domingo, junho 24, 2012

Eu já sabia

É tão ruim quando atitudes não te supreendem. Nada pior do que repetir a frase para nós mesmos "eu já sabia", é como se a dialética tivesse morrido e o processo teimasse em dizer que a partir de agora, tudo se repete, primeiro como farsa, depois como tragédia.

Mas, talvez, o "eu já sabia", no fundo, expressa a própria movimentação das coisas, por que  se não nos surpreende não significa dizer que é algo que você já sabia, mas que os movimentos apontam para isso, e a aparência não mostrava.

Pobre daqueles que acreditam na aparência da atitude humana, com certeza, frustação será pouco. Teimamos em dar o bendito beneficio da dúvida, mas a história nos mostra que no final era aquilo que pensamos...

Sei lá, talvez essa porra chamada decepção foi feita para que a gente sofra mesmo. E nem o mais sublime movimento faça com isso não exista. Sofrer menos, sofrer mais, no fim a dor e a cicatriz existem, não tem como negar.

Ah, vamos deixar fluir, como o rio que flui, o rio flui por que é natureza, e natureza não possui ação teleológica e consciente, logo, não poderá refletir e repensar e avaliar seus atos, ou mesmo sofrer consequências disso.

Ah, vamos ser o movimento, bla bla bla.. na boa, essa parada da dialética eu aprendi na academia, ser e não ser o mesmo homem que banha e não se banha no mesmo rio que não é o mesmo. Mas, eu não sou um rio. Logo não fluo como um, mas posso tentar como ser humano em movimento que na verdade é o movimento e não o ser humano.

Felicidade, linas palavras, mas que na verdade não chegarão, infelizmente é uma realidade. Talvez isso seja que nem Deus, uma grande mentira patética para nos enganar e nos dar o que chamam de "conforto" emocional e espiritual.

Na hora é tudo muito bom, é que nos deixamos levar pro emoções mesquinhas que se podem comprar em qualquer esquina, mas só disso vivemos?

Vamos tirar as mascarás e nos despir da arrogância e da hipocrisia.

"Talvez eu não seja um bom lugar pra ficar, mas certemante sou muito bom de passagem. É só você passar por aqui todo dia, que a gente faz, agente faz um jeito novo de monotonia. Onde repetir se torna fantasia e toda despedida se vai com um "boa viagem", boa viagem..."

sábado, junho 09, 2012

Apartidarismo e o movimento estudantil

"Apartidarismo" com certeza é um dos mitos mais escutados ao redor da militância em prol da educação, o movimento estudantil [uma parte] repete e repete isso, muitas vezes sem nem saber o que diz. As vezes pode ser equívoco, outras vezes ingenuidade, quem somos nós para julgar???

A questão é que essa falsa polêmica atravessa discussões e debates que o movimeno estudantil não pode se dar ao luxo de perder tempo. Esse purismo exagerado, mal sabem eles, é uma jogada genial da direita e do capitalismo.

Bem, primeiro por que o movimento estudantil [por suas carcterísticas fundamentais como ciclicidade e heterogeinidade] não consegue nos dias atuais [não como antigamente, e isso sem nostalgia] formular e refletir sobre suas formas de organização e ação, e assim, não conhecem sua história [o que é fundamental na análise dita marxista].

Se soubessem da história, saberiam duas coisas:

Primeiro, que os partidos historicamnete deram enormes contribuições para a luta educacional de diversas maneiras, desde da dmeocratização do país até a reforma sanitária [vide pro exemplo a inserção de partidos nas executivas da saúde]. Os tempos que o movimento estudantil foi mais atuante, tanto nas suas lutas específicas, como a das sociedade, tinha vários e diversos partidos, coincidência? Bem, óbvio que esse não é apenas o único fator, mas deve ser levado em conta.

Segundo, que os partidos são instrumentos históricos de luta e organização da classe trabalhadora, maneiras essencialmente coletivas de organização e de unificação de bandeiras para toda a sociedade, coisa que os movimentos sociais tem grandes limites, o partidos conseguem massficiar e dar unidade a diversas bandeiras, e transformar numa bandeira somente! òbvio que a burguesia, como sempre, tomou essa forma de organização para si, e hoje utiliza esse meio, mas, o que a burguesia não faz para manter seus interesses e seu poder? isso é o de menos! Mas, pro essencia, como nos disse Vladimir Lenin, apartidarismo é um conceito pequeno-burguês.

terceiro, saberiam o que é uma instituição, o que é grupo, por exempl oo caso da UNE, muito debatido hoje, mas em breve falo sobre isso.

