quarta-feira, janeiro 22, 2014

O combate ao uso indevido de drogas: operação braços abertos na cracolândia de SP

A secretaria nacional de política sobre drogas do Governo Federal vinha agindo há um tempinho, mas com medidas tímidas, numa tentativa de alavancar a política de redução de danos no Brasil, isso pra mim é mais visível principalmente a partir dos CAPS-AD (anti-drogas).
A nível federal, existia ao longo do tempo a tentativa de construir um agenda nacional para tentar resolver esse problema, também do ponto de vista da segurança pública. Acredito que, por existir ainda uma forte militarização da vida social e até mesmo por falta de prioridade no assunto dos estados e municípios isso não ganhou corpo.
Confesso que fiquei surpresa com a atitude do governo municipal de São Paulo. Já tinha ouvido antes que o Haddad condenava as práticas de repressão policial e do higienismo social promovido pela internação compulsória, mas ele falava isso de maneira muito “medida” para tentar não gerar polêmica, e culpava a ação por causar estranhamento entre as eferas do poder. O fato da secretária, Luciana Temer, não ser também lá essas coisas, pode ter surpreendido mais.
Acontece que o fato das drogas, e mais precisamente da cracolândia, é um calo há muito tempo para o governo e a sociedade paulistana, então buscar resolver isso cedo ou mais tarde ia ter que entrar na agenda da gestão.
Politicamente, o governo do Haddad em São Paulo não estava “bem visto” lá, quando fui lá em outubro, mesmo após as manifestações, exisita uma grande incerteza sobre os rumos do governo e sobre a candidatua a governadoria em São Paulo, via Padilha. No tocante ao andamento da gestão municipal, isso é até compreensível, afinal, o governo anterior do PSDB também estava mal, e não teríamos como mudar a correlação de forças de uma hora para a outra, principalmente com problemas na composição do governo.
A meu ver hoje, as gestões do PT em São Paulo, e no Rio Grande do Sul representam o fôlego do PT nos governos municipais e estaduais, fora isso, estamos desgastados, exemplo disso é nossa situação no nordeste, principalmente na Bahia.
Especificando sobre para a execução da política na cracolândia... O fato é que temos um problema, o uso indevido de drogas e a condição desses territórios e sua vulnerabilidade social...
Quando tentou-se fazer isso via internação compulsória e ainda com repressão policial o óbvio veio a tona: se tratava de mais uma atitude higienista e pontual, que não ia na essência, e portanto, não resolveria, seria uma “política” para “inglês ver”. Era uma atitude mais fácil, a da imposição... gerou bastante polêmica e diversos grupos dos direitos humanos e da saúde mental foram terminantemente contra, inclusive os órgãos de categorias de classe.
Com essa atitude da operação Braços Abertos, mostra-se e percebe-se que é bem ousada e diferente, busca-se o diálogo com aqueles que segundo muitos, são imprestáveis e “vagabundos” para a cidade. E também, tenta-se construir a política de uma forma mais transversal, eu diria, é uma mediação de um conflito existente.
Agora, esse “conflito” se dá tanto de maneira entre sujeitos, mas também de maneira psíquica, pois sabemos dos danos que uma droga pesada com o crack pode causar. Sendo assim, é preciso de uma olhar também clínico.
Acredito que o diferencial será se o trabalho permanecer o tempo todo de maneira intersetorial, e acho que isso já começou bem, pelo que percebi de longe.
É preciso acompanhamento de equipe multidisciplinar e acionar a rede de serviços existentes, principalmente do SUS e SUAS, mais precisamente entre os CRAS, CREAS e CAPS, e também as USF.
Não sei como está a situação mais específica sobre a política nacional anti-drogas em São Paulo, mas é necesessário articular isso com a participação da comunidade, seja via a criação de um conselho municipal sobre drogas, assim como de conselhos locais, e de inserir e fortalecer tais discussões através da educação e da saúde, e  claro, em diálogo com os movimentos sociais e ONGs que já atuam na área.
Agora, se isso também não buscar uma mediação com os meios de comunicação e com a nossa base de apoio, para a formação da opinião pública, pode ser um tiro pela culatra caso dê "algum problema".
Outro ponto que devemos problematizar é, que essa ação deve avançar no sentido de se tornar um programa, e quem se sabe se materialize em uma política municipal de combate a drogas, garantindo assim a sua institucionalização e assim provável garantia.
Se ficar somentes nessas ações atuais por muito tempo, é provável que se esgotará rapidamente na minha avaliação. É preciso inserir para esses sujeitos uma forma mais planejada da política de emprego e renda, seja via economia solidária, ou mesmo, nos serviços públicos, como já acontece em alguns caos de adolescentes em cumprimento de medidas sócio-educativas...
Enfim, temos que apostar, é preciso uma saída concreta...
Isso também deve, sem purismo, vir acompanhado de um combate ao tráfico, ai, não sei até que ponto o município tem governabilidade para tal... Mas, acho que terá que pedir apoio ao governo federal em todos os sentidos, principalmente no repasse de orçamento e de construção de uma política em caráter permanente, e que seja referência nacional, já que os municípios estão sem ter o que fazer diante disso, na minha realidade mesmo, não vejo nenhuma ação do tipo, salvo os consultórios de rua (saúde) e alguns programas governamentais como o Ruartes (assistência social), que são de pequeno impacto mediante a formação das equipes e do financiamento.
Enfim, acho que para início do debate são essas reflexões. Sobre a logística de como será esse controle do trabalho de zeladoria, e do funcionamento do hotel não tenho informações mais precisas, e nenhuma fonte desses jornais são confiáveis... Vou tentar assim que possível entrar em contato com um colega meu que é Assistente Social da área lá.
Vale ressaltar que o conservadorismo paulistano está com ódio e raivoso, falando que estatizamos o tráfico via o "bolsa crack".
Achei esse vídeo interessante: http://tvt.org.br/watch.php?id=15508

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Rolezinho sim, ora pois...

