Na tentativa de escrever minha fala no I Fórum da Rede Escola, que ocorreu no dia 16 de agosto na Universidade Federal da Paraíba, segue abaixo minha contribuição para o debate, limitado por casa dos poucos 10 minutos, porém tentei provocar ao máximo. Quem trouxe o vídeo, foi a querida Professora Juliana Sampaio, mas como é excelente, cabe também socializá-lo aqui.
"Bom dia a todos/as. Gostaria de saudar a mesa e plenária.
Minha fala será bastante rápida devido ao tempo, e vou dividi-la em três tópicos que acho fundamental.
Minha fala será bastante rápida devido ao tempo, e vou dividi-la em três tópicos que acho fundamental.
1)
- Bem, não temos como falar de desafios da formação profissional para o SUS se não situarmos dentro de uma conjuntura macro-política em que vivemos na atualidade.
- Hoje, a saúde pública vive um subfinanciamento perverso, e ainda hoje grande parte dos gastos para a saúde "suplementar" privada.
- Soma-se a isso a precarização do ensino superior, no público e no privado. A UFPB em seu campus IV, encontra-se em greve deste 09 de julho. O HU com o seu bloco cirúrgico fechado, RU co número bem reduzido e ainda número excessivo de estudantes por docente.
- Ainda mais, temos tanto na Saúde, quanto na Educação, a hegemonia do privado. E coloca-se em cheque a velha conhecida nossa, a disputa e tensão entre público x privado.
- Dizendo isso, não estou criando um divisionismo, mas é importante entender que isso não significa que as escolas privadas aqui presentes são ruins necessariamente.
- Se trata que educação é direito e não mercadoria. O Estado deve garantir ensino público de qualidade para todos/as.
- O problema real é a hegemonia do mercado sobre o público.
- Ainda nessa tensão, temos a venda de campos de estágios. Por exemplo, estudantes de medicina da UFPB são "convidados" a se retirar dos campos porque os preceptores não recebem. Não podemos deixar que o estágio se troque uma simples mercadoria. Assim, a "concorrência" do publico com o privado é desleal e anti-ética.
2) - Temos uma formação que é uma verdadeira grande curricular. Talvez isso explique o número bem reduzido de estudantes participando deste fórum hoje.
- O que temos é uma formação moldada numa pseudo-intelectualidade. Onde fica-se preso a 3 avaliação semestrais que nada avaliam, a um produtivismo acadêmico cruel e a um bom currículo lattes.
- Vale mais produzir artigos e fazer pesquisas que já sabemos o resultados do que cumprir com a função social da universidade e ter um compromisso teórico e político com o SUS.
- Outro ponto ainda dialogando com este tópico é que tanto no ensino privado, como no público com menos intensidade, a formação não é voltada para a atuação na saúde pública e no SUS, e muito menos para a atenção básica de prevenção e promoção em saúde.
- Ainda soma-se a isso a dificuldade de desde a formação profissional não trabalharmos a intersetorialidade e uma práxis transversal que dê conta da integralidade necessária ao usuário. Como exigir isso no processo de trabalho? Bem, nem preciso falar sobre a necessidade do controle social, a maioria nem sabe o que é de fato um conselho de política pública.
- Têm-se ainda o desfio da formação continuada/permanente dos profissionais que já atuam nos serviços. É preciso trabalhar com a necessária e urgente reorientação do processo de trabalho.
3) - Para tentar concluir, é preciso DEMOCRATIZAR!
- Tanto o SUS, na gestão, serviços e conselhos.
- A universidade (projetos pedagógicos, instâncias)
- é preciso, enfim, queimar literalmente as cadeiras. Romper com as estruturas de poder e modelos tradicionais.
- Já problematizamos bastante, sem dúvida, nada do que eu disse é novidade, precisamos buscar novas estratégias.
- Essas estratégias vem a partir de mais diálogo, mais criatividade, mais socialização mais participação.
- A saída, sem dúvidas, é coletiva.
Vamos construir a saúde pública de todos/as nós.
Shellen Galdino
Estudante de Serviço Social da UFPB, e do PET-Saúde (EDUCAÇÃO PERMANENTE).
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