Bem, isso é algo que deve ser aprofundado, mas não é meu objetivo aqui camaradas.

Não se pode confundir "apartidarismo" como "autonomia", são conceitos diferentes, por exemplo, uma pessoa apartidária pode não ter autonomia, como um partidário pode ter autonomia, mas o que seria autonomia, hein? Só para provocar, pois não vou responder!!!

De fato, os partidos ultimamente não tem conseguido cumprir seu papel com maestria no movimento estudantil, assim como nos movimentos sociais e na luta de classes [para ousar um pouquinho].

O papel e função social dos partidos tem deixado a desejar, mas, por quê? Por que os partidos são instituições más? Tem pacto com a coisa ruim? Bem, iso é o que a elite quer que a genet pense, não acham? Afinal, não é legal para eles ter um partido forte e organziado aliado a classe trabalhadora [não atoa tentam destruir esses partidos atrvés dos diversos meios nso diais atuais, basta ligar a TV umas horas e isso é confirmado].

Bem, vale ressaltar que nessas duas últimas décadas foram bem peculiares no Brasil, começaram a repercutir os ares da democracia [conquista árdua da sociedade no período de ditadura], porém, ao mesmo tempo, temos a tão falada ofensiva neolibral, que aliada uma séria de mecanismo, atuam na reengenharia da produção e reprodução social e consequentemente atua no papel do estado, tão logo no processo, reconfigura-se o papel da sociedade civil. Com isso, podemos resumir [porém não simplificando] no que chamamos de ofensiva neoliberal [fortalecimento do capital], e refluxo da luta de classes [defensiva das ideias socialistas]. Com isso, a esquerda passou a mais se defender do que atacar, e os partidos de esquerda acabam sofrendo esse imapcto, assim como os movimentos sociais, e óbvio, o movimento estudantil. Bem, não querendo aprofundar sobre isso, mas vale resaltar que essa década é fulcral para a organização e reorganização da classe trabalhadora, afetando assim toda a dinâmica social.

Pois bem, indo direot ao ponto:
Apartidarismo é um conceito falso [como ele é usado hegemonicamente], pois é um conceito que segue a ideia de que os partidos são organizações que nada contribuem para a luta de classes, e que algo muito maior e superior e iluminado será a redenção da classe. Já nos disse Gramsci, que não tomar partido, é ser indiferente, isso é ser radical, o useja, ir a raíz.

Porém, não podemso negar que algumas práticas [inclusive da esquerda] reproduzem e facilitam nesse ideario de "demonização" de partidos, tanto no que s erefere as práticas golpistas, como a de aparelhamento. Ai sim, o aparelhamento, é algo que devemos discutir.

Acho que por hoje é só...

PS: texto sem revisão e falta concluir

sexta-feira, junho 08, 2012

A Força da Imagem do PT

Por Marcos Coimbra


Em artigo publicado na revista CartaCapital que circula esta semana, o sociólogo Marcos Coimbra traz os dados de uma pesquisa nacional feita recentemente pelo instituto Vox Populi, presidido por ele, em que 48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Só que 80% das respostas se restringem a apenas três partidos: o PT, com 28% das respostas, o PMDB, com 6% e o PSDB com 5%. Os demais 26 partidos dividem os 20% restantes de simpatia.
O parágrafo transcrito a seguir explica a voracidade e a virulência dos contínuos ataques de certa mídia ao Partido dos Trabalhadores. “A proeminência do PT é ainda mais acentuada quando se pede ao entrevistado que diga se “simpatiza”, “antipatiza” ou se não tem um ou outro sentimento em relação ao partido. Entre “muita” e “alguma simpatia”, temos 51% (ao PT). Outros 37% se dizem indiferentes. Ficam 11%, que antipatizam “alguma” coisa ou “muito” com ele.” Vejam abaixo a íntegra do artigo:


A Força da Imagem do PT
Ao contrário do que se costuma pensar, o sistema partidário brasileiro tem um enraizamento social expressivo. Ao considerar nossas instituições políticas, pode-se até dizer que ele é muito significativo.
Em um país com democracia intermitente, baixo acesso à educação e onde a participação eleitoral é obrigatória, a proporção de cidadãos que se identificam com algum partido chega a ser surpreendente.
Se há, portanto, uma coisa que chama a atenção no Brasil não é a ausência, mas a presença de vínculos partidários no eleitorado.

