Camaradas, faço aqui o esforço de responder algumas dessas criticas de maneira didatica, apesar de saber que se for por "retorica" não adianta, não vai "entrar" na cabeça de ninguem. Não concordar com a democracia burguesa, achar que ela deseduca e tudo mais é extremamente importante na critica ao mundo em que vivemos. Mas (se é preciso utilizar argumentos de teóricos pra atingir o debate) a Historia é feita pelos homens não da forma que querem, mas da forma como é possivel a eles. É logico que falando da Universidade Publica, sem trabalhar, com a vida garantida é muito comodo optar em simplesmente fingir que nada está em jogo nas eleições. Achar que a eleição deseduca não significa dizer que não há poder, ou decisões de cunho classistas nela. Não apoiar nenhum candidato no primeiro turno traduz a dificuldade daqueles que se organizam e mobilizam força social (os que representam setores da sociedade, não só uma idéia da sua cabeça e que não é responsavel por nenhuma organização) de propor um projeto comum que consiga avançar além do projeto PT que foi construido durante 30 anos por toda a esquerda. O problema é que o que está colocado nesse segundo turno não é um governo rebaixado e uma alternativa revolucionaria. O que está colocado é um governo rebaixado e uma direita que beira o facismo. Apoiar Dilma não significa rebaixar a critica e paralisar a ação. Não somos adesistas ao governo por tomar posição de classe no 2º turno. Dilma pode não ser "a classe trabalhadora" mas ela representa o projeto que a maioria da classe construiu durante os 30 anos, principalmente em relação à direita facista. Em nenhum momento nos 8 anos de governo Lula nós, o MST, e diversas organizações (mesmo sendo minoria) populares e movimentos sociais deixaram de fazer luta. Continuaremos em luta, com os companheiros que votam nulo ou não. O problema não é só ter a melhor critica ou posições completamente puras nos processos políticos, o problema é a força social que voce consegue mobilizar pra implantar o projeto.Mais uma vez pra usar "teoricos": A prática é o criterio da verdade. Por que as vezes parece que as criticas ao governo acham que é só eleger um governo pra realizar mudanças. Se temos clareza que não é o governo que muda as coisas, mas é o povo organizado, então é bom começarmos a organizar o povo, os trabalhadores e inclusive os estudantes (temos 88 cursos na UFPB e só 30 CAs, isso é reflexo da desorganização da classe). Por que é muito comodo pra galera que puxa voto nulo e tira ferias na eleição e finge que não está acontecendo nada na sociedade, como se não existisse uma luta de classes na sociedade que está interferindo diretamente na vida do povo. Talvez é por estar distante do povo, não saber da realidade em que vivem. Não acho que tem problema votar nulo, o que tem problema é achar que as coisas mudam por que simplesmente, do nada, o povo vai entender nosso projeto através do que "falamos" (isso chega inclusive a soar pós modernidade). Todos podem optar não fazer campanha para o projeto PT (traduzido neste segundo turno na campanha Dilma) que foi construido durante os ultimos 30 anos. Porem, se a direita facista ganhar, todos tem parcela nos anos "obscuros" que virão. A defesa não é do melhor projeto, a defesa é do melhor adversario. Temos que ter claro que perdemos (a esquerda revolucionaria), a classe está sendo empurrada para um abismo e que agora é necessario reforçar o trabalho de base e construir alicerces sólidos para conseguir derrotar tanto a burguesia quanto os reformistas. Ter essa clareza de derrota deve ser claro para que possamos aprender com os erros e começar uma jornada para nos transformarmos em hegemonia na sociedade. Quem está indo pra universidade (não apenas os 500 estudantes que estão ao nosso redor) e vendo o conjunto dos estudantes, classe média, que votaram em marina no 1º turno e nunca vivenciaram lutas populares por transformação, pode constatar que boa parte deles encherga em Serra uma alternativa. Vide todo o discurso conservador colocado pela grande mídia. Por não sermos irresponsaveis com o nosso projeto revolucionario é que temos a tarefa de eleger Dilma no segundo turno. Sem purismos, sem alegria com a desarticulação e desorganização da classe, mas disposto a lutar e construir o novo a partir do hoje. Espero que tenha conseguido expressar algumas opiniões sobre esse processo, longe de esgotar o debate, mas tentando contribuir para avançarmos do idealismo para o materialismo, que nada tem com "real politic", ou para os que não compreendem esta expressão, materialismo nada tem com a politica do real. PS: que bom que pelo menos pra reagir a posições essa lista discute alguma coisa. Felipe Baunilha ENEBio - Entidade Nacional de Estudantes de Biologia Movimento Levante Militante da Consulta Popular Jornal Brasil de Fato! (www.brasildefato.com.br). Leia, divulgue e assine !!! Editora Expressão Popular -(www.expressaopopular.com.br). "Todo coração é uma célula revolucionária!"
