizar mudanças. Se temos clareza que não é o governo que muda as coisas, mas é o povo organizado, então é bom começarmos a organizar o povo, os trabalhadores e inclusive os estudantes (temos 88 cursos na UFPB e só 30 CAs, isso é reflexo da desorganização da classe). Por que é muito comodo pra galera que puxa voto nulo e tira ferias na eleição e finge que não está acontecendo nada na sociedade, como se não existisse uma luta de classes na sociedade que está interferindo diretamente na vida do povo. Talvez é por estar distante do povo, não saber da realidade em que vivem.
Não acho que tem problema votar nulo, o que tem problema é achar que as coisas mudam por que simplesmente, do nada, o povo vai entender nosso projeto através do que "falamos" (isso chega inclusive a soar pós modernidade).
Todos podem optar não fazer campanha para o projeto PT (traduzido neste segundo turno na campanha Dilma) que foi construido durante os ultimos 30 anos. Porem, se a direita facista ganhar, todos tem parcela nos anos "obscuros" que virão.
A defesa não é do melhor projeto, a defesa é do melhor adversario. Temos que ter claro que perdemos (a esquerda revolucionaria), a classe está sendo empurrada para um abismo e que agora é necessario reforçar o trabalho de base e construir alicerces sólidos para conseguir derrotar tanto a burguesia quanto os reformistas. Ter essa clareza de derrota deve ser claro para que possamos aprender com os erros e começar uma jornada para nos transformarmos em hegemonia na sociedade.
 
Quem está indo pra universidade (não apenas os 500 estudantes que estão ao nosso redor) e vendo o conjunto dos estudantes, classe média, que votaram em marina no 1º turno e nunca vivenciaram lutas populares por transformação, pode constatar que boa parte deles encherga em Serra uma alternativa. Vide todo o discurso conservador colocado pela grande mídia. Por não sermos irresponsaveis com o nosso projeto revolucionario é que temos a tarefa de eleger Dilma no segundo turno.
 
Sem purismos, sem alegria com a desarticulação e desorganização da classe, mas disposto a lutar e construir o novo a partir do hoje.
 
Espero que tenha conseguido expressar algumas opiniões sobre esse processo, longe de esgotar o debate, mas tentando contribuir para avançarmos do idealismo para o materialismo, que nada tem com "real politic", ou para os que não compreendem esta expressão, materialismo nada tem com a politica do real.
 
 
PS: que bom que pelo menos pra reagir a posições essa lista discute alguma coisa.

Felipe Baunilha
ENEBio - Entidade Nacional de Estudantes de Biologia
Movimento Levante
Militante da Consulta Popular

Jornal Brasil de Fato! (www.brasildefato.com.br). Leia, divulgue e assine !!!
Editora Expressão Popular -(www.expressaopopular.com.br).

"Todo coração é uma célula revolucionária!"


  
A POSTURA INFANTIL DO ESQUERDISMO

Március Alves Crispim

Não há dúvidas de que o horizonte do governo Dilma não é de rompimento com a ordem capitalista, nem tampouco há interesse e correlação de forças que propiciem reformas estruturais. Não há dúvidas, porém, de que há diferenças entre os dois projetos políticos em disputa nesse segundo turno das eleições. E frente a eles é que temos de nos posicionar.

Serra representa, por sua campanha, pelo seu governo no estado de São Paulo e pelos oito anos de governo FHC, o conservadorismo. O caráter conservador e anti-popular dos partidos que compõem sua aliança eleitoral fizeram com que todos os movimentos sociais (pelo menos, os mais importantes) se convencessem de que uma possível vitória sua significará um retrocesso para as conquistas democráticas e uma maior subordinação ao imperialismo.

