sábado, março 05, 2011

III EIV - SERGIPE

III Estágio Interdisciplinar de Vivência – EIV - em áreas de Reforma Agrária - Sergipe
09 a 29 de Janeiro de 2011
Companheiras e companheiros estejam bem!
Estou aqui para fazer o repasse e relatoria do III EIV Sergipe.
Primeiramente cabe explicar o que é o Estágio Interdisciplinar de Vivência. O EIV representa um importante instrumento pedagógico e político que possibilita, aos/às estudantes de todas as áreas do conhecimento, vivenciar e compreender a realidade agrária brasileira, o povo camponês, a luta pela terra, as contradições e a distância que as universidades se colocam para essas questões.
Esta experiência se pauta por três princípios fundamentais: a parceria, que se dá na relação do Movimento Estudantil e os Movimentos Sociais de Luta pela Terra, especialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; a interdisciplinaridade, que propicia o diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento, abrindo espaço para outros pontos de vista sobre determinados temas e problemáticas, além de exercitar a discussão e a reflexão coletiva; e a não intervenção, pois garante ao estudante dedicar-se apenas ao conhecimento da realidade dos agricultores para compreendê-la e, ao mesmo tempo, oferecer elementos para problematizar sua formação profissional e dimensionar ações futuras de interação e contribuição profissional.
A universidade oferece muitas propostas de formação profissional que não prestam a devida atenção as demandas e carências dos grupos sociais que situam-se em posição marginalizada. Assim, com o EIV tem-se a perspectiva de despertar a consciência crítica e classista dos estudantes, provocar o questionamento quanto as ações da universidade, a formação recebida e a estrutura da sociedade, bem como, apresentar as ferramentas de luta construídas historicamente pela classe trabalhadora, possibilitando um engajamento para a transformação social, e que os estudantes sintam o sentimento de “banhar-se de povo”.
O EIV também é um espaço para compreender na prática as contradições e complexidades da realidade. Identificar que a crise dos movimentos sociais não está isolada, não é um simples determinismo, mas sim resultado de um conjunto enorme de variáveis, pois a realidade é dinâmica. As causas das contradições e crises são de caráter estrutural, conjuntural, objetivo e subjetivo. O EIV “mostra” os desafios políticos e organizativos que precisamos superar, através da importância da lealdade ao povo, da clareza sobre tática e estratégia, da luta, da formação política e ideológica, do trabalho de base, da democracia entre outros.

O estágio se divide em três fases:

1 Preparação (pré-vivência): com a qual objetiva-se o aprofundamento teórico de temas que pretendem subsidiar os/as estagiários/as para uma melhor compreensão da realidade que irão vivenciar.
2.Vivência: Constitui a fase em que ocorre a interação entre o estagiário/a e as famílias, onde o mesmo passa a conhecer os processos organizativo, político, produtivo, social e cultural dos Movimentos Sociais Populares.
3. Avaliação e Sitematização (pós-viência): fase reservada para a socialização das experiências individuais, aprofundamento dos temas abordados na preparação e avaliação da experiência do estágio, debate em torno das lutas atuais e as ferramentas para construção das mesmas.

[1] Na fase de preparação (pré-vivência) tivemos espaços como: Curso de Como Funciona a Sociedade, Opressões, Histórico de Luta pela Terra, Capitalismo no Campo, Saúde, América Latina, Criminalização dos Movimentos Sociais Populares e o papel da mídia, Educação, Universidade, Cultura, Agroecologia e Meio Ambiente, Conhecimento Popular e Não Intervenção, e discussão da metodologia dos NB’s como o trabalho, mística e valores e gestão democrática.

[2] Passamos 10 dias na vivência. Os/as estagiários/as são divididos em duplas ou trios (a maioria sendo em dupla) e são enviados ou para acampamentos, pré-assentamentos e assentamentos, isso depende muito do perfil da dupla.

[3] No espaço de Avaliação e Sistematização tivemos espaços como troca de experiências, conjuntura dos Movimentos, Juventude, Processo de Formação da Consciência, Movimento Estudantil e repasse das Organizações.

