Consulta Popular, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Nota de repúdio:
Pelo direito de lutar dos estudantes !!!
Contra a indigna ação da Polícia Militar !!!
A Consulta Popular do ES, o MPA e o MST vêm, por meio desta, declarar sua profunda indignação e contestação à desumana ação do Estado capixaba, através do Batalhão de Missões Especiais (BME), sobre os estudantes, ocorrida ontem.
Declaramos também nosso apoio incondicional à ação dos estudantes pelo direito de se manifestar e lutar por conquistas que beneficiarão a classe trabalhadora.
A polícia militar - braço armado e disciplinado do estado para conter todo legítimo e legal direito de manifestação garantido pela constituição brasileira - tem abusado excessivamente das atribuições que o estado de direito lhe reserva, como sua força mantenedora da ordem.
As armas e o poder formal deste aparelho repressor foram utilizadas como forma de conter, ameaçar, brecar nossas dignas manifestações populares, tanto no agora ocorrido, quanto no deplorável processo de Barra do Riacho.
Em pouco tempo de gestão, este governo tem mostrado suas garras reais de manter-se no poder, utilizando para isto a histórica lógica de ação da ditadura militar.
Por isso e por todos os últimos ocorridos contra nosso povo, numa ação ilegal e ilegítima da Polícia Militar, nós integrantes desta nota, nos unimos às lutas do povo brasileiro e dos capixabas, e tomamos para nós a importância de ampliar a unidade da classe trabalhadora e dos movimentos sociais do campo e da cidade contra o poder armado do Estado capixaba.
Pátria Livre, venceremos!
Consulta Popular - MPA - MST
Praça de guerra aos pés do Anchieta: em 15 dias polícia entre em novo confronto com a população
O protesto de estudantes contra o aumento das tarifas de ônibus que parou a Grande Vitória na manhã desta quinta-feira (2) terminou em confronto entre a tropa de choque do Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar e os manifestantes. Após quase cinco horas de interdição das principais avenidas do Centro de Vitória, os militares foram chamados para pôr fim ao protesto.
As forças policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para desobstruir a pista, enquanto poucos estudantes responderam lançando pedras. O cenário de guerra chegou às escadarias do palácio Anchieta, sede do Executivo Estadual, que teve janelas de sua fachada depredadas.
Em 15 dias, este é o segundo confronto entre a PM e a população que tem desfecho violento. No último dia 18, mais de 700 policiais usaram da violência para retirar mais de 300 famílias que ocupavam uma área no distrito de Barra do Riacho, em Aracruz.
A manifestação desta quinta teve início por volta das 7h30 nas avenidas Beira Mar e Jerônimo Monteiro, nas proximidades do palácio Anchieta. Confirmando a “promessa” impressa em pichações espalhadas pela cidade que traziam a mensagem que alertava: “Dia 02/06 a cidade vai parar”.
Os estudantes interromperam todo o fluxo de trânsito no Centro. Os manifestantes montaram barricadas e incendiaram pneus, tingindo de cinza o cenário na cidade. O resultado foi a formação engarrafamentos quilométricos de carros, ônibus e motos, que tentavam chegar ou sair de Vitória.
Durante toda a manhã os estudantes, visivelmente sem a articulação de lideranças, liberavam parte das vias, e logo em seguida, retornavam ao bloqueio total das duas avenidas. O vai e vem dos manifestantes durou até das 10h30, quando se iniciou as articulações para uma comissão de estudantes ser recebida no palácio Anchieta pelo vice-governador Givaldo Vieira.
A primeira reivindicação dos estudantes era de que Givaldo - que assumiu as negociações na ausência do governador Renato Casagrande, que está em Brasília - fosse até o local para negociar.
Depois de uma série de discussões entre os manifestantes e uma “comissão de mediadores” – que contava com o presidente do Conselho da Criança e Adolescente, André Moreira, e do atual presidente da Comissão Estadual dos Direitos Humanos (CEDH), Gilmar Alves, ficou acertada a ida de uma comissão ao palácio Anchieta para negociar.
Até o momento, o acordo era de que partes das avenidas seriam reabertas. No entanto, parte dos manifestantes voltaram a fechar a pista. Após vários contatos telefônicos entre o grupo que intermediava as negociações com o governo, foi acertada a ida da comissão para o palácio da Fonte Grande – onde fica o gabinete do petista – com a promessa da reabertura de uma das faixas da pista da avenida Beira Mar, já que a Jerônimo Monteiro havia sido liberada instantes antes.
