quinta-feira, agosto 12, 2010

A estatística é o melhor calmante

É inevitável. Depois de anos sombrios para a aviação mundial e nacional, até o passageiro mais viajado sente medo. Diante de tantos desastres aéreos nas manchetes dos jornais, não há quem se convença de que as quedas são raras, de que o normal é tudo dar certo. Mas é exatamente isso que dizem as estatísticas. A chance de alguém bater o carro e morrer a caminho do aeroporto é 500 vezes maior de que a de o avião cair. Até nadar é mais perigoso que andar de avião.
Stuart Matthews – da Fundação de Segurança no Vôo – disse que seria preciso viajar todos os dias durante 712 anos, para que alguém se envolvesse com certeza em um acidente aéreo.
Mas a matemática nem sempre tranquiliza. A lei da gravidade parece ser mais cruel na América Latina. Aqui, a cada milhão de pousos e decolagens 32,4 não dão muito certo. Na América do Norte a frequência é oito vezes menor. E o maior problema é da tripulação, em geral a culpa não é da tecnologia.
Mas mesmo as estatísticas favorecendo a invenção de Santos Dumont, muitos ainda tremem só de pensar num avião pesadíssimo sobrevoando. O que assusta mais é que se o avião cair, a probabilidade de todo mundo morrer é quase 100%, o que é diferente no carro. Outro fator que corrobora é o passageiro não sentir as rodas no “chão” e que se cair sua morte será inevitável, a não ser que você seja um puto de um sortudo que nem aquele garoto lá para o lado do oriente, só ele escapou. Outro fator para esse medo do avião é a banalização e o “hobbie” que o carro e a moto se tornaram no Brasil, os brasileiros parecem que não vêem que um veículo é 100% risco de um acidente, e que é uma máquina igual ao avião. Mas por se tornar comum, ficou banalizado o seu uso, achamos até normal quando alguém morre atropelado ou de acidente de carro ou moto.


O que derruba uma aeronave?

15,7% Falha mecânica
O atrito com o ar e os processos de compressão e descompressão provocam trincas na fuselagem, que é o corpo do avião. Quando não são percebidas e reparadas a tempo, parte da carcaça se solta em pleno vôo.
Informações sobre o vôo chegam ao painel por fios conectados a aparelhos espalhados pelo avião. Interferências eletromagnéticas alteram os dados, confundem os pilotos e podem acionar equipamentos em hora errada.
O desgaste na ligação entre as turbinas e a asa podem fazer com que uma delas se solte parcialmente e deixe de funcionar.
As turbinas empurram a aeronave, mantendo-a no ar, e ajudam na freagem, com o mecanismo chamado reverso. São partes delicadas do aparelho, que já causaram muitos acidentes.
Cadeiras malfixadas esmagam os passageiros. Além disso, é sob elas que se colocam as bombas. O terrorismo não entra nas estatísticas, mas é um dado importante.
Fagulhas surgidas em possíveis atritos entre partes do avião podem chegar ao tanque de combustível e provocar explosões.
O trem de pouso é controlado por um sistema hidráulico. Às vezes eles não funciona e o avião tem de pousar de barriga.

3,4% Manutenção
Antes do vôo, todo aparelho deve ser avaliado. Peças desgastadas que já derrubaram muitos aviões poderiam ter sido trocadas nessa fase.

4,8% Clima
Nevoeiros diminuem a visibilidade e correntes de vento podem desestabilizar o aparelho. O relâmpago é uma fatalidade que não se pode evitar.

