Cansada de pessoas mais ou menos. De relações mais ou menos... Enfim, cansada de uma vida mais ou menos. Sempre com pessoas que faltam uma parte, que vivem por conveniência, que nunca te ajudam quando você precisa. Que não sabe ao certo o valor do afeto e de uma real amizade. Talvez eu que tenha vindo com defeito e não me encaixo nesses moldes contemporâneos de relações vampirescas e supérfluas. Relações fluidas de que um macarrão instantâneo dura mais para cozinhar.
O modelo fast-food e o just in time não só são para a alimentação e para o toyotismo, são parte da nossa infeliz e mísera vida de metades e incompletudes.
Quanto mais nos enganamos e nos iludindo, mais o vazio aumento.
Talvez seja isso, um grande vazio. Onde nada parece satisfatório na nossa infinita e particular existência, e ainda, pequena diante da imensidão do universo e das ideias utópicas.
Talvez seja isso, um grande vazio. Onde nada parece satisfatório na nossa infinita e particular existência, e ainda, pequena diante da imensidão do universo e das ideias utópicas.
Me desculpem, talvez eu seja como Maiakavoski, vim com defeito e sou toda coração. Mas a cada dia sinto que esse lado vai embora com tanta frieza e desperdício de tempo e vida.
Não suporto meios termos. Por isso, não me doo pela metade. Não sou sua meio amiga nem seu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada.
Clarice Lispector
Clarice Lispector
Nenhum comentário :
Postar um comentário