  • Esse movimento e fatos como este tem se tornado comum na atualidade, ora explícito e ora mais velado, principalmente em tempos que a cidade se tornam o próprio cerne de movimentos, principalmente no tocante ao seu usufruto. 



  • O que ocorre é que existe uma apropriação dos espaços de uso coletivo por parte da então "classe média", representada principalmente pela figura da família consumidora, que quer controlar esses espaços através da aparência e estilo de uma determinada tribo, e depois, isso se revela principalmente na exclusão de jovens da periferia. 
  • Esse fato mostra que a juventude no Brasil carece de espaços de exercer sua cultura livremente, os equipamentos públicos para a juventude praticamente não existem... e isso acaba se tornando um problema para os jovens que querem sair, se divertir e ter lazer... quando o shopping se torna o único espaço, quem o utiliza historicamente de forma mais tradicional (famílias com poder de consumo e de classe média) se sentem incomodadas pelo usufruto de camadas mais pobres, que aparentemente não possuem o "direito de consumir" e apela-se para, digamos, uma higienização de um espaço que não deveria ser para todos, apenas para quem tem poder de consumo elevado, mesmo que dividido 10x no visa ou mastercard.
  • No tocante a resposta, seja sociológica ou prática ao fato ocorrido em Sâo Paulo, se trata de uma explicitação de algo que vinha ocorrendo não de hoje. Porque jovens universitários podem ir ao Shopping e os da "favela" não? Isso é uma violação dos direitos humanos, e isso não teria como não ter reação por quem atua na área.
    O que ocorreu em São Paulo, e recentemente em João Pessoa/PB (no ano ainda de 2013), mostra a realidade da segurança pública, que no cotidiano, assassina jovens e negros na periferia.
  • Aqui em João Pessoa, a manifestação (ocorrida em 2013) teve rebordosas do ponto de vista da "militarização". Na manifestação que teve, foi o caso inclusive para a justiça, e o processo está em andamento, sendo que foi o segurança do shopping (que era por coincidência também policial) que denunciou primeiramente os jovens, e a partir disso, os jovens foram e denunciaram o policial, pois além de exercer a função de segurança privado, ele cometeu abuso de poder e discriminação.
  • Hoje, quem frequenta o Shopping Tambiá ou mesmo outros shoppings de mais "alto nível" percebe que existe mais "fiscalização", principalmente se a pessoa apresentar um esteriótipo do que chamam aqui de "môfis" (termo criado pela mídia e de caráter pejorativo). Os jovens vivem sobre o olhar punitivo do segurança, é uma constante ameaça.
  • A realidade em João Pessoa, independente dos shopping, é dura com a juventude negra. Aqui é a cidade do Brasil que mais mata jovens negros e pobres, números que são quase de uma guerra civil (ver mapa da violência). Isso é resultado da falta de políticas públicas e de acesso a direitos sociais, e de um poder paralelo (milicial) que existe na cidade, como em outros cidades acirradas pelo poder do tráfico x poder de polícia x poder do estado x políticas públicas, que é uma relação paradoxa e ao mesmo tempo muito complexa.
  • Sobre as mudanças necessárias, se trata de um processo longo. Temos um país de base escravocrata, e de forte poder da classe média branca. A realidade deve ser mudada com investimentos em políticas públicas, que envolvam educação, saúde, transporte, juventude e cultura. A política de juventude é recente no Brasil, o Estatuto e o Sistema Nacional datam do ano passado, temos muito a avançar.
  • A juventude precisa de educação, lazer, cultura e saúde, além de tudo, de emprego e trabalho digno. 
  • É fácil para quem vem de um histórico médio de consumo ter uma vida relativamente estável, principalmente ao dizer de forma equivocada "porque não dar um rolezinho na biblioteca"? É muito "fácil" que historicamente teve relativa oportunidade. Já para quem vive nas periferias, a situação é mais complicada, com uma diária negação de direitos.
  • Por mais que não pareça, essa sociedade é dividida e preconceituosa. Existe conforme o documentário abaixo, um hiato. Precisamos manter a juventude viva, longe dessas barbáries e assassinados, e isso se faz com acesso a direitos, educação, emprego, cultura e lazer.
  • Infelizmente, a nossa sociedade branca, é difícil engolir negros nos espaços historicamente brancos, por isso ainda resistem as cotas, não querem largar o osso, ora.
  • Indicação de leitura:
- http://mariafro.com/2014/01/13/a-classe-c-da-era-lula-vai-ao-shopping-a-burguesia-reage-e-a-pm-capitao-do-mato-faz-o-servico-sob-a-protecao-da-justica/

-http://www.viomundo.com.br/denuncias/antonio-david-8.html?fb_action_ids=10202777518827156&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B202393879950615%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%5D



Para ter uma noção sobre o processo, vale assistir o documentário Hiato, que segue abaixo. Este é um documentário dos anos 2000, sobre uma ocupação no Shopping de uma bairro nobre do Rio de Janeiro, o Botafogo. Notem as reações à presença "dos que não podem comprar"... parece que a história realmente se repete, seja como tragédia, seja como farsa, como já nos disse Marx.

domingo, agosto 25, 2013

O que mais eu posso fazer?