7,1% Outras causas
Testes e vôos militares

69,2% Falhas humanas
Piloto e co-piloto causam nada menos que 64,4% das quedas. Por inexperiência ou por cansaço, confundem-se com aparelhos e orientações da torre e cometem deslizes. Pela lei, podem ficar no comando até 9 horas e 30 minutos por dia. Mas o Sindicato Nacional dos Aeronautas garante que a norma não é respeitada.
A torre de controle orienta o tráfego no aeroporto e é crucial no pouso e na decolagem. Falhas na comunicação e orientações erradas causam 4,8% dos acidentes.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

quinta-feira, agosto 12, 2010

A estatística é o melhor calmante

É inevitável. Depois de anos sombrios para a aviação mundial e nacional, até o passageiro mais viajado sente medo. Diante de tantos desastres aéreos nas manchetes dos jornais, não há quem se convença de que as quedas são raras, de que o normal é tudo dar certo. Mas é exatamente isso que dizem as estatísticas. A chance de alguém bater o carro e morrer a caminho do aeroporto é 500 vezes maior de que a de o avião cair. Até nadar é mais perigoso que andar de avião.
Stuart Matthews – da Fundação de Segurança no Vôo – disse que seria preciso viajar todos os dias durante 712 anos, para que alguém se envolvesse com certeza em um acidente aéreo.
Mas a matemática nem sempre tranquiliza. A lei da gravidade parece ser mais cruel na América Latina. Aqui, a cada milhão de pousos e decolagens 32,4 não dão muito certo. Na América do Norte a frequência é oito vezes menor. E o maior problema é da tripulação, em geral a culpa não é da tecnologia.
Mas mesmo as estatísticas favorecendo a invenção de Santos Dumont, muitos ainda tremem só de pensar num avião pesadíssimo sobrevoando. O que assusta mais é que se o avião cair, a probabilidade de todo mundo morrer é quase 100%, o que é diferente no carro. Outro fator que corrobora é o passageiro não sentir as rodas no “chão” e que se cair sua morte será inevitável, a não ser que você seja um puto de um sortudo que nem aquele garoto lá para o lado do oriente, só ele escapou. Outro fator para esse medo do avião é a banalização e o “hobbie” que o carro e a moto se tornaram no Brasil, os brasileiros parecem que não vêem que um veículo é 100% risco de um acidente, e que é uma máquina igual ao avião. Mas por se tornar comum, ficou banalizado o seu uso, achamos até normal quando alguém morre atropelado ou de acidente de carro ou moto.


O que derruba uma aeronave?

15,7% Falha mecânica
O atrito com o ar e os processos de compressão e descompressão provocam trincas na fuselagem, que é o corpo do avião. Quando não são percebidas e reparadas a tempo, parte da carcaça se solta em pleno vôo.
Informações sobre o vôo chegam ao painel por fios conectados a aparelhos espalhados pelo avião. Interferências eletromagnéticas alteram os dados, confundem os pilotos e podem acionar equipamentos em hora errada.
O desgaste na ligação entre as turbinas e a asa podem fazer com que uma delas se solte parcialmente e deixe de funcionar.
As turbinas empurram a aeronave, mantendo-a no ar, e ajudam na freagem, com o mecanismo chamado reverso. São partes delicadas do aparelho, que já causaram muitos acidentes.
Cadeiras malfixadas esmagam os passageiros. Além disso, é sob elas que se colocam as bombas. O terrorismo não entra nas estatísticas, mas é um dado importante.
Fagulhas surgidas em possíveis atritos entre partes do avião podem chegar ao tanque de combustível e provocar explosões.
O trem de pouso é controlado por um sistema hidráulico. Às vezes eles não funciona e o avião tem de pousar de barriga.

3,4% Manutenção
Antes do vôo, todo aparelho deve ser avaliado. Peças desgastadas que já derrubaram muitos aviões poderiam ter sido trocadas nessa fase.

4,8% Clima
Nevoeiros diminuem a visibilidade e correntes de vento podem desestabilizar o aparelho. O relâmpago é uma fatalidade que não se pode evitar.

7,1% Outras causas
Testes e vôos militares

69,2% Falhas humanas
Piloto e co-piloto causam nada menos que 64,4% das quedas. Por inexperiência ou por cansaço, confundem-se com aparelhos e orientações da torre e cometem deslizes. Pela lei, podem ficar no comando até 9 horas e 30 minutos por dia. Mas o Sindicato Nacional dos Aeronautas garante que a norma não é respeitada.
A torre de controle orienta o tráfego no aeroporto e é crucial no pouso e na decolagem. Falhas na comunicação e orientações erradas causam 4,8% dos acidentes.

Nenhum comentário :

Postar um comentário