quarta-feira, abril 30, 2014

Sobre a esquerda brasileira

Há mais de um mês me fiz uma pergunta, sobre os problemas atuais dos projetos defendidos pelo campo que faço parte, a esquerda brasileira, sobre os desafios futuros que temos. 

Esse grande questionamento político filosófico continua sem resposta, porque é muito mais complexo do que eu imaginava. Pois se trata de um desafio mundial.

É inegável que o Brasil muito avançou nos últimos 10 anos, enquanto a Europa parece-me em derrocada econômica.

Acontece que o que está aí não é o dever ser, e isto posto, o que fazer?

Não acredito, e disso não abro mão, que importar métodos de análise eurocêntricos expliquem o Brasil atual, e de certo modo, não acredito que negar a tradição moderna seja a alternativa para isso.

O meu grande questionamento é se existe por quem se coloca contra o que está aí um projeto de fato, já que como dizem, estamos em crise? Tenho minhas dúvidas, talvez uma certa ironia com tom ideológico.

Mas, em poucas linhas, está posta a encruzilhada, da qual eu tenho posição firmada em 2014. Não tenho medo das críticas a isso, e que elas venham para o debate. Mas algo só se supera, quando tem algo melhor para colocar no lugar, caso não, a tendência é piorar.


http://plaggiado.blogspot.com.br/2014/03/heranca-maldita-formacao-social.html

Coronelismo na atualidade

O coronelismo na política é algo tão presente na nossas relações contemporâneas que chega a me dar nojo. As vezes acho que estou vivendo em uma neo-oligarquia ou algo assim. É muito muído para pouco programa, é muito individualismo e pouco projeto partidário. 

Mandonismo, patrimonialismo e totalitarismo fazem parte da política paraibana e brasileira, fruto de uma sociedade com um forte ranço conservador e policialesca. É explicável, mas as vezes, quem sabe disso, não cuida de mudar, e usa a situação da conjuntura para entrar no conforto e virar subalterno da ordem vigente.

Eu, como militante partidária assumida, fico com vergonha alheia de certos militantes que se dizem dirigentes e de certos espaços... enquanto isso, a maioria da população perdeu total credibilidade nessa ferramenta histórica da qual eu ainda ferrenhamente acredito.

Não estou falando aqui em nenhuma crise de representatividade ou de direção, longe disso, mas falo que parece ser tudo do mesmo balaio de gato: pessoas decidindo e tomando decisões mais voltadas para o eu do que para o coletivo, ou mesmo para sabe-se lá o que.

Reflexo mesmo de um mundo caótico, do qual eu não pretendo me resignar. E, essa crítica, segue como alerta saudável a todos os companheiros e companheiras militantes, vamos nos atentar a nossa prática, e menos para o que ganhamos em cima disso.

domingo, março 23, 2014

Herança maldita: formação social brasileira e a esquerda

No Brasil, Octávio Ianni afirma que se trata de um caleidoscópio de várias épocas, onde passado, presente e futuro se encontram em pura contradição, negação e afirmação.
Florestan Fernandes afirma também que certas caracterísiticas, como dependência, heteronomia, patrimonialismo, paternalismo, conformismo e mandonismo, são típicas do capitalismo à brasileira, na qual
"as impossibilidades históricas formam uma cadeia, uma espécie de círculo vicioso, que tende a repetir-se em quadros estruturais subsequentes. Como não há ruptura definitiva com o passado, a cada passo este se reapresenta na cena histórica e cobra o seu preço, embora sejam muito variáveis os artifícios da conciliação (em regra uma autêntica negação ou neutralização da “reforma‟). (FERNANDES, 2006, p. 238)
O Brasil é o retrato de encontro de várias temporalidades. 
Nos termos de Octávio Ianni, o Brasil se configura como “uma formação social na qual sobressaem ritmos irregulares e espasmódicos, desencontrados e contraditórios”, como um caleidoscópio de várias épocas, e assim na modernidade, o país, apresenta-se com um “presente que se acha impregnado de vários passados”. (IANNI, 1992, p. 60-63). 
Sendo assim, trata-se como marca fundante da história da formação social e econômica brasileira o desenvolvimento desigual e combinado, semelhando assim a “um caleidoscópio de muitas épocas, formas de vida e trabalho, modos de ser e pensar [...] E tudo isso está atravessado por um desenvolvimento desigual e combinado caleidoscópio, no qual a geografia e a história se mostram enlouquecidas.” (IANNI, 2004, p. 85).
Lamento que parte da esquerda brasileira não faz esse tipo de análise, e se perde e se volta e também se fecha em manuais que se voltam para a Europa. Talvez, isso reflita um pouco o déficit, a meu ver, da esquerda brasileira não conseguir dar visibilidades aos seus programas, salvo as exceções, é claro. Ficando a mercê da lógica da direita, com pautas resumidas na crítica pela crítica.
Uma vez vi um questionamento, e acho que guardadas as proporções cabe para este momento difícil de 2014. De certo, existe uma crise do sistema capitalista, e isso é inegável, se ela abala mais ou menos as estruturas e forças de produção do Brasil e países em desenvolvimento é um outro debate, mas, como afirmam alguns, se está uma tragédia (a partir de uma análise do governo e oposicianista), o que a "esquerda" teria para colocar no lugar? 