Entretanto, a movimentação da tropa de choque, logo após os representantes dos estudantes deixarem o local rumo à reunião, foi o estopim para que as pistas fossem novamente fechadas. Neste momento, as tropas que acompanham o protesto de longe – os ônibus do BME foram posicionados na praça Oito – começaram a formação de confronto.
Por volta das 13h40, um destacamento da tropa de choque se aproximou dos estudantes e deu prazo de cinco minutos para desocupação das pistas. Caso não fossem atendidos, os militares usariam a força para “restabelecer a ordem”. O que acabou ocorrendo.
Quando o relógio marcava 13h45, as tropas marcharam em direção aos estudantes que estavam sentados na pista. A partir do lançamento da primeira bomba de efeito moral, o local – um dos cartões postais do Estado – se transformou em palco de guerra. Um manifestante – que recebeu a alcunha de “coronel”, não só pela idade já avançado e sim por uma boina que usava ao estilo Che Guevara – até tentou se aproximar das tropas, mas acabou se deitando sobre o asfalto e acabou superado pela força policial.
Em seguida, as tropas começaram a atirar contra os estudantes que não chegaram a esboçar reação. Apenas um pequeno grupo tentou medir forças lançando pedras contras as tropas, mas foram superados em pouco mais de três minutos de “confronto”.
Enquanto isso, as largas cortinas de gás lacrimogêneo – que causa irritação nas vias respiratórias e irritação nos olhos – se espalhou pelas proximidades do front de batalha. Mulheres, crianças, idosos e pessoas que circulavam na região, uma das mais movimentadas da cidade, tentavam se proteger.
No meio do conflito, o dono da banca de revistas que fica na “ilha” entre as avenidas, tentava se proteger do gás entre as revistas e livros antigos que comercializa. Já o estampido dos tiros assustava parte dos manifestantes que se refugiaram nas poucas lojas que se mantinham abertas no local.
Em seguida, um pequeno grupo da resistência dos manifestantes tentou se alojar na parte de cima das escadarias do palácio Anchieta. Por cerca de cinco minutos, a tropa atirou balas de borracha em direção aos manifestantes, que já haviam arremessado pedras contra os vidros das janelas da fachada do palácio. Após a sumida da tropa de ação rápida do BME, os estudantes foram se dispersando entre as ruelas da Cidade Alta e ao longo da avenida República, continuação da avenida Jerônimo Monteiro. As tropas chegaram a avançar rumo à região da Vila Rubim, onde um grupo pretendia repetir o protesto, mas acabaram rapidamente contidos pelos policiais.
Ao final do confronto, equipes do Corpo de Bombeiros retiraram da pista os restos de pneus queimados e liberou todas as pistas. Já a tropa de choque ficou em frente do palácio Anchieta, enquanto patrulhas do policiamento ostensivo cercaram as entradas da sede do Executivo Estadual.
Por volta das 14h30, o clima era de tranqüilidade e apenas poucos estudantes estavam próximos ao palácio, mas sem esboçar qualquer ação mais incisiva – sob o olhar da tropa de choque que recebeu o comando para se retirar do local vinte minutos depois.
As primeiras informações no local não dão conta da presença de manifestantes ou policiais feridos. Está marcada para as 16 horas uma reunião entre representantes dos estudantes e o vice-governador do Estado. O movimento teve a participação de estudantes do Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE), do Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes), do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), além de estudantes de escolas públicas e faculdades particulares da Grande Vitória.
Novo front
Acuados pela polícia, os estudantes desistiram da Terceira Ponte, que foi liberada por volta das 19 horas, e rumaram para avenida Vitória. Na avenida César Hilal houve novo confronto entre os manifestantes e a polícia, que voltou a usar bombas de efeito moral e disparar balas de borracha contra os estudantes.
As forças policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para desobstruir a pista, enquanto poucos estudantes responderam lançando pedras. O cenário de guerra chegou às escadarias do palácio Anchieta, sede do Executivo Estadual, que teve janelas de sua fachada depredadas.
Em 15 dias, este é o segundo confronto entre a PM e a população que tem desfecho violento. No último dia 18, mais de 700 policiais usaram da violência para retirar mais de 300 famílias que ocupavam uma área no distrito de Barra do Riacho, em Aracruz.
