Revolução Cubana

                       "Sonha e serás livre de espírito... luta e serás livre na vida". (Che Guevara)

   Cuba. Ilha do Caribe banhada pelas águas tépidas do mar das Antilhas, a poucos quilômetros da velha Hispaniola (hoje, Haiti/São Domingos), onde começou a moderna história da América.

      Cuba. Antigo paraíso do jogo para turistas norte-americanos, capital da revolução na América desde 1959, ano que em que Fidel Castro e seus guerrilheiros chegarem ao poder. Eterna dor de cabeça para o governo dos Estados Unidos, que vem lhe impondo um embargo econômico desde 1962.

     Sob liderança de Fidel Castro, Cuba experimentou grandes avanços sociais. Em contrapartida, o governo cubano extinguiu a liberdade de opinião e reprime todo tipo de oposição.

      Cuba para alguns é um exemplo de resistência e heroísmo contra os males do capitalismo e conseqüentemente das desumanidades que este reproduz. Para outros, Cuba é um ultraje aos direitos humanos e à democracia.

    Por volta de 1950 a economia cubana dependia inteiramente dos Estados Unidos, para onde vendia quase toda a produção de açúcar, principal produto de exportação da ilha caribenha. Pouco industrializada, Cuba importava quase tudo dos Estados Unidos. Os reflexos disso eram sentidos pela população: miséria, analfabetismo, péssimas condições de higiene e saúde. A situação agravou-se ainda mais em 1952, quando o ex-sargento Fulgêncio Batista (1901 - 1973) deu um golpe de Estado, suspendeu a constituição e implantou a ditadura!

Nessas circunstâncias, a corrupção se generalizou, beneficiando as pessoas próximas ao ditador. O jogo e a prostituição atraíam milhares de turistas norte-americanos, que fizeram de Cuba uma espécie de cassino permanente!

      Em 1953, o advogado Fidel Castro liderou um grupo de 120 pessoas que tentou tomar de assalto o quartel de Moncada, na cidade de Santiago de Cuba. A partir dessa ação, o grupo pretendia derrubar o governo de Batista e tomar o poder. Com o fracasso do movimento, Fidel Castro foi preso, permanecendo no cárcere até 1955, quando foi anistiado por Fulgêncio Batista.

      Ao ser libertado, Castro fixou-se no México, onde conheceu o médico argentino Enersto Che Guevara (1928 - 1967). Os dois organizaram um grupo de 72 homens armados e, em 1956, desembarcaram em Cuba dispostos derrubar o governo de Fulgêncio Batista.

     Atacados no desembarque, apenas doze sobreviveram, refugiados nas florestas da Sierra Maestra. Entretanto, apoiado por camponeses e por grupos de resistência urbana, o movimento guerrilheiro cresceu rapidamente e, de vitória em vitória, chegou ao poder em janeiro de 1959.

     Liderado por Fidel Castro, o governo revolucionário desapropriou os grandes latifúndios, distribuiu terras entre os camponeses e nacionalizou grandes empresas, muitas delas de origem norte-americana. Os criminosos de guerra batistianos foram julgados e sancionados, se varreu a corrompida direção do movimento operário e se dissolveram os partidos políticos que haviam servido à tirania.

      A designação do Comandante em Chefe Fidel Castro como primeiro-ministro no mês de fevereiro imprimiria um ritmo acelerado às medidas de benefício popular. Aprovou-se uma diminuição geral de aluguéis; As praias, antes privadas puseram-se a disposição do povo para seu desfrute e intervieram as companhias que monopolizavam os serviços públicos. Em 1961, Fidel Castro reconheceu publicamente o caráter socialista da Revolução Cubana. Muitos de seus opositores foram mortos ou fugiram para os Estados Unidos. Guevara, então braço direito de Fidel, torna-se um dos principais dirigentes do novo estado cubano: Embaixador, Presidente do Banco Nacional, Ministro da Indústria.

    Em represália, o governo norte-americano rompeu as relações diplomáticas com Cuba, que gera comentário até hoje, sobre o bloqueio extra-econômico á Cuba, mas também Cultural. Ainda em 1961, exilados cubanos tentaram invadir a ilha com o apoio da CIA, mas foram derrotados na baía dos Porcos. Em 1962, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), e o governo dos Estados Unidos decretou bloqueio comercial e financeiro, vários países da América - latina romperam relações com Cuba exceto o México.