Shellen Galdino

teu corpo é meu poema



nosso corpo é poema, é rima,
meu corpo é delícia e o seu é poesia.
é música clássica, é samba e é valsa.
é tons graves, suaves e em pura sintonia
as vezes é opera traduzida em sinfonia
nosso corpo é santuário e é energia
é conexão em pura fantasia
é orgasmo as vezes em tons de nostalgia
é fogo em pura rebeldia.

Shellen Galdino

sexta-feira, março 21, 2014

Serviço Social na cena contemporânea: exército assistencial de reserva

Marilda Iamamoto tinha com previsão em 2007 de serem formados 10 mil Assistentes Sociais por ano, somente pelo EAD. E acreditem, esse dado é totalmente atual hoje, para não ser pior.

Ao fazer análises para o meu TCC me deparo que no ano de 2013, tinhamos 135.545 Assistentes Sociais no país, sendo que em 2010, apenas 3 anos antes, esse número era 102.087, ou seja, um aumento de 33.458, o que significa mais de 11 mil Assistentes Sociais formados e ativos por ano. Esses 11 mil por ano incluem EAD e presencial, sendo que hegemonicamente ofertado pelo mercado.

Ao dizer que são 11 mil por ano, significa que são 11 mil ativos e não significa o universo de profissionais formados, porque nem todos tiram o seu registro de imediato, soma-se a isso os que estão em formação e os que se encontram de forma irregular.


Esses se apresentam como desafios da categoria... um dado que apresenta inúmeras possibilidades de interpretação. A realidade cada vez mais é a de criação de um exército assistencial de reserva na categoria, o que implica em muitas vezes maior submissão e precarização no mundo do trabalho, o que impacta também a "qualidade" da formação profissional em Serviço Social no país. Tem que ter resistência.

O novo travestido de velho... ?!

Ano passado (24 de junho de 2013) escrevi um texto em meio a turbulência das manifestações de junho, o que parecia ser um trovão em meio a céu azul, se apresentava a mer ver como um complexo multideterminado e uma unidade de contrários, de base progressista mas também conservadora.

Óbvio que o texto é datado historicamente a partir de um acúmulo teórico-prático do fervor desse processo, mas vejam que mesmo em junho eu citei que existia a possibilidade de setores desse processo serem capitalizados por setores conservadores, inclusive citei as Marchas pela Família.

Talvez eu tenho errado em alguma questões, mas o tempo mostra algo do que eu coloquei nesse texto. Mas o fato é que as bases ultra conservadoras desse país não morreram com a abertura democrática pós autocracia burguesa.

"Uma coisa é fato, o protesto/manifestação/ato corre o risco de ser capitalizado pelo senso-comum, pela direita e setores bem conservadores do país e se tornarem possivelmente em “Marchas pela Família”, como na época da ditadura. Isso não significa, porém, que irá acontecer, mas é uma possibilidade. Como o contrário pode ser totalmente verdadeiro, só a luta cotidiana e decorrer do processo poderá definir. Por enquanto, nada está dado."

Pois é... o futuro permanece aberto, hoje e sempre.

http://plaggiado.blogspot.com.br/2013/06/movimento-passe-livre-mpl-e-mais-um.html

sábado, março 08, 2014

A mulher na vida como ela é



Desafio: nos respeitem durante os 365 dias do ano.

Sim, isso é uma cutucada para aqueles que acham que a mulher só deve ser lembrada no dia 8 de março... 