Tenha a recorrente sensação de me sentir insatisfeito sobre o meu humor, meu estado de espírito. Às vezes me pergunto "por que estou angustiado, triste, melancólico, se há motivos diversos para estar feliz, radiante até?". Além das minhas próprias, existem as expectativas dos outros, para quem eu tenho de me mostrar no mínimo tranquilo, para não preocupar, incomodar ou mesmo decepcionar alguém que pretensa - ou ilusoriamente - acha que contribui muito para a minha felicidade e por isso minha atitude seria uma ingratidão. Como a personagem Justine do filme "Melancolia" diz em certo momento: "Eu tenho feito tudo, eu passei o dia sorrindo e sorrindo e sendo gentil, o que mais eu posso fazer?". A fala é dita após ela ser questionada por sua irmã sobre o motivo de não estar autenticamente empolgada com a mega festa de casamento arranjada pelo cunhado, que faz questão de dizer à todo momento que a festa custou "os olhos da cara" e que como agradecimento ela deveria "ser feliz". Entretanto, ela está internamente se dissolvendo, mas precisa demonstra publicamente o oposto. Estar bem e sentir-se feliz depende de estímulos externos mas também de uma disposição interior da psiquê, do sensibilidade e do temperamento de cada um. Muitas vezes sinto como se fosse me diluir e ser absorvido por todas as dores e problemas do mundo, como se tudo fosse um redemoinho e minha mente o epicentro, o núcleo do tornado. Ainda assim preciso sorrir, dissimular uma felicidade artificial, encaminhar as atividades cotidianas, manter-me dentro do modelo aceitável, já que o mundo não pode parar por minha causa e as pessoas nada tem haver com meus dilemas pessoais. A verdade é que o ser humano é um sujeito complexo e profundamente solitário, ainda que conviva com vários pessoas. Somos um universo particular, sensorial, cognitivo que percorre veredas acidentadas e se defronta com s planícies estáveis e mas em frequência muito maior pairamos à beira de abismos. Nossos abismos pessoais. Viver pra mim é caminhar cuidadosamente entre eles.


Sandro Alves

quinta-feira, agosto 22, 2013

Ilusão e dependência

A pior alegria é a pseudofelicidade passageira.

Ela vem apaixonante, ardente, entra nas nossas vias áreas com tanto calor que respiramos ofegante, 
nosso coração bate ofegante pelo momento de prazer, nossos olhos veem cor de rosa o que é vermelho rubro com leves tons de preto.

Nos engana e nos arrebata com uma simples e estúpida ilusão de bem estar.
Na verdade, não passa de um efeito rápido entorpecente, que engana os neurônios e nos faz acreditar em algo que é mentira.

Depois, o que temos são momentos de tristeza, controle e angústia.
Toda a liberdade vai por entre nossos dedos, se foi... e nem se despede direito, pouco importa, tchau.

Esse é o véu da pseudoconcreticidade que nos diz ser alegrias momentâneas compenstórias. 

Não é nada a não ser um flash, acende e apaga ligeiramente...

Shellen Galino
Agosto de 2013.

segunda-feira, agosto 19, 2013

Desafios para a formação profissional no SUS




Na tentativa de escrever minha fala no I Fórum da Rede Escola, que ocorreu no dia 16 de agosto na Universidade Federal da Paraíba, segue abaixo minha contribuição para o debate, limitado por casa dos poucos 10 minutos, porém tentei provocar ao máximo. Quem trouxe o vídeo, foi a querida Professora Juliana Sampaio, mas como é excelente, cabe também socializá-lo aqui.


"Bom dia a todos/as. Gostaria de saudar a mesa e plenária.
Minha fala será bastante rápida devido ao tempo, e vou dividi-la em três tópicos que acho fundamental.

          1) 


  1. Bem, não temos como falar de desafios da formação profissional para o SUS se não situarmos dentro de uma conjuntura macro-política em que vivemos na atualidade.
  2. Hoje, a saúde pública vive um subfinanciamento perverso, e ainda hoje grande parte dos gastos para a saúde "suplementar" privada.
  3. Soma-se a isso a precarização do ensino superior, no público e no privado. A UFPB em seu campus IV, encontra-se em greve deste 09 de julho. O HU com o seu bloco cirúrgico fechado, RU co número bem reduzido e ainda número excessivo de estudantes por docente.
  4. Ainda mais, temos tanto na Saúde, quanto na Educação, a hegemonia do privado. E coloca-se em cheque a velha conhecida nossa, a disputa e tensão entre público x privado.
  5. Dizendo isso, não estou criando um divisionismo, mas é importante entender que isso não significa que as escolas privadas aqui presentes são ruins necessariamente.
  6. Se trata que educação é direito e não mercadoria. O Estado deve garantir ensino público de qualidade para todos/as.
  7. O problema real é a hegemonia do mercado sobre o público.
  8. Ainda nessa tensão, temos a venda de campos de estágios. Por exemplo, estudantes de medicina da UFPB são "convidados" a se retirar dos campos porque os preceptores não recebem. Não podemos deixar que o estágio se troque uma simples mercadoria. Assim, a "concorrência" do publico com o privado é desleal e anti-ética.