   Apesar das dificuldades criadas pelo bloqueio e governo cubano conseguiu promover reformas e implementar importantes medidas nas áreas de educação e saúde. Do ponto de vista político, porém, o país continua governado pelo único partido permitido, o Partido Comunista Cubano, que impede a alternância no poder e reprime sistematicamente os opositores. Com o sucesso da revolução Cubana, tornou-se cada vez mais forte a ideia de se expandir o socialismo pelo mundo. Assim, o governo cubano apoiou ativamente movimentos guerrilheiros na América Latina, inclusive no Brasil. Também enviou militares pra lutar na guerra civil na Angola. Partidário da exportação da revolução, em 1966 Che Guevara renunciou a seu cargo de ministro em Cuba e participou diretamente dos movimentos guerrilheiro no Congo (África) e na Bolívia (América Latina). A reação do governo dos Estados Unidos á expansão do socialismo na América Latina não tardou. Na Bolívia, agentes da CIA treinaram os militares que, em outubro de 1967, capturaram e executaram Che Guevara.

       A revolução cubana triunfou em janeiro de 1959, mas seu aniversário é tradicionalmente comemorado no dia 26 de julho, data em que, no ano de 1953, Fidel Castro e um grupo de rebeldes tentaram, sem êxito, tomar de assalto o quartel de Moncada, em Santiago de Cuba.

      Havana, capital de Cuba, edifício decorado com a imagem de Che Guevara, na praça da Revolução, onde se faz turismo político-social. A reprodução da imagem de Che Guevara em camisetas e pôsteres geralmente utiliza uma famosa pintura feita pelo artista plástico irlandês radicado nos Estados Unidos Jim Fitzpatrick a partir da foto tirada por Alberto Diaz Gutiérrez, conhecido profissionalmente como Alberto Korda, divulgada pela revista Paris Match em 1967, pouco antes de sua morte, que se tornou a segunda imagem mais difundida da era contemporânea, atrás apenas de uma imagem de Jesus Cristo. A revista norte-americana Time incluiu Ernesto Che Guevara na sua lista das 100 personalidades mais importantes do século XX, na secção "Líderes e Revolucionários".  Na Argentina foi eleito o maior político argentino do século XX, obtendo 59,8% dos votos, em enquete feita por TV.




Indicação de livros e filmes:
• Diários de motocicleta, de Walter Salles Jr., 2004.
• Guantanamera, de Tomás Gutierrez Alea, 1994.
• Antes do anoitecer, de Jlian Schnabel, 2000.
• A ilha, de Fernando Morais, Companhia das Letras.




Termino com um dito de Ernesto Che Guevara:
"Se corre el peligro de que los árboles impidan ver el bosque, persiguiendo la quimera de realizar el socialismo con la ayuda de las armas melladas que nos legara el capitalismo (la mercancía como célula económica, la rentabilidad, el interés material individual como palanca, etcétera), se puede llegar a un callejón sin salida. Y se arriba allí tras recorrer una larga distancia en la que los caminos se entrecruzan muchas veces y donde es difícil percibir el momento en que se equivocó la ruta. Entre tanto, la base económica adaptada ha hecho su trabajo de zapa sobre el desarrollo de la conciencia. Para construir el comunismo, simultáneamente con la base material, hay que hacer al hombre nuevo."


"Existe o perigo de ver que as árvores da floresta, que persegue a quimera de realizar o socialismo com a ajuda do aborrecido que nos legou o capitalismo (a mercadoria como célula económica, a rendibilidade, o interesse material individual como alavanca, etc ), podemos chegar a um impasse. E lá em cima depois de viajar uma longa distância em que se cruzam e onde muitas vezes é difícil perceber o momento em que tomou o caminho errado. Enquanto isso, a base econômica foi estabelecido fez o seu trabalho de minar o desenvolvimento da consciência. Para construir o comunismo, simultaneamente com o material de base, deve ser o novo homem."