|
quinta-feira, outubro 21, 2010
Sobre o Segundo turno
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
quinta-feira, outubro 21, 2010
Sobre o Segundo turno
Camaradas, faço aqui o esforço de responder algumas dessas criticas de maneira didatica, apesar de saber que se for por "retorica" não adianta, não vai "entrar" na cabeça de ninguem. Não concordar com a democracia burguesa, achar que ela deseduca e tudo mais é extremamente importante na critica ao mundo em que vivemos. Mas (se é preciso utilizar argumentos de teóricos pra atingir o debate) a Historia é feita pelos homens não da forma que querem, mas da forma como é possivel a eles. É logico que falando da Universidade Publica, sem trabalhar, com a vida garantida é muito comodo optar em simplesmente fingir que nada está em jogo nas eleições. Achar que a eleição deseduca não significa dizer que não há poder, ou decisões de cunho classistas nela. Não apoiar nenhum candidato no primeiro turno traduz a dificuldade daqueles que se organizam e mobilizam força social (os que representam setores da sociedade, não só uma idéia da sua cabeça e que não é responsavel por nenhuma organização) de propor um projeto comum que consiga avançar além do projeto PT que foi construido durante 30 anos por toda a esquerda. O problema é que o que está colocado nesse segundo turno não é um governo rebaixado e uma alternativa revolucionaria. O que está colocado é um governo rebaixado e uma direita que beira o facismo. Apoiar Dilma não significa rebaixar a critica e paralisar a ação. Não somos adesistas ao governo por tomar posição de classe no 2º turno. Dilma pode não ser "a classe trabalhadora" mas ela representa o projeto que a maioria da classe construiu durante os 30 anos, principalmente em relação à direita facista. Em nenhum momento nos 8 anos de governo Lula nós, o MST, e diversas organizações (mesmo sendo minoria) populares e movimentos sociais deixaram de fazer luta. Continuaremos em luta, com os companheiros que votam nulo ou não. O problema não é só ter a melhor critica ou posições completamente puras nos processos políticos, o problema é a força social que voce consegue mobilizar pra implantar o projeto.Mais uma vez pra usar "teoricos": A prática é o criterio da verdade. Por que as vezes parece que as criticas ao governo acham que é só eleger um governo pra realizar mudanças. Se temos clareza que não é o governo que muda as coisas, mas é o povo organizado, então é bom começarmos a organizar o povo, os trabalhadores e inclusive os estudantes (temos 88 cursos na UFPB e só 30 CAs, isso é reflexo da desorganização da classe). Por que é muito comodo pra galera que puxa voto nulo e tira ferias na eleição e finge que não está acontecendo nada na sociedade, como se não existisse uma luta de classes na sociedade que está interferindo diretamente na vida do povo. Talvez é por estar distante do povo, não saber da realidade em que vivem. Não acho que tem problema votar nulo, o que tem problema é achar que as coisas mudam por que simplesmente, do nada, o povo vai entender nosso projeto através do que "falamos" (isso chega inclusive a soar pós modernidade). Todos podem optar não fazer campanha para o projeto PT (traduzido neste segundo turno na campanha Dilma) que foi construido durante os ultimos 30 anos. Porem, se a direita facista ganhar, todos tem parcela nos anos "obscuros" que virão. A defesa não é do melhor projeto, a defesa é do melhor adversario. Temos que ter claro que perdemos (a esquerda revolucionaria), a classe está sendo empurrada para um abismo e que agora é necessario reforçar o trabalho de base e construir alicerces sólidos para conseguir derrotar tanto a burguesia quanto os reformistas. Ter essa clareza de derrota deve ser claro para que possamos aprender com os erros e começar uma jornada para nos transformarmos em hegemonia na sociedade. Quem está indo pra universidade (não apenas os 500 estudantes que estão ao nosso redor) e vendo o conjunto dos estudantes, classe média, que votaram em marina no 1º turno e nunca vivenciaram lutas populares por transformação, pode constatar que boa parte deles encherga em Serra uma alternativa. Vide todo o discurso conservador colocado pela grande mídia. Por não sermos irresponsaveis com o nosso projeto revolucionario é que temos a tarefa de eleger Dilma no segundo turno. Sem purismos, sem alegria com a desarticulação e desorganização da classe, mas disposto a lutar e construir o novo a partir do hoje. Espero que tenha conseguido expressar algumas opiniões sobre esse processo, longe de esgotar o debate, mas tentando contribuir para avançarmos do idealismo para o materialismo, que nada tem com "real politic", ou para os que não compreendem esta expressão, materialismo nada tem com a politica do real. PS: que bom que pelo menos pra reagir a posições essa lista discute alguma coisa. Felipe Baunilha ENEBio - Entidade Nacional de Estudantes de Biologia Movimento Levante Militante da Consulta Popular Jornal Brasil de Fato! (www.brasildefato.com.br). Leia, divulgue e assine !!! Editora Expressão Popular -(www.expressaopopular.com.br). "Todo coração é uma célula revolucionária!"
|
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário :
Postar um comentário