Conforme mostram as pesquisas, metade dos eleitores tem algum vínculo.
Seria possível imaginar que essa taxa é consequência de termos um amplo e variado multipartidarismo, com 29 legendas registradas. Com um cardápio tão vasto, qualquer um poderia encontrar ao menos um partido com o qual concordar. Mas não é o que acontece. Pois, se o sistema partidário é disperso, as identificações são concentradas. Na verdade, fortemente concentradas.

O Vox Populi fez recentemente uma pesquisa de âmbito nacional sobre o tema. Deu o esperado: 48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Mas 80% desses se restringiram a apenas três: PT (com 28% das respostas), PMDB (com 6%) e PSDB (com 5%). Olhado desse modo, o sistema é, portanto, bem menos heterogêneo, pois os restantes 26 partidos dividem os 20% que sobram. Temos a rigor apenas três partidos de expressão. Entre os três, um padrão semelhante. Sozinho, o PT representa quase 60% das identidades partidárias, o que faz com que todos os demais, incluindo os grandes, se apequenem perante ele.

Em resumo, 50% dos eleitores brasileiros não têm partido; 30% são petistas e 20% simpatizam com algum outro -e a metade desses é peemedebista ou tucana. Do primeiro para o segundo, a relação é de quase cinco vezes.

A proeminência do PT é ainda mais acentuada quando se pede ao entrevistado que diga se “simpatiza”, “antipatiza” ou se não tem um ou outro sentimento em relação ao partido. Entre “muita” e “alguma simpatia”, temos 51%. Outros 37% se dizem indiferentes. Ficam 11%, que antipatizam “alguma” coisa ou “muito” com
ele.
Essa simpatia está presente mesmo entre os que se identificam com os demais partidos. É simpática ao PT a metade dos que se sentem próximos ao PMDB, um terço dos que gostam do PSDB e metade dos que simpatizam com os outros.

Se o partido é visto com bons olhos por proporções tão amplas, não espanta que seja avaliado positivamente pela maioria em diversos quesitos: 74% do total de entrevistados o consideram um partido “moderno” (ante 14% que o acham “ultrapassado”); 70% entendem que “tem compromisso com os pobres”(ante 14% que dizem que não); 66% afirmam que “busca atender ao interesse da maioria da população” (ante 15% que não acreditam nisso). Até em uma dimensão particularmente complicada seu desempenho é positivo: 56% dos entrevistados acham que “cumpre o que promete” (enquanto 23% dizem que não). Níveis de confiança como esses não são comuns em nosso sistema político.

Ao comparar os resultados dessa pesquisa com outras, percebe-se que a imagem do PT apresenta uma leve tendência de melhora nos últimos anos. No mínimo, de estabilidade. Entre 2008 e 2012, por exemplo, a proporção dos que dizem que o partido tem atuação “positiva na política brasileira” foi de 57% a 66%.
A avaliação de sua contribuição para o crescimento do País também se mantém elevada: em 2008, 63% dos entrevistados estavam de acordo com a frase “O PT ajuda o Brasil a crescer”, proporção que foi a 72% neste ano.

O sucesso de Lula e o bom começo de Dilma Rousseff são uma parte importante da explicação para esses números. Mas não seria correto interpretá-los como fruto exclusivo da atuação de ambos.
Nas suas três décadas de existência, o PT desenvolveu algo que inexistia em nossa cultura política e se diferenciou dos demais partidos da atualidade: formou laços sólidos com uma ampla parcela do eleitorado.

O petismo tornou-se um fenômeno de massa.
Há, é certo, quem não goste dele -os 11% que antipatizam, entre os quais os 5% que desgostam muito. Mas não mudam o quadro.
Ao se considerar tudo que aconteceu ao partido e ao se levar em conta o tratamento sistematicamente negativo que recebe da chamada “grande imprensa”- demonstrado em pesquisas acadêmicas realizadas por instituições respeitadas -é um saldo muito bom.

É com essa imagem e a forte aprovação de suas principais lideranças que o PT se prepara para enfrentar os difíceis dias em que o coro da indústria de comunicação usará o julgamento do mensalão para desgastá-lo.
Conseguirá?

*Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi.

domingo, junho 24, 2012

Eu já sabia

É tão ruim quando atitudes não te supreendem. Nada pior do que repetir a frase para nós mesmos "eu já sabia", é como se a dialética tivesse morrido e o processo teimasse em dizer que a partir de agora, tudo se repete, primeiro como farsa, depois como tragédia.

Mas, talvez, o "eu já sabia", no fundo, expressa a própria movimentação das coisas, por que  se não nos surpreende não significa dizer que é algo que você já sabia, mas que os movimentos apontam para isso, e a aparência não mostrava.

Pobre daqueles que acreditam na aparência da atitude humana, com certeza, frustação será pouco. Teimamos em dar o bendito beneficio da dúvida, mas a história nos mostra que no final era aquilo que pensamos...

Sei lá, talvez essa porra chamada decepção foi feita para que a gente sofra mesmo. E nem o mais sublime movimento faça com isso não exista. Sofrer menos, sofrer mais, no fim a dor e a cicatriz existem, não tem como negar.

Ah, vamos deixar fluir, como o rio que flui, o rio flui por que é natureza, e natureza não possui ação teleológica e consciente, logo, não poderá refletir e repensar e avaliar seus atos, ou mesmo sofrer consequências disso.

Ah, vamos ser o movimento, bla bla bla.. na boa, essa parada da dialética eu aprendi na academia, ser e não ser o mesmo homem que banha e não se banha no mesmo rio que não é o mesmo. Mas, eu não sou um rio. Logo não fluo como um, mas posso tentar como ser humano em movimento que na verdade é o movimento e não o ser humano.

Felicidade, linas palavras, mas que na verdade não chegarão, infelizmente é uma realidade. Talvez isso seja que nem Deus, uma grande mentira patética para nos enganar e nos dar o que chamam de "conforto" emocional e espiritual.

Na hora é tudo muito bom, é que nos deixamos levar pro emoções mesquinhas que se podem comprar em qualquer esquina, mas só disso vivemos?

Vamos tirar as mascarás e nos despir da arrogância e da hipocrisia.

"Talvez eu não seja um bom lugar pra ficar, mas certemante sou muito bom de passagem. É só você passar por aqui todo dia, que a gente faz, agente faz um jeito novo de monotonia. Onde repetir se torna fantasia e toda despedida se vai com um "boa viagem", boa viagem..."

sábado, junho 09, 2012

Apartidarismo e o movimento estudantil

"Apartidarismo" com certeza é um dos mitos mais escutados ao redor da militância em prol da educação, o movimento estudantil [uma parte] repete e repete isso, muitas vezes sem nem saber o que diz. As vezes pode ser equívoco, outras vezes ingenuidade, quem somos nós para julgar???

A questão é que essa falsa polêmica atravessa discussões e debates que o movimeno estudantil não pode se dar ao luxo de perder tempo. Esse purismo exagerado, mal sabem eles, é uma jogada genial da direita e do capitalismo.

Bem, primeiro por que o movimento estudantil [por suas carcterísticas fundamentais como ciclicidade e heterogeinidade] não consegue nos dias atuais [não como antigamente, e isso sem nostalgia] formular e refletir sobre suas formas de organização e ação, e assim, não conhecem sua história [o que é fundamental na análise dita marxista].

Se soubessem da história, saberiam duas coisas:

Primeiro, que os partidos historicamnete deram enormes contribuições para a luta educacional de diversas maneiras, desde da dmeocratização do país até a reforma sanitária [vide pro exemplo a inserção de partidos nas executivas da saúde]. Os tempos que o movimento estudantil foi mais atuante, tanto nas suas lutas específicas, como a das sociedade, tinha vários e diversos partidos, coincidência? Bem, óbvio que esse não é apenas o único fator, mas deve ser levado em conta.

Segundo, que os partidos são instrumentos históricos de luta e organização da classe trabalhadora, maneiras essencialmente coletivas de organização e de unificação de bandeiras para toda a sociedade, coisa que os movimentos sociais tem grandes limites, o partidos conseguem massficiar e dar unidade a diversas bandeiras, e transformar numa bandeira somente! òbvio que a burguesia, como sempre, tomou essa forma de organização para si, e hoje utiliza esse meio, mas, o que a burguesia não faz para manter seus interesses e seu poder? isso é o de menos! Mas, pro essencia, como nos disse Vladimir Lenin, apartidarismo é um conceito pequeno-burguês.

terceiro, saberiam o que é uma instituição, o que é grupo, por exempl oo caso da UNE, muito debatido hoje, mas em breve falo sobre isso.