    2)
  9. Temos uma formação que é uma verdadeira grande curricular. Talvez isso explique o número bem reduzido  de estudantes participando deste fórum hoje.
  10. O que temos é uma formação moldada numa pseudo-intelectualidade. Onde fica-se preso a 3 avaliação semestrais que nada avaliam, a um produtivismo acadêmico cruel e a um bom currículo lattes.
  11. Vale mais produzir artigos e fazer pesquisas que já sabemos o resultados do que cumprir com a função social da universidade e ter um compromisso teórico e político com o SUS.
  12. Outro ponto ainda dialogando com este tópico é que tanto no ensino privado, como no público com menos intensidade,  a formação não é voltada para a atuação na saúde pública e no SUS, e muito menos para a atenção básica de prevenção e promoção em saúde.
  13. Ainda soma-se a isso a dificuldade de desde a formação profissional não trabalharmos a intersetorialidade e uma práxis transversal que dê conta da integralidade necessária ao usuário. Como exigir isso no processo de trabalho? Bem, nem preciso falar sobre a necessidade do controle social, a maioria nem sabe o que é de fato um conselho de política pública.
  14. Têm-se ainda o desfio da formação continuada/permanente dos profissionais que já atuam nos serviços. É preciso trabalhar com a necessária e urgente reorientação do processo de trabalho.

    3)
  15. Para tentar concluir, é preciso DEMOCRATIZAR!
  16. Tanto o SUS, na gestão, serviços e conselhos.
  17. A universidade (projetos pedagógicos, instâncias)
  18. é preciso, enfim, queimar literalmente as cadeiras. Romper com as estruturas de poder e modelos tradicionais.
  19. Já problematizamos bastante, sem dúvida, nada do que eu disse é novidade, precisamos buscar novas estratégias.
  20. Essas estratégias vem a partir de mais diálogo, mais criatividade, mais socialização  mais participação.
  21. A saída, sem dúvidas, é coletiva.

Vamos construir a saúde pública de todos/as nós.

Shellen Galdino
Estudante de Serviço Social da UFPB, e do PET-Saúde (EDUCAÇÃO PERMANENTE).



quinta-feira, agosto 15, 2013

Onde está Amarildo? Where is Amarildo? ¿Dónde está Amarildo?

Onde está Amarildo? Where is Amarildo? ¿Dónde está Amarildo?

Fiquei ainda mais indignada com o caso de Amarildo.

É a mesma PM que faz coerção com os menores em conflito com a lei, que bate nos negros, nos pobres, que mata pais de família, que faz poder paralelo com milicias, que bate nos "vândalos", criminaliza os movimentos sociais etc

É uma verdeira insegurança! Clima de medo!!!

Ao ver a possível rota dos PM's, recentemente divulgada pelo Jornal Nacional, fico pensando, quantos não passaram por esse caminho?

E agora, a família de Amarildo, Renato, João e tantos outros são vítimas dos próprios instrumentos violentos do aparato do estado que deveria nos proteger.

Sou a favor da desmilitarização da PM, e digo mais... isso não vai resolver a enorme corrupção e desumanidade em que se encontra essa instituição.

Sou mesmo é a favor do fim da PM. E antes que o senso-comum venha me dizer: "ah, você quer que eles sejam carinhosos?"

Bem, acredito que esse moralismo não deve ser argumento

Devemos defender um novo tipo de Polícia e Política de Segurança Nacional. Um desses meios é o mais investimentos em políticas públicas estatais e de qualidade, mas também perpassa por extinguir a Polícia Militar, que se trata de um modelo obsoleto e esgotado de "proteção".

Por uma nova segurança, que tenha como viés a cidadania e os direitos humanos, e preze pela VIDA, antes de tudo. Sem corrupção, sem coerção e sem privilégios.

sábado, agosto 10, 2013

Prática: critério definidor da verdade

Estou me lixando para discursos inflamados, propostas bonitas e retóricas efervecentes... de esquerda, de centro e de direita... com isso não digo que sou omissa, afirmo que discurso todo mundo tem.

Na fala podemos dizer o que quisermos, que somos a favor da igualdade, da democracia e da justiça social. É muito fácil... fetiche sobre isso é o que mais tem, em todos os espaços possíveis.

Desde já a prática é o critério da verdade, fica decretado, ao bater dos sinos será essa a essência. (ou deveria ser?)

A prática é que define o que somos, porque somos e para onde vamos. Tudo depende do objetivo, da nossa estratégia e de onde queremos chegar.

Palavras se perdem ao vento, são contraditórias, não coerentes... já os fatos, existem a prova, estão ai a história, que não foi construída por discursos, mas sim por atitudes.

Atitudes que mostram a verdade, para o "bem" e para o "mau"... elas que definem o rumo da história. Elas que traçam caminhos, e é coisa de gente com coragem e sem medo de ousar.

Se o nosso objetivo é enganar as pessoas, podemos apenas usar a retórica, mas se é conquistar no cotidiano as conciências em prol de um projeto, é fazendo e é na luta que se constrói uma unidade programática, o resto, é tudo falácia e disparate alheio.