Você sabia as mulheres ganham menos? Você sabia que somos mais de 100 mil mulheres assassinadas (notificadas)? Você sabia que mulheres sofrem violência cotidianamente?

Pois bem, a todos/as que acham que a divisão sexual do trabalho e machismo institucional é conto da caroxinha inventado pelas feministas, devia ao menos, medir as palavras e buscar conhecer a vida como ela é.
Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (PNAD) do IBGE, mostra um dado triste, e eu diria até alarmante, para as mulheres, analisando a partir de um recorte de gênero.
Embora as mulheres tenham conseguido avanço no mercado de trabalho, o rendimento do trabalho feminino segundo esta pesquisa aumentou 5,1%.

Mas, antes de comemorar esse avanço, que é considerável, a realidade nos mostra uma contradição: o dos homens subiu 6,3%. Acreditem, esse um pouco mais de 1% é um grande número para o nosso lindo e moderno século XXI.

Em número mais precisos, o rendimento do trabalho feminino foi em média de R$ 1.238 em 2012, representando 72,9% do obtido pelos homens, que foi R$ 1.698. Então, será que não existe ainda na nossa sociedade relações de cunho patriarcal, machista e sexista?

Vocês já pararam para pensar quantas mulheres são violentadas por dia? Na Europa, uma a cada três mulheres já sofreram violência. Já no Brasil, seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica. 
Segundo o mapa da violência de 2012, nos 30 anos decorridos a partir de 1980 foram assassinadas no país perto de 91 mil mulheres, 43,5 mil só na última década. 

Talvez ainda não seja arcaíco recorrer ao termo divisão sexual do trabalho, machismo, feminismo... sem dúvidas, existem novas roupagens a partir da reestruturação do modo de produção do sistema capitalista, ou mesmo da "acumulação flexível". Talvez também, não seja arcaíco ainda utilizar Clara Zetkin, Rosa Luxemburg e Alexandra Kolontai.

Bem vindos/as a vida como é para as mulheres: opressora, dominadora, e claro, desigual.
Para que feminismo, né???

IMPORTANTE: http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1977:destaques-da-pesquisa-mulheres-brasileiras-nos-espacos-publico-e-privado-fundacao-perseu-abramosesc&catid=101

quarta-feira, abril 30, 2014

Sobre a esquerda brasileira

Há mais de um mês me fiz uma pergunta, sobre os problemas atuais dos projetos defendidos pelo campo que faço parte, a esquerda brasileira, sobre os desafios futuros que temos. 

Esse grande questionamento político filosófico continua sem resposta, porque é muito mais complexo do que eu imaginava. Pois se trata de um desafio mundial.

É inegável que o Brasil muito avançou nos últimos 10 anos, enquanto a Europa parece-me em derrocada econômica.

Acontece que o que está aí não é o dever ser, e isto posto, o que fazer?

Não acredito, e disso não abro mão, que importar métodos de análise eurocêntricos expliquem o Brasil atual, e de certo modo, não acredito que negar a tradição moderna seja a alternativa para isso.

O meu grande questionamento é se existe por quem se coloca contra o que está aí um projeto de fato, já que como dizem, estamos em crise? Tenho minhas dúvidas, talvez uma certa ironia com tom ideológico.

Mas, em poucas linhas, está posta a encruzilhada, da qual eu tenho posição firmada em 2014. Não tenho medo das críticas a isso, e que elas venham para o debate. Mas algo só se supera, quando tem algo melhor para colocar no lugar, caso não, a tendência é piorar.


http://plaggiado.blogspot.com.br/2014/03/heranca-maldita-formacao-social.html

Coronelismo na atualidade

O coronelismo na política é algo tão presente na nossas relações contemporâneas que chega a me dar nojo. As vezes acho que estou vivendo em uma neo-oligarquia ou algo assim. É muito muído para pouco programa, é muito individualismo e pouco projeto partidário. 

Mandonismo, patrimonialismo e totalitarismo fazem parte da política paraibana e brasileira, fruto de uma sociedade com um forte ranço conservador e policialesca. É explicável, mas as vezes, quem sabe disso, não cuida de mudar, e usa a situação da conjuntura para entrar no conforto e virar subalterno da ordem vigente.

Eu, como militante partidária assumida, fico com vergonha alheia de certos militantes que se dizem dirigentes e de certos espaços... enquanto isso, a maioria da população perdeu total credibilidade nessa ferramenta histórica da qual eu ainda ferrenhamente acredito.

Não estou falando aqui em nenhuma crise de representatividade ou de direção, longe disso, mas falo que parece ser tudo do mesmo balaio de gato: pessoas decidindo e tomando decisões mais voltadas para o eu do que para o coletivo, ou mesmo para sabe-se lá o que.

Reflexo mesmo de um mundo caótico, do qual eu não pretendo me resignar. E, essa crítica, segue como alerta saudável a todos os companheiros e companheiras militantes, vamos nos atentar a nossa prática, e menos para o que ganhamos em cima disso.

domingo, março 23, 2014

Herança maldita: formação social brasileira e a esquerda

No Brasil, Octávio Ianni afirma que se trata de um caleidoscópio de várias épocas, onde passado, presente e futuro se encontram em pura contradição, negação e afirmação.
Florestan Fernandes afirma também que certas caracterísiticas, como dependência, heteronomia, patrimonialismo, paternalismo, conformismo e mandonismo, são típicas do capitalismo à brasileira, na qual
"as impossibilidades históricas formam uma cadeia, uma espécie de círculo vicioso, que tende a repetir-se em quadros estruturais subsequentes. Como não há ruptura definitiva com o passado, a cada passo este se reapresenta na cena histórica e cobra o seu preço, embora sejam muito variáveis os artifícios da conciliação (em regra uma autêntica negação ou neutralização da “reforma‟). (FERNANDES, 2006, p. 238)
O Brasil é o retrato de encontro de várias temporalidades. 
Nos termos de Octávio Ianni, o Brasil se configura como “uma formação social na qual sobressaem ritmos irregulares e espasmódicos, desencontrados e contraditórios”, como um caleidoscópio de várias épocas, e assim na modernidade, o país, apresenta-se com um “presente que se acha impregnado de vários passados”. (IANNI, 1992, p. 60-63). 
Sendo assim, trata-se como marca fundante da história da formação social e econômica brasileira o desenvolvimento desigual e combinado, semelhando assim a “um caleidoscópio de muitas épocas, formas de vida e trabalho, modos de ser e pensar [...] E tudo isso está atravessado por um desenvolvimento desigual e combinado caleidoscópio, no qual a geografia e a história se mostram enlouquecidas.” (IANNI, 2004, p. 85).
Lamento que parte da esquerda brasileira não faz esse tipo de análise, e se perde e se volta e também se fecha em manuais que se voltam para a Europa. Talvez, isso reflita um pouco o déficit, a meu ver, da esquerda brasileira não conseguir dar visibilidades aos seus programas, salvo as exceções, é claro. Ficando a mercê da lógica da direita, com pautas resumidas na crítica pela crítica.
Uma vez vi um questionamento, e acho que guardadas as proporções cabe para este momento difícil de 2014. De certo, existe uma crise do sistema capitalista, e isso é inegável, se ela abala mais ou menos as estruturas e forças de produção do Brasil e países em desenvolvimento é um outro debate, mas, como afirmam alguns, se está uma tragédia (a partir de uma análise do governo e oposicianista), o que a "esquerda" teria para colocar no lugar? 

Shellen Galdino

teu corpo é meu poema



nosso corpo é poema, é rima,
meu corpo é delícia e o seu é poesia.
é música clássica, é samba e é valsa.
é tons graves, suaves e em pura sintonia
as vezes é opera traduzida em sinfonia
nosso corpo é santuário e é energia
é conexão em pura fantasia
é orgasmo as vezes em tons de nostalgia
é fogo em pura rebeldia.

Shellen Galdino

sexta-feira, março 21, 2014

Serviço Social na cena contemporânea: exército assistencial de reserva

Marilda Iamamoto tinha com previsão em 2007 de serem formados 10 mil Assistentes Sociais por ano, somente pelo EAD. E acreditem, esse dado é totalmente atual hoje, para não ser pior.

Ao fazer análises para o meu TCC me deparo que no ano de 2013, tinhamos 135.545 Assistentes Sociais no país, sendo que em 2010, apenas 3 anos antes, esse número era 102.087, ou seja, um aumento de 33.458, o que significa mais de 11 mil Assistentes Sociais formados e ativos por ano. Esses 11 mil por ano incluem EAD e presencial, sendo que hegemonicamente ofertado pelo mercado.

Ao dizer que são 11 mil por ano, significa que são 11 mil ativos e não significa o universo de profissionais formados, porque nem todos tiram o seu registro de imediato, soma-se a isso os que estão em formação e os que se encontram de forma irregular.


Esses se apresentam como desafios da categoria... um dado que apresenta inúmeras possibilidades de interpretação. A realidade cada vez mais é a de criação de um exército assistencial de reserva na categoria, o que implica em muitas vezes maior submissão e precarização no mundo do trabalho, o que impacta também a "qualidade" da formação profissional em Serviço Social no país. Tem que ter resistência.

O novo travestido de velho... ?!

Ano passado (24 de junho de 2013) escrevi um texto em meio a turbulência das manifestações de junho, o que parecia ser um trovão em meio a céu azul, se apresentava a mer ver como um complexo multideterminado e uma unidade de contrários, de base progressista mas também conservadora.

Óbvio que o texto é datado historicamente a partir de um acúmulo teórico-prático do fervor desse processo, mas vejam que mesmo em junho eu citei que existia a possibilidade de setores desse processo serem capitalizados por setores conservadores, inclusive citei as Marchas pela Família.

Talvez eu tenho errado em alguma questões, mas o tempo mostra algo do que eu coloquei nesse texto. Mas o fato é que as bases ultra conservadoras desse país não morreram com a abertura democrática pós autocracia burguesa.

"Uma coisa é fato, o protesto/manifestação/ato corre o risco de ser capitalizado pelo senso-comum, pela direita e setores bem conservadores do país e se tornarem possivelmente em “Marchas pela Família”, como na época da ditadura. Isso não significa, porém, que irá acontecer, mas é uma possibilidade. Como o contrário pode ser totalmente verdadeiro, só a luta cotidiana e decorrer do processo poderá definir. Por enquanto, nada está dado."

Pois é... o futuro permanece aberto, hoje e sempre.

http://plaggiado.blogspot.com.br/2013/06/movimento-passe-livre-mpl-e-mais-um.html

sábado, março 08, 2014

A mulher na vida como ela é



Desafio: nos respeitem durante os 365 dias do ano.

Sim, isso é uma cutucada para aqueles que acham que a mulher só deve ser lembrada no dia 8 de março... 

Você sabia as mulheres ganham menos? Você sabia que somos mais de 100 mil mulheres assassinadas (notificadas)? Você sabia que mulheres sofrem violência cotidianamente?

Pois bem, a todos/as que acham que a divisão sexual do trabalho e machismo institucional é conto da caroxinha inventado pelas feministas, devia ao menos, medir as palavras e buscar conhecer a vida como ela é.
Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (PNAD) do IBGE, mostra um dado triste, e eu diria até alarmante, para as mulheres, analisando a partir de um recorte de gênero.
Embora as mulheres tenham conseguido avanço no mercado de trabalho, o rendimento do trabalho feminino segundo esta pesquisa aumentou 5,1%.

Mas, antes de comemorar esse avanço, que é considerável, a realidade nos mostra uma contradição: o dos homens subiu 6,3%. Acreditem, esse um pouco mais de 1% é um grande número para o nosso lindo e moderno século XXI.

Em número mais precisos, o rendimento do trabalho feminino foi em média de R$ 1.238 em 2012, representando 72,9% do obtido pelos homens, que foi R$ 1.698. Então, será que não existe ainda na nossa sociedade relações de cunho patriarcal, machista e sexista?

Vocês já pararam para pensar quantas mulheres são violentadas por dia? Na Europa, uma a cada três mulheres já sofreram violência. Já no Brasil, seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica. 
Segundo o mapa da violência de 2012, nos 30 anos decorridos a partir de 1980 foram assassinadas no país perto de 91 mil mulheres, 43,5 mil só na última década. 

Talvez ainda não seja arcaíco recorrer ao termo divisão sexual do trabalho, machismo, feminismo... sem dúvidas, existem novas roupagens a partir da reestruturação do modo de produção do sistema capitalista, ou mesmo da "acumulação flexível". Talvez também, não seja arcaíco ainda utilizar Clara Zetkin, Rosa Luxemburg e Alexandra Kolontai.

Bem vindos/as a vida como é para as mulheres: opressora, dominadora, e claro, desigual.
Para que feminismo, né???

IMPORTANTE: http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1977:destaques-da-pesquisa-mulheres-brasileiras-nos-espacos-publico-e-privado-fundacao-perseu-abramosesc&catid=101