Bem, isso é algo que deve ser aprofundado, mas não é meu objetivo aqui camaradas.

Não se pode confundir "apartidarismo" como "autonomia", são conceitos diferentes, por exemplo, uma pessoa apartidária pode não ter autonomia, como um partidário pode ter autonomia, mas o que seria autonomia, hein? Só para provocar, pois não vou responder!!!

De fato, os partidos ultimamente não tem conseguido cumprir seu papel com maestria no movimento estudantil, assim como nos movimentos sociais e na luta de classes [para ousar um pouquinho].

O papel e função social dos partidos tem deixado a desejar, mas, por quê? Por que os partidos são instituições más? Tem pacto com a coisa ruim? Bem, iso é o que a elite quer que a genet pense, não acham? Afinal, não é legal para eles ter um partido forte e organziado aliado a classe trabalhadora [não atoa tentam destruir esses partidos atrvés dos diversos meios nso diais atuais, basta ligar a TV umas horas e isso é confirmado].

Bem, vale ressaltar que nessas duas últimas décadas foram bem peculiares no Brasil, começaram a repercutir os ares da democracia [conquista árdua da sociedade no período de ditadura], porém, ao mesmo tempo, temos a tão falada ofensiva neolibral, que aliada uma séria de mecanismo, atuam na reengenharia da produção e reprodução social e consequentemente atua no papel do estado, tão logo no processo, reconfigura-se o papel da sociedade civil. Com isso, podemos resumir [porém não simplificando] no que chamamos de ofensiva neoliberal [fortalecimento do capital], e refluxo da luta de classes [defensiva das ideias socialistas]. Com isso, a esquerda passou a mais se defender do que atacar, e os partidos de esquerda acabam sofrendo esse imapcto, assim como os movimentos sociais, e óbvio, o movimento estudantil. Bem, não querendo aprofundar sobre isso, mas vale resaltar que essa década é fulcral para a organização e reorganização da classe trabalhadora, afetando assim toda a dinâmica social.

Pois bem, indo direot ao ponto:
Apartidarismo é um conceito falso [como ele é usado hegemonicamente], pois é um conceito que segue a ideia de que os partidos são organizações que nada contribuem para a luta de classes, e que algo muito maior e superior e iluminado será a redenção da classe. Já nos disse Gramsci, que não tomar partido, é ser indiferente, isso é ser radical, o useja, ir a raíz.

Porém, não podemso negar que algumas práticas [inclusive da esquerda] reproduzem e facilitam nesse ideario de "demonização" de partidos, tanto no que s erefere as práticas golpistas, como a de aparelhamento. Ai sim, o aparelhamento, é algo que devemos discutir.

Acho que por hoje é só...

PS: texto sem revisão e falta concluir

sexta-feira, junho 08, 2012

A Força da Imagem do PT

Por Marcos Coimbra


Em artigo publicado na revista CartaCapital que circula esta semana, o sociólogo Marcos Coimbra traz os dados de uma pesquisa nacional feita recentemente pelo instituto Vox Populi, presidido por ele, em que 48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Só que 80% das respostas se restringem a apenas três partidos: o PT, com 28% das respostas, o PMDB, com 6% e o PSDB com 5%. Os demais 26 partidos dividem os 20% restantes de simpatia.
O parágrafo transcrito a seguir explica a voracidade e a virulência dos contínuos ataques de certa mídia ao Partido dos Trabalhadores. “A proeminência do PT é ainda mais acentuada quando se pede ao entrevistado que diga se “simpatiza”, “antipatiza” ou se não tem um ou outro sentimento em relação ao partido. Entre “muita” e “alguma simpatia”, temos 51% (ao PT). Outros 37% se dizem indiferentes. Ficam 11%, que antipatizam “alguma” coisa ou “muito” com ele.” Vejam abaixo a íntegra do artigo:


A Força da Imagem do PT
Ao contrário do que se costuma pensar, o sistema partidário brasileiro tem um enraizamento social expressivo. Ao considerar nossas instituições políticas, pode-se até dizer que ele é muito significativo.
Em um país com democracia intermitente, baixo acesso à educação e onde a participação eleitoral é obrigatória, a proporção de cidadãos que se identificam com algum partido chega a ser surpreendente.
Se há, portanto, uma coisa que chama a atenção no Brasil não é a ausência, mas a presença de vínculos partidários no eleitorado.