Se  o objetivo for vencer, que os meios não justifiquem o final.

quarta-feira, janeiro 22, 2014

O combate ao uso indevido de drogas: operação braços abertos na cracolândia de SP

A secretaria nacional de política sobre drogas do Governo Federal vinha agindo há um tempinho, mas com medidas tímidas, numa tentativa de alavancar a política de redução de danos no Brasil, isso pra mim é mais visível principalmente a partir dos CAPS-AD (anti-drogas).
A nível federal, existia ao longo do tempo a tentativa de construir um agenda nacional para tentar resolver esse problema, também do ponto de vista da segurança pública. Acredito que, por existir ainda uma forte militarização da vida social e até mesmo por falta de prioridade no assunto dos estados e municípios isso não ganhou corpo.
Confesso que fiquei surpresa com a atitude do governo municipal de São Paulo. Já tinha ouvido antes que o Haddad condenava as práticas de repressão policial e do higienismo social promovido pela internação compulsória, mas ele falava isso de maneira muito “medida” para tentar não gerar polêmica, e culpava a ação por causar estranhamento entre as eferas do poder. O fato da secretária, Luciana Temer, não ser também lá essas coisas, pode ter surpreendido mais.
Acontece que o fato das drogas, e mais precisamente da cracolândia, é um calo há muito tempo para o governo e a sociedade paulistana, então buscar resolver isso cedo ou mais tarde ia ter que entrar na agenda da gestão.
Politicamente, o governo do Haddad em São Paulo não estava “bem visto” lá, quando fui lá em outubro, mesmo após as manifestações, exisita uma grande incerteza sobre os rumos do governo e sobre a candidatua a governadoria em São Paulo, via Padilha. No tocante ao andamento da gestão municipal, isso é até compreensível, afinal, o governo anterior do PSDB também estava mal, e não teríamos como mudar a correlação de forças de uma hora para a outra, principalmente com problemas na composição do governo.
A meu ver hoje, as gestões do PT em São Paulo, e no Rio Grande do Sul representam o fôlego do PT nos governos municipais e estaduais, fora isso, estamos desgastados, exemplo disso é nossa situação no nordeste, principalmente na Bahia.
Especificando sobre para a execução da política na cracolândia... O fato é que temos um problema, o uso indevido de drogas e a condição desses territórios e sua vulnerabilidade social...
Quando tentou-se fazer isso via internação compulsória e ainda com repressão policial o óbvio veio a tona: se tratava de mais uma atitude higienista e pontual, que não ia na essência, e portanto, não resolveria, seria uma “política” para “inglês ver”. Era uma atitude mais fácil, a da imposição... gerou bastante polêmica e diversos grupos dos direitos humanos e da saúde mental foram terminantemente contra, inclusive os órgãos de categorias de classe.
Com essa atitude da operação Braços Abertos, mostra-se e percebe-se que é bem ousada e diferente, busca-se o diálogo com aqueles que segundo muitos, são imprestáveis e “vagabundos” para a cidade. E também, tenta-se construir a política de uma forma mais transversal, eu diria, é uma mediação de um conflito existente.
Agora, esse “conflito” se dá tanto de maneira entre sujeitos, mas também de maneira psíquica, pois sabemos dos danos que uma droga pesada com o crack pode causar. Sendo assim, é preciso de uma olhar também clínico.
Acredito que o diferencial será se o trabalho permanecer o tempo todo de maneira intersetorial, e acho que isso já começou bem, pelo que percebi de longe.
É preciso acompanhamento de equipe multidisciplinar e acionar a rede de serviços existentes, principalmente do SUS e SUAS, mais precisamente entre os CRAS, CREAS e CAPS, e também as USF.
Não sei como está a situação mais específica sobre a política nacional anti-drogas em São Paulo, mas é necesessário articular isso com a participação da comunidade, seja via a criação de um conselho municipal sobre drogas, assim como de conselhos locais, e de inserir e fortalecer tais discussões através da educação e da saúde, e  claro, em diálogo com os movimentos sociais e ONGs que já atuam na área.
Agora, se isso também não buscar uma mediação com os meios de comunicação e com a nossa base de apoio, para a formação da opinião pública, pode ser um tiro pela culatra caso dê "algum problema".
Outro ponto que devemos problematizar é, que essa ação deve avançar no sentido de se tornar um programa, e quem se sabe se materialize em uma política municipal de combate a drogas, garantindo assim a sua institucionalização e assim provável garantia.
Se ficar somentes nessas ações atuais por muito tempo, é provável que se esgotará rapidamente na minha avaliação. É preciso inserir para esses sujeitos uma forma mais planejada da política de emprego e renda, seja via economia solidária, ou mesmo, nos serviços públicos, como já acontece em alguns caos de adolescentes em cumprimento de medidas sócio-educativas...
Enfim, temos que apostar, é preciso uma saída concreta...
Isso também deve, sem purismo, vir acompanhado de um combate ao tráfico, ai, não sei até que ponto o município tem governabilidade para tal... Mas, acho que terá que pedir apoio ao governo federal em todos os sentidos, principalmente no repasse de orçamento e de construção de uma política em caráter permanente, e que seja referência nacional, já que os municípios estão sem ter o que fazer diante disso, na minha realidade mesmo, não vejo nenhuma ação do tipo, salvo os consultórios de rua (saúde) e alguns programas governamentais como o Ruartes (assistência social), que são de pequeno impacto mediante a formação das equipes e do financiamento.
Enfim, acho que para início do debate são essas reflexões. Sobre a logística de como será esse controle do trabalho de zeladoria, e do funcionamento do hotel não tenho informações mais precisas, e nenhuma fonte desses jornais são confiáveis... Vou tentar assim que possível entrar em contato com um colega meu que é Assistente Social da área lá.
Vale ressaltar que o conservadorismo paulistano está com ódio e raivoso, falando que estatizamos o tráfico via o "bolsa crack".
Achei esse vídeo interessante: http://tvt.org.br/watch.php?id=15508

segunda-feira, janeiro 20, 2014

Rolezinho sim, ora pois...