A manifestação desta quinta teve início por volta das 7h30 nas avenidas Beira Mar e Jerônimo Monteiro, nas proximidades do palácio Anchieta. Confirmando a “promessa” impressa em pichações espalhadas pela cidade que traziam a mensagem que alertava: “Dia 02/06 a cidade vai parar”.
Os estudantes interromperam todo o fluxo de trânsito no Centro. Os manifestantes montaram barricadas e incendiaram pneus, tingindo de cinza o cenário na cidade. O resultado foi a formação engarrafamentos quilométricos de carros, ônibus e motos, que tentavam chegar ou sair de Vitória.
Durante toda a manhã os estudantes, visivelmente sem a articulação de lideranças, liberavam parte das vias, e logo em seguida, retornavam ao bloqueio total das duas avenidas. O vai e vem dos manifestantes durou até das 10h30, quando se iniciou as articulações para uma comissão de estudantes ser recebida no palácio Anchieta pelo vice-governador Givaldo Vieira.
A primeira reivindicação dos estudantes era de que Givaldo - que assumiu as negociações na ausência do governador Renato Casagrande, que está em Brasília - fosse até o local para negociar.
Depois de uma série de discussões entre os manifestantes e uma “comissão de mediadores” – que contava com o presidente do Conselho da Criança e Adolescente, André Moreira, e do atual presidente da Comissão Estadual dos Direitos Humanos (CEDH), Gilmar Alves, ficou acertada a ida de uma comissão ao palácio Anchieta para negociar.
Até o momento, o acordo era de que partes das avenidas seriam reabertas. No entanto, parte dos manifestantes voltaram a fechar a pista. Após vários contatos telefônicos entre o grupo que intermediava as negociações com o governo, foi acertada a ida da comissão para o palácio da Fonte Grande – onde fica o gabinete do petista – com a promessa da reabertura de uma das faixas da pista da avenida Beira Mar, já que a Jerônimo Monteiro havia sido liberada instantes antes.
Entretanto, a movimentação da tropa de choque, logo após os representantes dos estudantes deixarem o local rumo à reunião, foi o estopim para que as pistas fossem novamente fechadas. Neste momento, as tropas que acompanham o protesto de longe – os ônibus do BME foram posicionados na praça Oito – começaram a formação de confronto.
Por volta das 13h40, um destacamento da tropa de choque se aproximou dos estudantes e deu prazo de cinco minutos para desocupação das pistas. Caso não fossem atendidos, os militares usariam a força para “restabelecer a ordem”. O que acabou ocorrendo.
Quando o relógio marcava 13h45, as tropas marcharam em direção aos estudantes que estavam sentados na pista. A partir do lançamento da primeira bomba de efeito moral, o local – um dos cartões postais do Estado – se transformou em palco de guerra. Um manifestante – que recebeu a alcunha de “coronel”, não só pela idade já avançado e sim por uma boina que usava ao estilo Che Guevara – até tentou se aproximar das tropas, mas acabou se deitando sobre o asfalto e acabou superado pela força policial.
Em seguida, as tropas começaram a atirar contra os estudantes que não chegaram a esboçar reação. Apenas um pequeno grupo tentou medir forças lançando pedras contras as tropas, mas foram superados em pouco mais de três minutos de “confronto”.
Enquanto isso, as largas cortinas de gás lacrimogêneo – que causa irritação nas vias respiratórias e irritação nos olhos – se espalhou pelas proximidades do front de batalha. Mulheres, crianças, idosos e pessoas que circulavam na região, uma das mais movimentadas da cidade, tentavam se proteger.
No meio do conflito, o dono da banca de revistas que fica na “ilha” entre as avenidas, tentava se proteger do gás entre as revistas e livros antigos que comercializa. Já o estampido dos tiros assustava parte dos manifestantes que se refugiaram nas poucas lojas que se mantinham abertas no local.
Em seguida, um pequeno grupo da resistência dos manifestantes tentou se alojar na parte de cima das escadarias do palácio Anchieta. Por cerca de cinco minutos, a tropa atirou balas de borracha em direção aos manifestantes, que já haviam arremessado pedras contra os vidros das janelas da fachada do palácio. Após a sumida da tropa de ação rápida do BME, os estudantes foram se dispersando entre as ruelas da Cidade Alta e ao longo da avenida República, continuação da avenida Jerônimo Monteiro. As tropas chegaram a avançar rumo à região da Vila Rubim, onde um grupo pretendia repetir o protesto, mas acabaram rapidamente contidos pelos policiais.