Metodologia do EIV
A metodologia utilizada no EIV é a do Instituo Josué de Castro, que envolve princípios filosóficos e pedagógicos
         Princípios Filosóficos: Os princípios filosóficos dizem respeito nossa visão de mundo, nossas concepções mais gerais em relação à pessoa humana, à sociedade, e ao que entendemos que seja educação. São os fundamentos dos objetivos estratégicos do trabalho educativo.
1) Educação para a transformação social.
2) Educação para o trabalho e a cooperação.
3) Educação voltada para as várias dimensões da pessoa humana.
4) Educação com / para valores humanistas e socialistas.
5) Educação como um processo permanente de formação e transformação humana.
         Princípios Pedagógicos: Os princípios pedagógicos se referem ao jeito de fazer e de pensar a educação, para concretizar os próprios princípios filosóficos. Dizem dos elementos que são essenciais e gerais na nossa proposta de educação, incluindo especialmente a reflexão metodológica dos processos educativos, chamando atenção de que pode haver práticas diferenciadas a partir dos mesmos princípios pedagógicos e filosóficos. Ou seja, é diferente a prática pedagógica que acontece numa escola infantil de assentamento da que acontece num curso de segundo grau como Técnico em Administração de Cooperativas (TAC), por exemplo. Mas os princípios filosóficos e pedagógicos são (devem ser) os mesmos.
1) Relação entre prática e teoria.
2) Combinação metodológica entre processos de ensino e de capacitação.
3) A realidade como base da produção do conhecimento.
4) Conteúdos formativos socialmente úteis.
5) Educação para o trabalho e pelo trabalho.
6) Vínculo orgânico entre processos educativos e processos políticos.
7) Vínculo orgânico entre processos educativos e processos econômicos.
8) Vínculo orgânico entre educação e cultura.
9) Gestão democrática.
10) Auto-organização dos estudantes e das estudantes.
11) Criação de coletivos pedagógicos e formação permanente dos educadores e das educadoras.
12) Atitude e habilidades de pesquisa.
13) Combinação entre processos pedagógicos coletivos e individuais.

Como se aproveitava o tempo no EIV
5:45
Alvorada
6-6:30h
Tempo Pessoal – banho...
6:30 – 7h
Café de classe
7-7:30
Reunião NB´s (repasse da reunião coordenadores, com relatoria * fazer cadernos p relatoria nb´s), lavar louça (7h – reu nb enquanto trabalha)
7:30 – 8h
Tempo Leitura – a decisão se a leitura será individual ou coletiva se dará nos nb´s
(textos pequenos* - fazer cadernos de textos mais profundos p/ entregar antes do EIV)
8 – 8:20
Formatura
8:20 – 12h
Tempo Aula (com intervalo 10 min pra cafezinho – varia pela metodologia do palestrante)
12 – 13h
Almoço
13- 13:30h
Tempo trabalho
13:30 – 14:20h
Tempo cochilo/ descanso
14:20 – 18h
Tempo Aula (começa com café p acordar)
18 – 18:30h
Tempo Pessoal - higiene...
18:30 – 19h
Jantar
19h- 19:30
Tempo Cochicho – socialização e lavar louça jantar
19:30- 21h
Reunião NB’s (avaliação e método * a CPP tem Papel Fundamental, instigar o debate)
21h – 22h
Reunião de Coordenadores
22h e além...
Reunião CPP
23h....
Silêncio
Com tempo aula à noite:
19:30
Tempo aula
21:30
Reunião NB’s ( em dias de aula só rola avaliação do dia, sem discussão de método)
22:15.
Reunião de Coordenadores
23h e além...
Reunião CPP / silêncio


A perspectiva do EIV é colocar para o(a) estagiário(a) a importância da organização estudantil para que a luta organizada possa transformar a realidade que nos é imposta. Também é central no EIV colocar a Formação Política na agenda do dia do Movimento Estudantil.