Acontece que no Brasil ainda existe uma pequena parcela da esquerda que defende o voto nulo e que vem a público afirmar não existir diferença substancial entre Dilma e Serra, entre o "lulismo" e o conservadorismo. Alguns chegam ao cúmulo de afirmarem que um governo do PT é mais danoso aos trabalhadores do que um governo conservador, e chegam quase a pedir o voto na direita conservadora numa “sugestão” de que um governo tucano acelerar-se-ia o processo de unificação dos trabalhadores, que teriam um inimigo mais claro no próximo período.

Esse pensamento possui inúmeras imprecisões políticas, que só fazem colocar o movimento revolucionário mais afastado das massas e de uma linha correta de atuação. O trágico nesse raciocínio é que ele já foi empregado no passado, com resultados históricos e debates políticos, que alguns parecem haver esquecido. Aqui trago dois momentos deste debate.

Num dos textos clássicos de Lênin, “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”, escrito em abril de 1920, o revolucionário russo tentou resumir as lições que o Partido Bolchevique tirou do seu envolvimento em três revoluções no espaço de doze anos e apresentá-las de forma própria para os Comunistas Europeus, já que era a eles que se dirigia.

Deste texto podemos tirar lições valiosas sobre a atuação dos revolucionários, onde se realça que os principais perigos para o movimento operário provêm tanto do oportunismo reformista, de um lado, quanto do doutrinarismo de extrema-esquerda, de outro.

No debate que realizou com os revolucionários ingleses, Lênin relata que os esquerdistas daquele país eram resistentes a qualquer aliança eleitoral com o Partido Trabalhista, no qual estava presente a maior parte dos operários, e que representava o reformismo dentro do movimento operário inglês. Tal posição esquerdista Lênin sintetizava na seguinte fala de uma liderança:

O Partido Comunista não deve assumir compromissos... deve conservar pura a sua doutrina e imaculada a sua independência frente ao reformismo; sua missão é marchar na vanguarda, sem deter-se ou desviar-se de seu caminho, avançar em linha reta em direção à revolução comunista”.

Porém, o revolucionário russo estava ciente de que tal tática continha erros, de que era infantil, de que não se traduzia numa postura séria. E contra-argumentava a posição dos esquerdistas ingleses:

“se somos o partido da classe revolucionária, e não um grupo de revolucionários, se queremos atrair as massas (sem o que corremos o risco de não passar de simples charlatães) devemos: em primeiro lugar, ajudar Henderson e Snowden (reformistas) a vencer Lloyd George e Churchill (conservadores)... em segundo lugar, ajudar a maioria da classe operária a convencer-se por experiência própria de que temos razão, isto é, da incapacidade completa dos Henderson e Snowden, de sua natureza pequeno-burguesa e traidora, da inevitabilidade de sua falência...”

Nos anos 30, os comunistas alemães também não enxergavam diferenças entre os social-democratas e os nazistas. Ambos mereceriam a confiança do sistema capitalista, estariam propensos a servir a tal sistema. Havia naquela época, inclusive, correntes entre os revolucionários que consideravam positiva a derrota dos social-democratas e a vitória dos nazistas. Supunham que isso permitiria libertar os trabalhadores das ilusões reformistas e levá-los à luta contra o sistema capitalista. As conseqüências desse tipo de avaliação, e que permitiram a vitória de Hitler, todos sabemos. Foram terríveis para os trabalhadores e para a humanidade.

No primeiro turno das eleições brasileiras de 2010 houve várias candidaturas de esquerda, que se dispuseram a fazer divulgação das idéias socialistas. E isso foi extremamente saudável para os trabalhadores. Porém, imediatamente findo o primeiro turno, me surpreendeu a postura infantil de algumas organizações e personalidades, que passaram a defender o voto nulo. Ou a darem um apoio tão envergonhado, como tantos “senões”, “porquês” e “talvez” que em determinados momentos fiquei em dúvida se se posicionaram realmente pela candidatura Dilma.