Ao final do confronto, equipes do Corpo de Bombeiros retiraram da pista os restos de pneus queimados e liberou todas as pistas. Já a tropa de choque ficou em frente do palácio Anchieta, enquanto patrulhas do policiamento ostensivo cercaram as entradas da sede do Executivo Estadual.
Por volta das 14h30, o clima era de tranqüilidade e apenas poucos estudantes estavam próximos ao palácio, mas sem esboçar qualquer ação mais incisiva – sob o olhar da tropa de choque que recebeu o comando para se retirar do local vinte minutos depois.
As primeiras informações no local não dão conta da presença de manifestantes ou policiais feridos. Está marcada para as 16 horas uma reunião entre representantes dos estudantes e o vice-governador do Estado. O movimento teve a participação de estudantes do Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE), do Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes), do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), além de estudantes de escolas públicas e faculdades particulares da Grande Vitória.
Novo front
Após os confrontos no Centro de Vitória os estudantes partiram para a avenida Fernando Ferrari e se concentraram em frente ao campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). As cenas de enfrentamento da manhã se repetiram à tarde. A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada para liberar as pistas da avenida. Por volta das 16h30, as forças policiais utilizaram bombas de efeito moral e dispararam tiros de bala de borracha para dispersar os manifestantes.
Pressionados, os estudantes correram para dentro do campus para se proteger dos policiais, que passaram a atirar em direção ao campus. A ação da polícia revoltou professores e servidores da Ufes, que condenaram o “ataque” a uma instituição federal. O reitor em exercício, Reinaldo Centoducatte, ligou para o vice-governador Givaldo Vieira para solicitar o fim da ação. Minutos depois a polícia interrompeu os ataques à universidade.
Pressionados, os estudantes correram para dentro do campus para se proteger dos policiais, que passaram a atirar em direção ao campus. A ação da polícia revoltou professores e servidores da Ufes, que condenaram o “ataque” a uma instituição federal. O reitor em exercício, Reinaldo Centoducatte, ligou para o vice-governador Givaldo Vieira para solicitar o fim da ação. Minutos depois a polícia interrompeu os ataques à universidade.
Por volta das 17h30, cerca de 1000 estudantes já engrossavam o movimento, que seguiu em marcha para a Praça do Pedágio, o plano era interromper o tráfego da Terceira Ponte.
A polícia se antecipou aos estudantes e montou uma barreira nas imediações da praça do Cauê e nos principais acessos à Terceira Ponte.
A nova movimentação dos estudantes pela Reta da Penha no sentido Serra-Vitória casou novo congestionamento na avenida, que afetou o trânsito nas principais vias de Vitória. A Polícia Militar chegou a solicitar à Rodosol a interdição da Terceira Ponte.
Acuados pela polícia, os estudantes desistiram da Terceira Ponte, que foi liberada por volta das 19 horas, e rumaram para avenida Vitória. Na avenida César Hilal houve novo confronto entre os manifestantes e a polícia, que voltou a usar bombas de efeito moral e disparar balas de borracha contra os estudantes.
Por meio de nota, o governo lamentou o episódio e reafirmou que está aberto ao diálogo. O secretário de Transportes, Fábio Damasceno, afirmou que não haverá redução nas tarifas do Transcol. Ele disse que o Estado é um dos que concedem um dos maiores subsídios.
Damasceno explicou que os estudantes do Ifes e do ensino médio da rede pública já não pagam tarifa, e que os da Ufes e das escolas e faculdades particulares pagam apenas 50% da tarifa.
Segundo a polícia, nove estudantes que estão envolvidos nos conflitos foram detidos e conduzidos ao DPJ de Vitória. Os representantes do movimento informaram, porém, que até às 21 horas os estudantes ainda não haviam chegado à delegacia. Ele também disseram que pelo menos cinco estudantes ficaram feridos e precisaram ser socorridos em hospitais.
Os coordenadores do movimento informaram ainda que os protestos continuam nesta sexta-feira (3). Às 17 horas está marcada uma assembleia nas dependências da Ufes. Após a assembleia, os estudantes devem decidir quais serão as próximas ação do movimento.
Confira mais imagens do protesto:
Os coordenadores do movimento informaram ainda que os protestos continuam nesta sexta-feira (3). Às 17 horas está marcada uma assembleia nas dependências da Ufes. Após a assembleia, os estudantes devem decidir quais serão as próximas ação do movimento.
Confira mais imagens do protesto:
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