Organização do III EIV-SE:
ABEEF
 (Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal)
Conselho de Bolsistas da UFS
DENEM
 (Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina)
FENED (Federação Nacional dos Estudantes de Direito)
ENEBio
 (Entidade Nacional de Estudantes de Biologia)
ENESSO (Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social)
FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil)
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)



Shellen Batista Galdino, estudante de Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba

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sábado, março 05, 2011

III EIV - SERGIPE

III Estágio Interdisciplinar de Vivência – EIV - em áreas de Reforma Agrária - Sergipe
09 a 29 de Janeiro de 2011
Companheiras e companheiros estejam bem!
Estou aqui para fazer o repasse e relatoria do III EIV Sergipe.
Primeiramente cabe explicar o que é o Estágio Interdisciplinar de Vivência. O EIV representa um importante instrumento pedagógico e político que possibilita, aos/às estudantes de todas as áreas do conhecimento, vivenciar e compreender a realidade agrária brasileira, o povo camponês, a luta pela terra, as contradições e a distância que as universidades se colocam para essas questões.
Esta experiência se pauta por três princípios fundamentais: a parceria, que se dá na relação do Movimento Estudantil e os Movimentos Sociais de Luta pela Terra, especialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra; a interdisciplinaridade, que propicia o diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento, abrindo espaço para outros pontos de vista sobre determinados temas e problemáticas, além de exercitar a discussão e a reflexão coletiva; e a não intervenção, pois garante ao estudante dedicar-se apenas ao conhecimento da realidade dos agricultores para compreendê-la e, ao mesmo tempo, oferecer elementos para problematizar sua formação profissional e dimensionar ações futuras de interação e contribuição profissional.
A universidade oferece muitas propostas de formação profissional que não prestam a devida atenção as demandas e carências dos grupos sociais que situam-se em posição marginalizada. Assim, com o EIV tem-se a perspectiva de despertar a consciência crítica e classista dos estudantes, provocar o questionamento quanto as ações da universidade, a formação recebida e a estrutura da sociedade, bem como, apresentar as ferramentas de luta construídas historicamente pela classe trabalhadora, possibilitando um engajamento para a transformação social, e que os estudantes sintam o sentimento de “banhar-se de povo”.
O EIV também é um espaço para compreender na prática as contradições e complexidades da realidade. Identificar que a crise dos movimentos sociais não está isolada, não é um simples determinismo, mas sim resultado de um conjunto enorme de variáveis, pois a realidade é dinâmica. As causas das contradições e crises são de caráter estrutural, conjuntural, objetivo e subjetivo. O EIV “mostra” os desafios políticos e organizativos que precisamos superar, através da importância da lealdade ao povo, da clareza sobre tática e estratégia, da luta, da formação política e ideológica, do trabalho de base, da democracia entre outros.

O estágio se divide em três fases:

1 Preparação (pré-vivência): com a qual objetiva-se o aprofundamento teórico de temas que pretendem subsidiar os/as estagiários/as para uma melhor compreensão da realidade que irão vivenciar.
2.Vivência: Constitui a fase em que ocorre a interação entre o estagiário/a e as famílias, onde o mesmo passa a conhecer os processos organizativo, político, produtivo, social e cultural dos Movimentos Sociais Populares.
3. Avaliação e Sitematização (pós-viência): fase reservada para a socialização das experiências individuais, aprofundamento dos temas abordados na preparação e avaliação da experiência do estágio, debate em torno das lutas atuais e as ferramentas para construção das mesmas.

[1] Na fase de preparação (pré-vivência) tivemos espaços como: Curso de Como Funciona a Sociedade, Opressões, Histórico de Luta pela Terra, Capitalismo no Campo, Saúde, América Latina, Criminalização dos Movimentos Sociais Populares e o papel da mídia, Educação, Universidade, Cultura, Agroecologia e Meio Ambiente, Conhecimento Popular e Não Intervenção, e discussão da metodologia dos NB’s como o trabalho, mística e valores e gestão democrática.

[2] Passamos 10 dias na vivência. Os/as estagiários/as são divididos em duplas ou trios (a maioria sendo em dupla) e são enviados ou para acampamentos, pré-assentamentos e assentamentos, isso depende muito do perfil da dupla.

[3] No espaço de Avaliação e Sistematização tivemos espaços como troca de experiências, conjuntura dos Movimentos, Juventude, Processo de Formação da Consciência, Movimento Estudantil e repasse das Organizações.

