Balanço do Século XX

O século XX foi o século de enfrentamento entre o capitalismo e socialismo. Desse ponto de vista, ele terminou com o triunfo do capitalismo. Porém, em ser transcurso, este último aprofundou sua contradições internas - inerentes ao próprio sistema -, projetando a hegemonia do capital especulativo - diz-se do capital voltado para a especulação nas bolsas de valores ou em outras transações financeiras, sem passar pelos processos de produção - sobre o capital produtivo - diz-se do capital e dos recursos voltados para a geração de riquezas e bens materiais, para a criação de oportunidades de trabalho e renda. Em termos mais simples, é o dinheiro que gera empregos e bens -, incorporando o desemprego como um fato estrutural e seu funcionamento, elevando crescentemente a proporção da força de trabalho na economia informal, marginalizando do mercado parcelas significativas da força de trabalho - o mesmo que mão-de-obra ou população economicamente ativa. Designa o contigente de pessoas em condições de trabalhar em determinada sociedade. No regime capitalista, as pessoas encarregadas de desprender o esforço físico e mental para o desenvolvimento da  produção não são as mesmas que detém os meio de produção (máquinas, ferramentas, matéria-prima); elas são a "força de trabalho", mas das características do capitalismo que é força de trabalho é fonte de valor, é mercadoria - de regiões como a África, partes importantes da Ásia e regiões da América Latina, aprofundando em níveis inéditos a concentração de renda, mesmo nos países de maior desenvolvimento econômico.

Nada indica que a humanidade esteja condenada a viver no capitalismo ao longo do século XXI - afinal toda sociedade traz em si o germe de sua destruiçao-, ou que, ao contrário caminhe necessariamente para o socialismo.  O que o século XX mostrou de mais evidente é que a História é um processo aberto, cheio de surpresas, em que as pessoas não estão condenadas a viver em nenhum tipo de sociedade em particular. É a ação, consciente, ou não, dos indivíduos que decide seu destino, a partir das condições existente, de uma dada conjuntura. e como diz José Paulo Netto, "não nos enganemos, o que parece sólido se desmancha no ar".