O momento que nos resta dessa campanha é o de nos articularmos enquanto campo próprio dos socialistas. E isso significa centrar nosso ataque na candidatura Serra e, sem meias palavras ou ilusões, apoiar e militar pela candidatura de Dilma – pois esta é a forma concreta e objetiva de derrotar Serra. Ou alguém acha que derrotaremos Serra atrás de computadores escrevendo e redigindo notas que circulam apenas entre a militância?

Não devemos ter posições esquerdistas, como também não devemos ter posições que demonstram vacilação, que não acumulam politicamente para nada e não possuem eficácia eleitoral. Este é momento de derrotarmos Serra, e isso significa irmos às ruas e dizermos ao povo que não queremos a velha direita conservadora dirigindo o país.

E aos que nos contestarem afirmando que essa tática é muito “astuta” ou “complicada”, que não estamos dizendo "toda a verdade" às massas, que melhor é ficarmos quietos, ou atrás de nossos computadores, façamos como Lênin aos esquerdistas ingleses e respondemos:

 “E se replicarem dizendo que esta tática é muito ‘astuta’ ou complicada, que as massas não a compreenderão, que dispersará e desagregará nossas forças impedindo-nos de concentrá-las, na revolução soviética, etc., responderei aos meus contestadores ‘de esquerda’: não atribuam às massas o seu próprio doutrinarismo!”

NOTA PÚBLICA



Em razão de declarações distorcidas sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3, algumas vezes envolvendo má-fé e utilização eleitoreira de suas propostas, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República sente-se no dever de corrigir as afirmações do candidato José Serra que, no Jornal Nacional de ontem à noite (19), declarou que o PNDH-3 “tornava transgressor, criminoso aquele que fosse contra o aborto”.

Para que se restabeleça a verdade sobre o PNDH-3, cabe esclarecer:
 
•    o PNDH-3 não torna transgressor ou criminoso quem quer que seja. O Programa trata o aborto como tema de saúde pública. Na redação inicial (21/12/2009) constava “Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”. Na versão definitiva, publicada em 13/05/2010, consta “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde” (Diretriz 9, Objetivo Estratégico III, ação g);

•    o PNDH-3 não foi feito pelo PT ou por um partido. É um decreto presidencial resultado de amplo processo democrático, com propostas debatidas e aprovadas na 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos (2008) e em dezenas de outras conferências com a participação da sociedade civil e governos estaduais.  A Conferência Estadual de São Paulo, por exemplo, foi convocada pelo Decreto 53.005 de 16 de maio de 2008 pelo então governador José Serra. Esta etapa elegeu delegados para a Conferência Nacional, cujas resoluções aprovadas deram origem ao PNDH-3;

•    o PNDH-3 traz diretrizes para orientar o poder público na promoção e defesa dos Direitos Humanos, em total consonância com a Constituição Federal, com as recomendações da Conferência de Viena da ONU (1993) e com os diversos instrumentos internacionais (ONU e OEA) assinados pelo Brasil;

•    o PNDH-3 atualiza os programas de Direitos Humanos lançados em 1996 e 2002. No caso do aborto, por exemplo, o PNDH-2 – da administração Fernando Henrique Cardoso – defendia explicitamente o aborto como tema de saúde pública e propunha a ampliação dos casos em que seu uso seria permitido pela lei. Eis o texto: “Apoiar a alteração dos dispositivos do Código Penal referentes ao estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude, atentado ao pudor mediante fraude e o alargamento dos permissivos para a prática do aborto legal, em conformidade com os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro no marco da Plataforma de Ação de Pequim” (ação 179). Determinava ainda a necessidade de “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde para os casos previstos em lei” (ação 334), sendo esta última redação quase idêntica à usada no PNDH-3. 

A desinformação não colabora com o processo democrático, desrespeitando a cidadania e os Direitos Humanos.

                                                        Brasília, 20 de outubro de 2010
http://www.direitoshumanos.gov.br/2010/10/20-out-2010-nota-publica