  • Esse movimento e fatos como este tem se tornado comum na atualidade, ora explícito e ora mais velado, principalmente em tempos que a cidade se tornam o próprio cerne de movimentos, principalmente no tocante ao seu usufruto. 



  • O que ocorre é que existe uma apropriação dos espaços de uso coletivo por parte da então "classe média", representada principalmente pela figura da família consumidora, que quer controlar esses espaços através da aparência e estilo de uma determinada tribo, e depois, isso se revela principalmente na exclusão de jovens da periferia. 
  • Esse fato mostra que a juventude no Brasil carece de espaços de exercer sua cultura livremente, os equipamentos públicos para a juventude praticamente não existem... e isso acaba se tornando um problema para os jovens que querem sair, se divertir e ter lazer... quando o shopping se torna o único espaço, quem o utiliza historicamente de forma mais tradicional (famílias com poder de consumo e de classe média) se sentem incomodadas pelo usufruto de camadas mais pobres, que aparentemente não possuem o "direito de consumir" e apela-se para, digamos, uma higienização de um espaço que não deveria ser para todos, apenas para quem tem poder de consumo elevado, mesmo que dividido 10x no visa ou mastercard.
  • No tocante a resposta, seja sociológica ou prática ao fato ocorrido em Sâo Paulo, se trata de uma explicitação de algo que vinha ocorrendo não de hoje. Porque jovens universitários podem ir ao Shopping e os da "favela" não? Isso é uma violação dos direitos humanos, e isso não teria como não ter reação por quem atua na área.
    O que ocorreu em São Paulo, e recentemente em João Pessoa/PB (no ano ainda de 2013), mostra a realidade da segurança pública, que no cotidiano, assassina jovens e negros na periferia.
  • Aqui em João Pessoa, a manifestação (ocorrida em 2013) teve rebordosas do ponto de vista da "militarização". Na manifestação que teve, foi o caso inclusive para a justiça, e o processo está em andamento, sendo que foi o segurança do shopping (que era por coincidência também policial) que denunciou primeiramente os jovens, e a partir disso, os jovens foram e denunciaram o policial, pois além de exercer a função de segurança privado, ele cometeu abuso de poder e discriminação.
  • Hoje, quem frequenta o Shopping Tambiá ou mesmo outros shoppings de mais "alto nível" percebe que existe mais "fiscalização", principalmente se a pessoa apresentar um esteriótipo do que chamam aqui de "môfis" (termo criado pela mídia e de caráter pejorativo). Os jovens vivem sobre o olhar punitivo do segurança, é uma constante ameaça.
  • A realidade em João Pessoa, independente dos shopping, é dura com a juventude negra. Aqui é a cidade do Brasil que mais mata jovens negros e pobres, números que são quase de uma guerra civil (ver mapa da violência). Isso é resultado da falta de políticas públicas e de acesso a direitos sociais, e de um poder paralelo (milicial) que existe na cidade, como em outros cidades acirradas pelo poder do tráfico x poder de polícia x poder do estado x políticas públicas, que é uma relação paradoxa e ao mesmo tempo muito complexa.
  • Sobre as mudanças necessárias, se trata de um processo longo. Temos um país de base escravocrata, e de forte poder da classe média branca. A realidade deve ser mudada com investimentos em políticas públicas, que envolvam educação, saúde, transporte, juventude e cultura. A política de juventude é recente no Brasil, o Estatuto e o Sistema Nacional datam do ano passado, temos muito a avançar.
  • A juventude precisa de educação, lazer, cultura e saúde, além de tudo, de emprego e trabalho digno. 
  • É fácil para quem vem de um histórico médio de consumo ter uma vida relativamente estável, principalmente ao dizer de forma equivocada "porque não dar um rolezinho na biblioteca"? É muito "fácil" que historicamente teve relativa oportunidade. Já para quem vive nas periferias, a situação é mais complicada, com uma diária negação de direitos.
  • Por mais que não pareça, essa sociedade é dividida e preconceituosa. Existe conforme o documentário abaixo, um hiato. Precisamos manter a juventude viva, longe dessas barbáries e assassinados, e isso se faz com acesso a direitos, educação, emprego, cultura e lazer.
  • Infelizmente, a nossa sociedade branca, é difícil engolir negros nos espaços historicamente brancos, por isso ainda resistem as cotas, não querem largar o osso, ora.
  • Indicação de leitura:
- http://mariafro.com/2014/01/13/a-classe-c-da-era-lula-vai-ao-shopping-a-burguesia-reage-e-a-pm-capitao-do-mato-faz-o-servico-sob-a-protecao-da-justica/

-http://www.viomundo.com.br/denuncias/antonio-david-8.html?fb_action_ids=10202777518827156&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%5B202393879950615%5D&action_type_map=%5B%22og.likes%22%5D&action_ref_map=%5B%5D



Para ter uma noção sobre o processo, vale assistir o documentário Hiato, que segue abaixo. Este é um documentário dos anos 2000, sobre uma ocupação no Shopping de uma bairro nobre do Rio de Janeiro, o Botafogo. Notem as reações à presença "dos que não podem comprar"... parece que a história realmente se repete, seja como tragédia, seja como farsa, como já nos disse Marx.

domingo, agosto 25, 2013

O que mais eu posso fazer?