Metodologia do EIV
A metodologia utilizada no EIV é a do Instituo Josué de Castro, que envolve princípios filosóficos e pedagógicos
         Princípios Filosóficos: Os princípios filosóficos dizem respeito nossa visão de mundo, nossas concepções mais gerais em relação à pessoa humana, à sociedade, e ao que entendemos que seja educação. São os fundamentos dos objetivos estratégicos do trabalho educativo.
1) Educação para a transformação social.
2) Educação para o trabalho e a cooperação.
3) Educação voltada para as várias dimensões da pessoa humana.
4) Educação com / para valores humanistas e socialistas.
5) Educação como um processo permanente de formação e transformação humana.
         Princípios Pedagógicos: Os princípios pedagógicos se referem ao jeito de fazer e de pensar a educação, para concretizar os próprios princípios filosóficos. Dizem dos elementos que são essenciais e gerais na nossa proposta de educação, incluindo especialmente a reflexão metodológica dos processos educativos, chamando atenção de que pode haver práticas diferenciadas a partir dos mesmos princípios pedagógicos e filosóficos. Ou seja, é diferente a prática pedagógica que acontece numa escola infantil de assentamento da que acontece num curso de segundo grau como Técnico em Administração de Cooperativas (TAC), por exemplo. Mas os princípios filosóficos e pedagógicos são (devem ser) os mesmos.
1) Relação entre prática e teoria.
2) Combinação metodológica entre processos de ensino e de capacitação.
3) A realidade como base da produção do conhecimento.
4) Conteúdos formativos socialmente úteis.
5) Educação para o trabalho e pelo trabalho.
6) Vínculo orgânico entre processos educativos e processos políticos.
7) Vínculo orgânico entre processos educativos e processos econômicos.
8) Vínculo orgânico entre educação e cultura.
9) Gestão democrática.
10) Auto-organização dos estudantes e das estudantes.
11) Criação de coletivos pedagógicos e formação permanente dos educadores e das educadoras.
12) Atitude e habilidades de pesquisa.
13) Combinação entre processos pedagógicos coletivos e individuais.

Como se aproveitava o tempo no EIV
5:45
Alvorada
6-6:30h
Tempo Pessoal – banho...
6:30 – 7h
Café de classe
7-7:30
Reunião NB´s (repasse da reunião coordenadores, com relatoria * fazer cadernos p relatoria nb´s), lavar louça (7h – reu nb enquanto trabalha)
7:30 – 8h
Tempo Leitura – a decisão se a leitura será individual ou coletiva se dará nos nb´s
(textos pequenos* - fazer cadernos de textos mais profundos p/ entregar antes do EIV)
8 – 8:20
Formatura
8:20 – 12h
Tempo Aula (com intervalo 10 min pra cafezinho – varia pela metodologia do palestrante)
12 – 13h
Almoço
13- 13:30h
Tempo trabalho
13:30 – 14:20h
Tempo cochilo/ descanso
14:20 – 18h
Tempo Aula (começa com café p acordar)
18 – 18:30h
Tempo Pessoal - higiene...
18:30 – 19h
Jantar
19h- 19:30
Tempo Cochicho – socialização e lavar louça jantar
19:30- 21h
Reunião NB’s (avaliação e método * a CPP tem Papel Fundamental, instigar o debate)
21h – 22h
Reunião de Coordenadores
22h e além...
Reunião CPP
23h....
Silêncio
Com tempo aula à noite:
19:30
Tempo aula
21:30
Reunião NB’s ( em dias de aula só rola avaliação do dia, sem discussão de método)
22:15.
Reunião de Coordenadores
23h e além...
Reunião CPP / silêncio


A perspectiva do EIV é colocar para o(a) estagiário(a) a importância da organização estudantil para que a luta organizada possa transformar a realidade que nos é imposta. Também é central no EIV colocar a Formação Política na agenda do dia do Movimento Estudantil.

Organização do III EIV-SE:
ABEEF
 (Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal)
Conselho de Bolsistas da UFS
DENEM
 (Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina)
FENED (Federação Nacional dos Estudantes de Direito)
ENEBio
 (Entidade Nacional de Estudantes de Biologia)
ENESSO (Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social)
FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil)
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)



Shellen Batista Galdino, estudante de Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba

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