Poque a UNE me representa, mais que isso: porque a disputo!?
É comum, no atual momento de organização do movimento estudantil
brasileiro, escutarmos frase, ou até mesmo campanhas do tipo: A UNE não
me representa. Com todo respeito a manifestação das divergências, mas, sendo coerente com a disputa política, digo, que este tipo de negacionismo é que não me representa.
Também não concordo que a atual União Nacional dos (as) Estudantes,
gestada e organizada, sob a égide de uma política recuada, sem contato
real com as lutas sociais no interior e nas bases das universidades
brasileiras, seja o ideal daquilo que queremos, em termos de
representatividade e combatividade estudantil e social.
É fato
que há um entrelaçamento da condução da atual gestão majoritária da UNE
com o governo, o que por óbvio causa um refluxo nas lutas e afeta a
autonomia da entidade e das posições do movimento estudantil, num
cenário de refluxo histórico de todos os movimentos sociais, este tipo
de condição agrava mais ainda as possibilidades de enfrentamento ao
capitalismo e de avanço nas conquistas estudantis.
Há
concordância, em muitos pontos, a respeito dos problemas da UNE, o que
não há concordância é com a estratégia de enfrentamento a estes
problemas, não acredito que negar a importância desse instrumento
histórico das lutas estudantis brasileiras seja o caminho, pois se ele
não for usado por um projeto com firme posicionamento em defesa da
classe trabalhadora, entendendo que dentro de uma sociedade burguesa os
interesses de classes são inconciliáveis, certamente a entidade será
usada por outro tipo de projeto, reformista ou pior: burguês, tendo em
vista a pluralidade de forças que se organizam no seu interior, por
tanto, o caminho pra mim é disputa, a disputa por hegemonia, disputa por
dentro, mas sobretudo por fora da entidade, chegando nas bases de
organização estudantil, com formação política e ação organizada,
respeitando a coerência entre aquilo que se deseja alcançar em termos de
lutas e transformações sociais e aquilo que fazemos pra que isso seja
concretizado.
Em outras palavras, não negamos a importância
desse instrumento histórico, que representa o acúmulo das forças nas
lutas dos estudantes no Brasil, e que por isso mesmo ainda possuí forte
referência nacionalmente e internacionalmente, e é exatamente por
reconhecer essa importância que precisamos disputá-la.
É
lamentável que várias forças políticas que se organizam no interior da
entidade, que poderiam estar se somando a um bloco de oposição e
aumentando as possibilidades de retomada da entidade, pela esquerda, por
meio de um projeto verdadeiramente revolucionário e transformador,
tenham tomado caminhos mais fácies, o primeiro de abandonar a entidade e
não mais disputá-la, o segundo de reduzirem suas ações políticas na
mera garantia de composição na direção da executiva, rebaixando e muito o
porque de se organizar na entidade, beirando ao fisiologismo tão
conhecido da direita brasileira.
Entretanto, a história é uma
magnífica composição, não linear que nos dar muitas possibilidades de
pensar ações, vivemos um momento em que há um aumento inegável das
contradições no interior das universidades, devido em parte pelo
constante movimento de mecantilização da educação, tanto nas
universidades públicas, quanto nas particulares, mas, ao mesmo tempo
também pelo acesso de estudantes das classes mais baixas às
universidades, é por meio da renovação política, do dialogo e da disputa
de mentes e corações deste novo perfil de estudantes é que poderemos
acumular forças para trazer de volta aos caminhos das lutas sociais a
nossa entidade estudantil: A União Nacional de Estudantes.
Ariely de Castro,
in http://arielycastro.blogspot.com.br/
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terça-feira, maio 15, 2012
Poque a UNE me representa, mais que isso: porque a disputo!?
Poque a UNE me representa, mais que isso: porque a disputo!?
É comum, no atual momento de organização do movimento estudantil brasileiro, escutarmos frase, ou até mesmo campanhas do tipo: A UNE não me representa. Com todo respeito a manifestação das divergências, mas, sendo coerente com a disputa política, digo, que este tipo de negacionismo é que não me representa.
Também não concordo que a atual União Nacional dos (as) Estudantes, gestada e organizada, sob a égide de uma política recuada, sem contato real com as lutas sociais no interior e nas bases das universidades brasileiras, seja o ideal daquilo que queremos, em termos de representatividade e combatividade estudantil e social.
É fato que há um entrelaçamento da condução da atual gestão majoritária da UNE com o governo, o que por óbvio causa um refluxo nas lutas e afeta a autonomia da entidade e das posições do movimento estudantil, num cenário de refluxo histórico de todos os movimentos sociais, este tipo de condição agrava mais ainda as possibilidades de enfrentamento ao capitalismo e de avanço nas conquistas estudantis.
Há concordância, em muitos pontos, a respeito dos problemas da UNE, o que não há concordância é com a estratégia de enfrentamento a estes problemas, não acredito que negar a importância desse instrumento histórico das lutas estudantis brasileiras seja o caminho, pois se ele não for usado por um projeto com firme posicionamento em defesa da classe trabalhadora, entendendo que dentro de uma sociedade burguesa os interesses de classes são inconciliáveis, certamente a entidade será usada por outro tipo de projeto, reformista ou pior: burguês, tendo em vista a pluralidade de forças que se organizam no seu interior, por tanto, o caminho pra mim é disputa, a disputa por hegemonia, disputa por dentro, mas sobretudo por fora da entidade, chegando nas bases de organização estudantil, com formação política e ação organizada, respeitando a coerência entre aquilo que se deseja alcançar em termos de lutas e transformações sociais e aquilo que fazemos pra que isso seja concretizado.