Tenha a recorrente sensação de me sentir insatisfeito sobre o meu humor, meu estado de espírito. Às vezes me pergunto "por que estou angustiado, triste, melancólico, se há motivos diversos para estar feliz, radiante até?". Além das minhas próprias, existem as expectativas dos outros, para quem eu tenho de me mostrar no mínimo tranquilo, para não preocupar, incomodar ou mesmo decepcionar alguém que pretensa - ou ilusoriamente - acha que contribui muito para a minha felicidade e por isso minha atitude seria uma ingratidão. Como a personagem Justine do filme "Melancolia" diz em certo momento: "Eu tenho feito tudo, eu passei o dia sorrindo e sorrindo e sendo gentil, o que mais eu posso fazer?". A fala é dita após ela ser questionada por sua irmã sobre o motivo de não estar autenticamente empolgada com a mega festa de casamento arranjada pelo cunhado, que faz questão de dizer à todo momento que a festa custou "os olhos da cara" e que como agradecimento ela deveria "ser feliz". Entretanto, ela está internamente se dissolvendo, mas precisa demonstra publicamente o oposto. Estar bem e sentir-se feliz depende de estímulos externos mas também de uma disposição interior da psiquê, do sensibilidade e do temperamento de cada um. Muitas vezes sinto como se fosse me diluir e ser absorvido por todas as dores e problemas do mundo, como se tudo fosse um redemoinho e minha mente o epicentro, o núcleo do tornado. Ainda assim preciso sorrir, dissimular uma felicidade artificial, encaminhar as atividades cotidianas, manter-me dentro do modelo aceitável, já que o mundo não pode parar por minha causa e as pessoas nada tem haver com meus dilemas pessoais. A verdade é que o ser humano é um sujeito complexo e profundamente solitário, ainda que conviva com vários pessoas. Somos um universo particular, sensorial, cognitivo que percorre veredas acidentadas e se defronta com s planícies estáveis e mas em frequência muito maior pairamos à beira de abismos. Nossos abismos pessoais. Viver pra mim é caminhar cuidadosamente entre eles.


Sandro Alves

quinta-feira, agosto 22, 2013

Ilusão e dependência

A pior alegria é a pseudofelicidade passageira.

Ela vem apaixonante, ardente, entra nas nossas vias áreas com tanto calor que respiramos ofegante, 
nosso coração bate ofegante pelo momento de prazer, nossos olhos veem cor de rosa o que é vermelho rubro com leves tons de preto.

Nos engana e nos arrebata com uma simples e estúpida ilusão de bem estar.
Na verdade, não passa de um efeito rápido entorpecente, que engana os neurônios e nos faz acreditar em algo que é mentira.

Depois, o que temos são momentos de tristeza, controle e angústia.
Toda a liberdade vai por entre nossos dedos, se foi... e nem se despede direito, pouco importa, tchau.

Esse é o véu da pseudoconcreticidade que nos diz ser alegrias momentâneas compenstórias. 

Não é nada a não ser um flash, acende e apaga ligeiramente...

Shellen Galino
Agosto de 2013.

segunda-feira, agosto 19, 2013

Desafios para a formação profissional no SUS




Na tentativa de escrever minha fala no I Fórum da Rede Escola, que ocorreu no dia 16 de agosto na Universidade Federal da Paraíba, segue abaixo minha contribuição para o debate, limitado por casa dos poucos 10 minutos, porém tentei provocar ao máximo. Quem trouxe o vídeo, foi a querida Professora Juliana Sampaio, mas como é excelente, cabe também socializá-lo aqui.


"Bom dia a todos/as. Gostaria de saudar a mesa e plenária.
Minha fala será bastante rápida devido ao tempo, e vou dividi-la em três tópicos que acho fundamental.

          1) 


  1. Bem, não temos como falar de desafios da formação profissional para o SUS se não situarmos dentro de uma conjuntura macro-política em que vivemos na atualidade.
  2. Hoje, a saúde pública vive um subfinanciamento perverso, e ainda hoje grande parte dos gastos para a saúde "suplementar" privada.
  3. Soma-se a isso a precarização do ensino superior, no público e no privado. A UFPB em seu campus IV, encontra-se em greve deste 09 de julho. O HU com o seu bloco cirúrgico fechado, RU co número bem reduzido e ainda número excessivo de estudantes por docente.
  4. Ainda mais, temos tanto na Saúde, quanto na Educação, a hegemonia do privado. E coloca-se em cheque a velha conhecida nossa, a disputa e tensão entre público x privado.
  5. Dizendo isso, não estou criando um divisionismo, mas é importante entender que isso não significa que as escolas privadas aqui presentes são ruins necessariamente.
  6. Se trata que educação é direito e não mercadoria. O Estado deve garantir ensino público de qualidade para todos/as.
  7. O problema real é a hegemonia do mercado sobre o público.
  8. Ainda nessa tensão, temos a venda de campos de estágios. Por exemplo, estudantes de medicina da UFPB são "convidados" a se retirar dos campos porque os preceptores não recebem. Não podemos deixar que o estágio se troque uma simples mercadoria. Assim, a "concorrência" do publico com o privado é desleal e anti-ética.