Conforme mostram as pesquisas, metade dos eleitores tem algum vínculo.
Seria possível imaginar que essa taxa é consequência de termos um amplo e variado multipartidarismo, com 29 legendas registradas. Com um cardápio tão vasto, qualquer um poderia encontrar ao menos um partido com o qual concordar. Mas não é o que acontece. Pois, se o sistema partidário é disperso, as identificações são concentradas. Na verdade, fortemente concentradas.

O Vox Populi fez recentemente uma pesquisa de âmbito nacional sobre o tema. Deu o esperado: 48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Mas 80% desses se restringiram a apenas três: PT (com 28% das respostas), PMDB (com 6%) e PSDB (com 5%). Olhado desse modo, o sistema é, portanto, bem menos heterogêneo, pois os restantes 26 partidos dividem os 20% que sobram. Temos a rigor apenas três partidos de expressão. Entre os três, um padrão semelhante. Sozinho, o PT representa quase 60% das identidades partidárias, o que faz com que todos os demais, incluindo os grandes, se apequenem perante ele.

Em resumo, 50% dos eleitores brasileiros não têm partido; 30% são petistas e 20% simpatizam com algum outro -e a metade desses é peemedebista ou tucana. Do primeiro para o segundo, a relação é de quase cinco vezes.

A proeminência do PT é ainda mais acentuada quando se pede ao entrevistado que diga se “simpatiza”, “antipatiza” ou se não tem um ou outro sentimento em relação ao partido. Entre “muita” e “alguma simpatia”, temos 51%. Outros 37% se dizem indiferentes. Ficam 11%, que antipatizam “alguma” coisa ou “muito” com
ele.
Essa simpatia está presente mesmo entre os que se identificam com os demais partidos. É simpática ao PT a metade dos que se sentem próximos ao PMDB, um terço dos que gostam do PSDB e metade dos que simpatizam com os outros.

Se o partido é visto com bons olhos por proporções tão amplas, não espanta que seja avaliado positivamente pela maioria em diversos quesitos: 74% do total de entrevistados o consideram um partido “moderno” (ante 14% que o acham “ultrapassado”); 70% entendem que “tem compromisso com os pobres”(ante 14% que dizem que não); 66% afirmam que “busca atender ao interesse da maioria da população” (ante 15% que não acreditam nisso). Até em uma dimensão particularmente complicada seu desempenho é positivo: 56% dos entrevistados acham que “cumpre o que promete” (enquanto 23% dizem que não). Níveis de confiança como esses não são comuns em nosso sistema político.

Ao comparar os resultados dessa pesquisa com outras, percebe-se que a imagem do PT apresenta uma leve tendência de melhora nos últimos anos. No mínimo, de estabilidade. Entre 2008 e 2012, por exemplo, a proporção dos que dizem que o partido tem atuação “positiva na política brasileira” foi de 57% a 66%.
A avaliação de sua contribuição para o crescimento do País também se mantém elevada: em 2008, 63% dos entrevistados estavam de acordo com a frase “O PT ajuda o Brasil a crescer”, proporção que foi a 72% neste ano.

O sucesso de Lula e o bom começo de Dilma Rousseff são uma parte importante da explicação para esses números. Mas não seria correto interpretá-los como fruto exclusivo da atuação de ambos.
Nas suas três décadas de existência, o PT desenvolveu algo que inexistia em nossa cultura política e se diferenciou dos demais partidos da atualidade: formou laços sólidos com uma ampla parcela do eleitorado.

O petismo tornou-se um fenômeno de massa.
Há, é certo, quem não goste dele -os 11% que antipatizam, entre os quais os 5% que desgostam muito. Mas não mudam o quadro.
Ao se considerar tudo que aconteceu ao partido e ao se levar em conta o tratamento sistematicamente negativo que recebe da chamada “grande imprensa”- demonstrado em pesquisas acadêmicas realizadas por instituições respeitadas -é um saldo muito bom.

É com essa imagem e a forte aprovação de suas principais lideranças que o PT se prepara para enfrentar os difíceis dias em que o coro da indústria de comunicação usará o julgamento do mensalão para desgastá-lo.
Conseguirá?

*Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi.