terça-feira, fevereiro 21, 2012

Sobre as cotas raciais..



Essa foto anda circulando na net há um bom tempo, é do carnaval na Bahia.  Brancos dentro, negros fora da cordinha. Carnaval do "abadá", da segregação, do poder econômico.
Vou socializar um fato ocorrido e como se sucedeu a discussão:


Bem, um companheiro, revolucionário compartilhou essa foto, até ai ok! Uma camarada comenta: 

 É por isso que sou contra as políticas de cotas, que reforçam a segregação!"


Isso é realmente triste né? Rebaixou todo o debate, como sempre faz o senso-comum.

Segregação? A política de cotas causa segregação? Bem como você explica quase metade da população negra , 50% dos brasileiros são negros, e apenas menos de 2% tinham acesso a universidade sem as cotas? Como explica os quase 0% de negros em medicina?

Essa discussão de cotas é sempre complexa. As pessoas têm sua opinião, que respeito. Mas penso que ninguém é barrado numa universidade por causa da cor de sua pele, e sim devido às desigualdades sociais do país, que atingem pessoas de todas as colorações dermatológicas.

As pessoas tem sua opinião, mas isso não significa que não deve ser debatido, com respeito a pluralidade política e ideológica. As cotas não pretende, e nem é esse seu objetivo, superar as formas de preconceito e discriminação étnica, até por que é uma política paliativa que busca reconstruir um direito historicamente negado a população em questão, no caso negra e indígena também. Mas uma coisa séria é dizer que as cotas causam segregação. Acredito isso ser um ataque superficial as cotas. A segregação existe no país, e não há como negar, a foto mostra isso. Ninguém é impedido de entrar na universidade por ser negro ou índio, mas sabemos que estem em certas determinações não tem as mesmas chances e oportunidades de uma pessoa branca ou parda. Até por que como você falou a questão é de desigualdade social, mas para isso basta olhar a matrona de todos os ardis, chamada história. Na universidade no Brasil inici sem a entrada de negros, afinais eles eram recém escravos, abandonados do trabalho e substituidos pela mão de obra imigrante, principalmente italiana e japonesa. E assim foram cada vez mais marginalizados as periferias dos grandes centros urbanos. Pobreza no Brasil também tem cor, idade  e gênero, mulheres negras e jovens! A questão é o seguinte, em todos os cantos do país onde a cota foi aprovada ela é muito mais de que um mero acesso a universidade se trata de uma política de acessibilidade. De identificação negra, é um reparo histórico ainda insuficiente. Por isso, da UNB, até a UFPB a minha universidade as cotas apresentam enquanto um caráter étnico e social, ou seja, tem toda a questão social envolvida, e não só a cor da pele. O fato é o seguinte, negros agora acessam as universidade e tem gente que ta incomodada, no curso de direito ouvi uma mãe dizer na matrícula "por causa desses negros minha filha não entrou na universidade" que discurso conservador e oligarquico! Fico feliz de no Brasil ter as cotas e dar a oportunidade para negros e pobres terem acesso ao que é deles, educação. Infelizmente a universidade ainda não é para tod@s, mas será! Até lá ela deve ter um papel socialmente referenciando, isso é que chamamos de público.

Bem, um ponto que eu queria ressaltar é que não me é estranho alguém ser contra as cotas, mas sim um revolucionário apoiar isso, é no mínimo rebaixar o programa socialista de uma sociedade livre, justa e igualitária. As ideias esquerdistas, as vezes superficializam o debate a tal ponto que não conseguem dialogar com o que é parâmetro do certo e da verdade, que é o POVO.
Não entendem que as cotas são um ganho real a população negra e entram no coro da direita facista e elitizada desse país....

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terça-feira, fevereiro 21, 2012

Sobre as cotas raciais..



Essa foto anda circulando na net há um bom tempo, é do carnaval na Bahia.  Brancos dentro, negros fora da cordinha. Carnaval do "abadá", da segregação, do poder econômico.
Vou socializar um fato ocorrido e como se sucedeu a discussão:


Bem, um companheiro, revolucionário compartilhou essa foto, até ai ok! Uma camarada comenta: 

 É por isso que sou contra as políticas de cotas, que reforçam a segregação!"


Isso é realmente triste né? Rebaixou todo o debate, como sempre faz o senso-comum.

Segregação? A política de cotas causa segregação? Bem como você explica quase metade da população negra , 50% dos brasileiros são negros, e apenas menos de 2% tinham acesso a universidade sem as cotas? Como explica os quase 0% de negros em medicina?

Essa discussão de cotas é sempre complexa. As pessoas têm sua opinião, que respeito. Mas penso que ninguém é barrado numa universidade por causa da cor de sua pele, e sim devido às desigualdades sociais do país, que atingem pessoas de todas as colorações dermatológicas.

As pessoas tem sua opinião, mas isso não significa que não deve ser debatido, com respeito a pluralidade política e ideológica. As cotas não pretende, e nem é esse seu objetivo, superar as formas de preconceito e discriminação étnica, até por que é uma política paliativa que busca reconstruir um direito historicamente negado a população em questão, no caso negra e indígena também. Mas uma coisa séria é dizer que as cotas causam segregação. Acredito isso ser um ataque superficial as cotas. A segregação existe no país, e não há como negar, a foto mostra isso. Ninguém é impedido de entrar na universidade por ser negro ou índio, mas sabemos que estem em certas determinações não tem as mesmas chances e oportunidades de uma pessoa branca ou parda. Até por que como você falou a questão é de desigualdade social, mas para isso basta olhar a matrona de todos os ardis, chamada história. Na universidade no Brasil inici sem a entrada de negros, afinais eles eram recém escravos, abandonados do trabalho e substituidos pela mão de obra imigrante, principalmente italiana e japonesa. E assim foram cada vez mais marginalizados as periferias dos grandes centros urbanos. Pobreza no Brasil também tem cor, idade  e gênero, mulheres negras e jovens! A questão é o seguinte, em todos os cantos do país onde a cota foi aprovada ela é muito mais de que um mero acesso a universidade se trata de uma política de acessibilidade. De identificação negra, é um reparo histórico ainda insuficiente. Por isso, da UNB, até a UFPB a minha universidade as cotas apresentam enquanto um caráter étnico e social, ou seja, tem toda a questão social envolvida, e não só a cor da pele. O fato é o seguinte, negros agora acessam as universidade e tem gente que ta incomodada, no curso de direito ouvi uma mãe dizer na matrícula "por causa desses negros minha filha não entrou na universidade" que discurso conservador e oligarquico! Fico feliz de no Brasil ter as cotas e dar a oportunidade para negros e pobres terem acesso ao que é deles, educação. Infelizmente a universidade ainda não é para tod@s, mas será! Até lá ela deve ter um papel socialmente referenciando, isso é que chamamos de público.

Bem, um ponto que eu queria ressaltar é que não me é estranho alguém ser contra as cotas, mas sim um revolucionário apoiar isso, é no mínimo rebaixar o programa socialista de uma sociedade livre, justa e igualitária. As ideias esquerdistas, as vezes superficializam o debate a tal ponto que não conseguem dialogar com o que é parâmetro do certo e da verdade, que é o POVO.
Não entendem que as cotas são um ganho real a população negra e entram no coro da direita facista e elitizada desse país....

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