    2)
  9. Temos uma formação que é uma verdadeira grande curricular. Talvez isso explique o número bem reduzido  de estudantes participando deste fórum hoje.
  10. O que temos é uma formação moldada numa pseudo-intelectualidade. Onde fica-se preso a 3 avaliação semestrais que nada avaliam, a um produtivismo acadêmico cruel e a um bom currículo lattes.
  11. Vale mais produzir artigos e fazer pesquisas que já sabemos o resultados do que cumprir com a função social da universidade e ter um compromisso teórico e político com o SUS.
  12. Outro ponto ainda dialogando com este tópico é que tanto no ensino privado, como no público com menos intensidade,  a formação não é voltada para a atuação na saúde pública e no SUS, e muito menos para a atenção básica de prevenção e promoção em saúde.
  13. Ainda soma-se a isso a dificuldade de desde a formação profissional não trabalharmos a intersetorialidade e uma práxis transversal que dê conta da integralidade necessária ao usuário. Como exigir isso no processo de trabalho? Bem, nem preciso falar sobre a necessidade do controle social, a maioria nem sabe o que é de fato um conselho de política pública.
  14. Têm-se ainda o desfio da formação continuada/permanente dos profissionais que já atuam nos serviços. É preciso trabalhar com a necessária e urgente reorientação do processo de trabalho.

    3)
  15. Para tentar concluir, é preciso DEMOCRATIZAR!
  16. Tanto o SUS, na gestão, serviços e conselhos.
  17. A universidade (projetos pedagógicos, instâncias)
  18. é preciso, enfim, queimar literalmente as cadeiras. Romper com as estruturas de poder e modelos tradicionais.
  19. Já problematizamos bastante, sem dúvida, nada do que eu disse é novidade, precisamos buscar novas estratégias.
  20. Essas estratégias vem a partir de mais diálogo, mais criatividade, mais socialização  mais participação.
  21. A saída, sem dúvidas, é coletiva.

Vamos construir a saúde pública de todos/as nós.

Shellen Galdino
Estudante de Serviço Social da UFPB, e do PET-Saúde (EDUCAÇÃO PERMANENTE).



quinta-feira, agosto 15, 2013

Onde está Amarildo? Where is Amarildo? ¿Dónde está Amarildo?

Onde está Amarildo? Where is Amarildo? ¿Dónde está Amarildo?

Fiquei ainda mais indignada com o caso de Amarildo.

É a mesma PM que faz coerção com os menores em conflito com a lei, que bate nos negros, nos pobres, que mata pais de família, que faz poder paralelo com milicias, que bate nos "vândalos", criminaliza os movimentos sociais etc

É uma verdeira insegurança! Clima de medo!!!

Ao ver a possível rota dos PM's, recentemente divulgada pelo Jornal Nacional, fico pensando, quantos não passaram por esse caminho?

E agora, a família de Amarildo, Renato, João e tantos outros são vítimas dos próprios instrumentos violentos do aparato do estado que deveria nos proteger.

Sou a favor da desmilitarização da PM, e digo mais... isso não vai resolver a enorme corrupção e desumanidade em que se encontra essa instituição.

Sou mesmo é a favor do fim da PM. E antes que o senso-comum venha me dizer: "ah, você quer que eles sejam carinhosos?"

Bem, acredito que esse moralismo não deve ser argumento

Devemos defender um novo tipo de Polícia e Política de Segurança Nacional. Um desses meios é o mais investimentos em políticas públicas estatais e de qualidade, mas também perpassa por extinguir a Polícia Militar, que se trata de um modelo obsoleto e esgotado de "proteção".

Por uma nova segurança, que tenha como viés a cidadania e os direitos humanos, e preze pela VIDA, antes de tudo. Sem corrupção, sem coerção e sem privilégios.

sábado, agosto 10, 2013

Prática: critério definidor da verdade

Estou me lixando para discursos inflamados, propostas bonitas e retóricas efervecentes... de esquerda, de centro e de direita... com isso não digo que sou omissa, afirmo que discurso todo mundo tem.

Na fala podemos dizer o que quisermos, que somos a favor da igualdade, da democracia e da justiça social. É muito fácil... fetiche sobre isso é o que mais tem, em todos os espaços possíveis.

Desde já a prática é o critério da verdade, fica decretado, ao bater dos sinos será essa a essência. (ou deveria ser?)

A prática é que define o que somos, porque somos e para onde vamos. Tudo depende do objetivo, da nossa estratégia e de onde queremos chegar.

Palavras se perdem ao vento, são contraditórias, não coerentes... já os fatos, existem a prova, estão ai a história, que não foi construída por discursos, mas sim por atitudes.

Atitudes que mostram a verdade, para o "bem" e para o "mau"... elas que definem o rumo da história. Elas que traçam caminhos, e é coisa de gente com coragem e sem medo de ousar.

Se o nosso objetivo é enganar as pessoas, podemos apenas usar a retórica, mas se é conquistar no cotidiano as conciências em prol de um projeto, é fazendo e é na luta que se constrói uma unidade programática, o resto, é tudo falácia e disparate alheio.

Se  o objetivo for vencer, que os meios não justifiquem o final.