Em outras palavras, não negamos a importância desse instrumento histórico, que representa o acúmulo das forças nas lutas dos estudantes no Brasil, e que por isso mesmo ainda possuí forte referência nacionalmente e internacionalmente, e é exatamente por reconhecer essa importância que precisamos disputá-la.
É lamentável que várias forças políticas que se organizam no interior da entidade, que poderiam estar se somando a um bloco de oposição e aumentando as possibilidades de retomada da entidade, pela esquerda, por meio de um projeto verdadeiramente revolucionário e transformador, tenham tomado caminhos mais fácies, o primeiro de abandonar a entidade e não mais disputá-la, o segundo de reduzirem suas ações políticas na mera garantia de composição na direção da executiva, rebaixando e muito o porque de se organizar na entidade, beirando ao fisiologismo tão conhecido da direita brasileira.
Entretanto, a história é uma magnífica composição, não linear que nos dar muitas possibilidades de pensar ações, vivemos um momento em que há um aumento inegável das contradições no interior das universidades, devido em parte pelo constante movimento de mecantilização da educação, tanto nas universidades públicas, quanto nas particulares, mas, ao mesmo tempo também pelo acesso de estudantes das classes mais baixas às universidades, é por meio da renovação política, do dialogo e da disputa de mentes e corações deste novo perfil de estudantes é que poderemos acumular forças para trazer de volta aos caminhos das lutas sociais a nossa entidade estudantil: A União Nacional de Estudantes.
Ariely de Castro,
in http://arielycastro.blogspot.com.br/
É comum, no atual momento de organização do movimento estudantil brasileiro, escutarmos frase, ou até mesmo campanhas do tipo: A UNE não me representa. Com todo respeito a manifestação das divergências, mas, sendo coerente com a disputa política, digo, que este tipo de negacionismo é que não me representa.
Também não concordo que a atual União Nacional dos (as) Estudantes, gestada e organizada, sob a égide de uma política recuada, sem contato real com as lutas sociais no interior e nas bases das universidades brasileiras, seja o ideal daquilo que queremos, em termos de representatividade e combatividade estudantil e social.
É fato que há um entrelaçamento da condução da atual gestão majoritária da UNE com o governo, o que por óbvio causa um refluxo nas lutas e afeta a autonomia da entidade e das posições do movimento estudantil, num cenário de refluxo histórico de todos os movimentos sociais, este tipo de condição agrava mais ainda as possibilidades de enfrentamento ao capitalismo e de avanço nas conquistas estudantis.
Há concordância, em muitos pontos, a respeito dos problemas da UNE, o que não há concordância é com a estratégia de enfrentamento a estes problemas, não acredito que negar a importância desse instrumento histórico das lutas estudantis brasileiras seja o caminho, pois se ele não for usado por um projeto com firme posicionamento em defesa da classe trabalhadora, entendendo que dentro de uma sociedade burguesa os interesses de classes são inconciliáveis, certamente a entidade será usada por outro tipo de projeto, reformista ou pior: burguês, tendo em vista a pluralidade de forças que se organizam no seu interior, por tanto, o caminho pra mim é disputa, a disputa por hegemonia, disputa por dentro, mas sobretudo por fora da entidade, chegando nas bases de organização estudantil, com formação política e ação organizada, respeitando a coerência entre aquilo que se deseja alcançar em termos de lutas e transformações sociais e aquilo que fazemos pra que isso seja concretizado.
Em outras palavras, não negamos a importância desse instrumento histórico, que representa o acúmulo das forças nas lutas dos estudantes no Brasil, e que por isso mesmo ainda possuí forte referência nacionalmente e internacionalmente, e é exatamente por reconhecer essa importância que precisamos disputá-la.
É lamentável que várias forças políticas que se organizam no interior da entidade, que poderiam estar se somando a um bloco de oposição e aumentando as possibilidades de retomada da entidade, pela esquerda, por meio de um projeto verdadeiramente revolucionário e transformador, tenham tomado caminhos mais fácies, o primeiro de abandonar a entidade e não mais disputá-la, o segundo de reduzirem suas ações políticas na mera garantia de composição na direção da executiva, rebaixando e muito o porque de se organizar na entidade, beirando ao fisiologismo tão conhecido da direita brasileira.
Entretanto, a história é uma magnífica composição, não linear que nos dar muitas possibilidades de pensar ações, vivemos um momento em que há um aumento inegável das contradições no interior das universidades, devido em parte pelo constante movimento de mecantilização da educação, tanto nas universidades públicas, quanto nas particulares, mas, ao mesmo tempo também pelo acesso de estudantes das classes mais baixas às universidades, é por meio da renovação política, do dialogo e da disputa de mentes e corações deste novo perfil de estudantes é que poderemos acumular forças para trazer de volta aos caminhos das lutas sociais a nossa entidade estudantil: A União Nacional de Estudantes.
Ariely de Castro,
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