UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
COMPONENTE CURRICULAR: POLÍTICA DA SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL
EDUCADORA: PATRÍCIA BARRETO CAVALCANTI
ALINE LUCENA
KÁTIA LOPES
SHELLEN GALDINO
INTRODUÇÃO
Este trabalho conterá dados com base em uma visita feita a uma Unidade de Saúde da Família, localizada em Mangabeira I, e também de entrevista realizada com a Agente de Saúde e moradores da comunidade. O trabalho foi baseado nos seguintes fatores: olhar sobre o território em saúde, postura profissional, articulação do serviço de saúde com a comunidade e se há serviço social.
CONTEXTUALIZAÇÃO
O Programa de Saúde da Família (PSF) teve seu início no Brasil no ano de 1994, porém a expansão só começou a partir de 1996, como programa de atenção básica e primária a saúde. As linhas de cuidado em saúde são as crianças, gestantes, hipertensos, diabéticos, idosos etc. A equipe mínima da Unidade de Saúde da Família é um médico, um enfermeiro, um cirurgião dentista, um agente comunitário de saúde, um técnico de enfermagem e um auxiliar de Consultório Dentário (ACD). Trabalham com três tipos de demanda: espontâneas, reprimidas e induzidas.
A Unidade de Saúde da Família visitada foi a do Coqueiral que se localiza na Rua Milton Santa Cruz, no bairro de Mangabeira I, na cidade de João Pessoa, PB. A USF visitada funciona de segunda a sexta nos turnos manhã e tarde. O limite da área pertencente a esta USF é a Rua Antônio Pereira de Castro, Av. Comandante Alfredo Ferreira da Rocha, Rua Francisco Canidé de Lima e Rua Cícero Meireles (que em parte se denomina Rua Projetada). (Ver Imagem abaixo)
Limite da área do USF COQUEIRAL. Ponto em vermelho é a localização da Unidade.
O que vale ressaltar, além do espaço geográfico, é o contexto social. Mangabeira é um birro enorme, com característica de um município. Só área que o USF aborda tem imensas contradições, desde casas enormes, da classe média alta, até ponto de drogas e ocupações de imoveis por moradores de rua.
A Unidade consta, segundo a Agente de Saúde com 17 profissionais, sendo: 9 agentes de saúde, 1 médico, 1 técnico de enfermagem, 1 assistente de dentista, 1 agente operacional , 2 recepcionistas e 1 guarda (segurança). A Agente de Saúde descartou de sua declaração os profissionais de serviços gerais.
A USF atende cerca de 1.000 famílias, o que totaliza cerca de 4.000 pessoas. Segundo a Agente de Saúde, a Unidade promove algumas ações sociais, como palestras sobre diversos temas, existem Grupos de Idosos, visitas regulares, arrastões contra a Dengue e distribuição de preservativos em períodos de festas, como o carnaval.
Logo de inicio percebemos a falta de estrutura para atender a demanda do local, o quadro de funcionários não corresponde a demanda local necessária, então o atendimento as necessidades da população são mínimas e precárias.
Para entender mais sobre tal organização conversamos com alguns usuários que afirmaram a legitimidade do PSF e avaliaram positivamente esta Unidade, os moradores disseram que o mesmo atende suas necessidades, que os profissionais são competentes e as visitas são regulares. Mas, segundo todos os usuários, o lado negativo é que só existe uma médica para uma população enorme, o que acaba demorando o atendimento. Outro ponto ressaltado por todos os usuários foi sobre a demora na realização dos exames e dos encaminhamentos para médico especialista, que o tempo de espera pode passar de um mês.
A unidade é em uma casa alugada, o local de vacinação serve para outros atendimentos e funções desempenhadas pelos ACS – Agentes de Comunitários de Saúde. Não existe o Serviço Social nesta unidade.
CONCLUSÃO
Podemos perceber no curto espaço de tempo da realização do trabalho, que a Unidade visitada não tem um compromisso político com a Comunidade. Algo também que podemos concluir é que os moradores legitimam a Unidade, mas não fazem críticas ou não questionam pelo fato de ser de “graça”, então não há um reconhecimento como direito.
O PSF restringe o conceito de atenção básica e rompe com o princípio de universalidade do SUS, por focaliza em grupos específicos. Além da falta de profissionais e estrutura é um programa que foi colocado de maneira autoritária no país, de modo que é o mesmo modelo em todo o país, não respeitando a diversidade, heterogeneidade, tanto de saberes quanto de demandas.
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